Pois é, sou do tempo em que mulher desquitada era puta, rir na sexta-feira da paixão era proibido, mas podia fumar no cinema. Mulher magra era feio, usavam meia de nylon de fio, cinta-liga, anágua, sutiã pontudo e saia e blusa de banlon.
Não sou saudosista, mas devo admitir que no 'meu tempo' tudo era bem mais chique. Acho interessante estar no mundinho podrera de hoje e por uma questão de fora-modismo elegante não me apego a ele, mas às vezes é como acordar de uma overdose e ver que ainda está vivo. Esses dias de mulheres-liquidificadores e homens-geladeiras me fazem crer que a raça humana não deu lá muito certo. Nessas me dei bem por ter nascido na era de ouro do pós-guerra. Quando dizem que a 'a idade está na cabeça', meu fígado e minha coluna dão uma risadinha sarcástica. Mulheres têm a idade que merecem, homens serão sempre crianças. É uma série de imagens que mudam ao se repetirem. É uma tal de política destruindo a liberdade, de medicina destruindo a saúde, de jornalismo destruindo a informação, de advogados e polícias destruindo a justiça, de universidades destruindo o conhecimento, de religiões destruindo a espiritualidade. Confie em Deus, mas tranque o carro.
O pior inimigo da criatividade é o bom senso, mudar, mudar, mudar, nem que seja para pior. Dói mais sorrir na frente dos outros do que chorar sozinha, mas não devo levar a vida tão a sério porque ninguém sai dela vivo.
Debochar de mim mesma é uma estratégia que sempre dá resultado positivo. Uma das coisas que mais me dão prazer é fazer o que não devo, tipo fumar na frente de quem faz campanha anticigarro. Não é tarde para ser o que eu deveria ter sido. Eis-me aqui, uma pós-famosa anónima observando os macro e micro-omniversos dentro e fora de mim. (...)
A sorte de ter sido quem sou, de estar onde estou, não é nada se comparada ao meu maior gol: sim, acho que fiz um monte de gente feliz.
Lança perfume
Por não levarem a vida a sério é que os portugueses - entre outros - se mostram cada vez mais indiferentes ao que se passa lá mais para Leste.
ResponderEliminarA invasão da Ucrânia faz parte dessa vida da qual se não sai vivo. Mas talvez não fosse, para tantos, necessário que ela terminasse TÃO cedo...
https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2022/06/guerra-que-guerra.html
Boa semana!
Olá António,
ResponderEliminarÉ capaz de ser isso, sim. Tempos complexos.
As ameaças pairam como um turbilhão de nuvens negras. Do lado da Rússia não parece vir nem bom senso, nem clemência. A destruição e o sofrimento que aqueles loucos estão a causar e a desestabilização social e económica a nível internacional são incalculáveis.
Tenho sempre esperança que um dia acordemos com o assunto resolvido. Mas tarda...
Uma boa semana também para si, António.
Que chorrilho de nada, só clichés, "empoderamento" do eu, de que tem depressao, de que é forte, etc etc etc
ResponderEliminarCaro Anónimo/a do chorrilho,
ResponderEliminarSe essa crítica é dirigida à autora do texto, sugiro que a dirija directamente à Contraponto Editores, solicitando que a façam chegar directamente à Rita Lee para que ela tenha isso em atenção da próxima vez que escrever.
É que eu, lamento, não tenho o contacto dela.
Mas transcreveu muito do texto da dita autora aqui... Não posso ter opinião sobre ele? Ou só a Sra pode? Por que não fecha os comentários então?
EliminarCaro Anónimo/a dos Chorrilhos,
ResponderEliminarOra essa! Mas claro que pode ter opinião, por quem é? Como percebi que estava a pensar que o texto era meu, não quis ficar com os louros. E como percebi que quis transmitir a sua opinião, não quis deixar de lhe facultar informação para que possa dirigir-se directamente à autora.
E faço ainda notar outra coisa: diz que transcrevi muito do texto da dita autora qui. Não percebo bem o que quer dizer. Se pensa que parte do texto é da Rita Lee e parte meu, esclareço: todo da Rita Lee. Se pensa que transcrevi quase todo o texto, esclareço: transcrevi apenas 1 de cerca de 300 páginas.
E opine sempre, comente o que quiser, esteja à vontade.
Queria dizer que transcreveu uma boa quantidade de palavras, um trecho com um tamanhinho razoável... Não era preciso tanta picuinhice por causa disso. Sou capaz de perceber o itálico. 1 página em 300 é muito e até assusta. O que vale é que vale tanto como os textos que surjem todos os dias no meu facebook aos dez e aos vinte. Se calhar, o problema é a Sra do blog não ter redes sociais: até acha que isso que transcreveu tem interesse. Se tivesse facebook, ia achar uma imitação mal amanhada daquilo que a minha amiga de facebook Odete Lourenço publica todas as semanas. Ela não é cantora, mas também diz que espalha felicidade por muita gente só pela sua forma de viver. Também é inconformista (exceto na parte em que tem bom senso (exceto na parte em que é inconformista)). E também é rebelde (exceto na parte em que tem bom senso). Também tem omniversos (exceto na parte em que é uma pessoa coerente). É um poço de contradições. É um bastião de certos valores fundamentais. A alegria de viver em primeiro. Claro.
EliminarCaro Anónimo/a
ResponderEliminarDizer o quê? Que, nesse caso, não perca tempo a visitar este meu humilde espaço. Fique-se com a dita Odete Lourenço que, lamento, desconheço mas que, pelos vistos, lhe fornece tudo aquilo de que necessita.
Um dia bom para si.