sábado, junho 04, 2022

Antes um sentido e canino dó de peito do que as atoardas da Raquel Varela

[Sobre o que escreve e diz o Cavaco, não tenho nada a acrescentar. Acho que a opinião das múmias só interessa à comunicação social]



 

Contei há pouco tempo como o meu urso felpudo virou lobo uivante num dia em que o alarme disparou. Cabeça ao alto, longos e intensos uivos. Nunca o tinha visto ou ouvido assim.

Afinal, descobri hoje, há quem o ultrapasse e ainda consiga a proeza de lhe juntar um inspirado acompanhamento musical. 

Mas já lá vou. Antes, uns little apartes.

Há pouco, numa de zapping, à espera que chegasse o MasterChef Australia, o meu marido passou pelos omnipresentes gémeos que arranjam, compram e vendem casas. Apanhámos o episódio no fim pelo que não percebemos o que se passava com a protagonista, creio que a compradora ou a dona da casa que os manos arranjaram. Falava com voz de desenho animado. Ao princípio, não estando a olhar para lá, nem percebi se era uma criança, se alguém a fazer-se passar, na brincadeira, por criança. Percebemos depois que era filha do senhor que também lá estava. Olhei para tentar perceber melhor que voz era aquela. Às tantas o meu marido disse-me: 'Tem a orelha virada'. Respondi: 'Ah, sim? Então é isso... '. O meu marido reforçou: 'Ajeita-a'. Deixei de perceber. Apontou para o lobo cabeludo que estava sentado aos meus pés. Tinha uma das orelhas virada. Esclareci: 'Pensava que a rapariga é que tivesse um problema na orelha, talvez de audição, que fosse surda. Sei lá'. Encolheu os ombros, como se a minha ideia não colhesse. Quem também estava intrigado era o lobo felpudo, se calhar por isso é que virou a orelha do avesso. Geralmente não liga patavina à televisão mas naquela altura estava espantado a olhar, certamente também sem perceber de onde vinha tão curiosa voz. 

Enfim.

Agora que o MasterChef acabou e passei pelo O último apaga a luz, uma vez mais constatei que a Raquel Varela não é apenas populista, antipática, arrogante e putinista: é também mal informada e pouco inteligente. Apanhei-a no momento em que, de olho arregalado e esgar labial sobranceiro, interpelava o paciente Joaquim Vieira sobre a razão de ter que haver gente que trabalhe ao fim de semana. 'Para que é que é preciso?', perguntava ela com o sorriso de superioridade que os néscios costumam exibir. O pobre Joaquim Vieira tentava recordá-la de algumas funções críticas. A destituída Raquerela não se demoveu e continuou sorrindo e insistindo: 'Mas porquê?! Porque é que há pessoas que têm que trabalhar ao fim de semana? Porquê?!'. Joaquim Vieira continuou a tentar esclarecer o óbvio: 'Algumas fábricas que são de laboração contínua...'. Mas nada demoveu a dita intelectual: 'Mas porquê? Porque é que há fábricas a trabalhar ao fim de semana?'. E ele, com aquele sorriso de quem nasceu para sofrer aturando burros armados em inteligentes: 'Porque é muito caro retomar a laboração' (e se não usou estas exactas palavras, foi este o sentido do que disse).

E eu, ao ouvi-la, só pensei que felizmente nunca tive -- e espero nunca vir a ter -- tal ave pela frente senão não conseguiria conter-me: 'Mas fazes ideia, ó estólida Raquerela, de quanto é que custa arrancar com algumas fábricas? Fazes ideia que um arranque pode custar centenas de milhares de euros? Fazes ideia que algumas fábricas, para conseguirem ser rentáveis, têm que conseguir manter uma laboração estável, com um mínimo de paragens?'. E isto não tem a ver com explorar trabalhadores mas com conseguir fornecer continuamente produtos essenciais a valores aceitáveis. E isto no que se refere a fábricas. Mas se a limitada Raquerela não atinge temas industriais, será que também não atinge coisas simples como, por exemplo, os hospitais? Devem fechar ao fim de semana? E os serviços que asseguram o abastecimento de água, luz, gás, comunicações? E os hotéis? E os polícias? E os aeroportos e os aviões? E os transportes públicos?Etc, etc. Nada a trabalhar ao fim de semana? Minha nossa.

Muito néscia, esta intragável Raquel Varela. Uma verdadeira anedota.

Mas o problema não é só dela. O problema é que ainda mais burro que ela é quem a contrata para opinar publicamente ou quem permite que uma pessoa com tantas limitações seja professora.

Mas pronto, já o sabemos, o mundo é tudo menos perfeito.

Seja como for, há que convir: nem o meu lobo a uivar nem a inepta raquerela a bolsar pasquinadelas e babosagens estão à altura do artista aqui abaixo. E essa é que é essa.

 

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PS: 

Quanto ao artigo da múmia nada tenho a dizer. Não li. Não me assiste, como dizia o outro. Temos pena.

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As fotografias provêm de Overheard on the Underground

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Desejo-vos um bom sábado

Saúde. Alegria. Paz.

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