Da noite para o dia a cameleira apareceu coberta de camélias. O jasmim amarelo começa a também estar composto com as suas pequenas e delicadas florzinhas. A ver se fotografo para aqui deixar registo da graça da natureza a despontar em toda a sua delicadeza.
De repente parece que começámos a entrar na primavera. As buganvílias ainda têm algumas flores. É certo que o chorão ainda agora ficou nu mas, não fora isso, e dir-se-ia que passámos do verão à primavera com uma fugaz passagem pelo outono e sem termos entrado no inverno.
Almoçámos no terraço e estava-se muito bem. Fiz peixe cozido, maruca, com batata normal e batata doce, cenoura, feijão-verde, brócolos, cebola e ovo.
Depois fomos até à praia. Não houve jogo de futebol (até porque o meu filho já tinha feito cinquenta quilómetros de bicicleta e, portanto, já tinha um pouco menos pilhas do que de costume) mas houve outros jogos de bola e brincadeiras com o ursinho felpudo que, mesmo sem o prendermos, pouco se afasta de nós. A única vez em que poderia ter ido sem pestanejar e bye-bye little teddy bear, foi quando resolveu correr atrás de outro cão.
Por sorte, o menino mais novo estava com ele pela trela. Com a força e o impulso da corrida do ursinho, caiu e foi arrastado pela areia, de barriga para baixo... mas não largou a trela. Impressionante. Um valente.
Constatamos que o patudo-peludo gosta de brincar com outros cães. Não tem medo de nenhum. Dá ao rabo e aproxima-se mesmo que os outros lhe ladrem.
É uma coisa boa andar com o nosso cão na praia mas é ainda melhor estarmos com os nossos filhos e netos e todos brincarem uns com os outros e com a pequena fera. Um tempo ameno, uma luz maravilhosa, uma boa disposição partilhada. Muito bom.
Miúdos e graúdos, uns mais afoitos e a menininha ainda a bit reticente, todos gostam de sentir o pelo macio e a maneira de ser deste nosso novo elemento da família.
E, aqui chegada, depois de jantar, escolhi as fotografias que tinha feito na praia e enviei-lhes. E depois deu-me um sono total. Adormeci. E ainda estou a lutar contra ele. A semana teve momentos complicados e a sexta-feira foi especialmente tensa e complexa. Quando é assim, o corpo pede retempero ao fim de semana.
A pequena fera teve uma semana pouco complexa e nada tensa mas a tarde na praia, as corridas e as escavações deixaram-no KO. Chegou, comeu desalmadamente e caiu para o lado, dormindo a sono solto, deitado de lado no chão aqui da sala. Foi um caso sério conseguir que se levantasse, que fosse até ao jardim fazer chichi e que regressasse à sua cama. A cada passo, deitava-se e queria dormir.
O mar estava lindo, lindo. Gosto muito de fotografar o mar.
Nenhum surfista. Não sei distinguir os tubos, o fechamento das ondas, a sua sequência e altura. Mas alguma coisa era pois não se via um único surfista.
Em contrapartida, na praia onde estávamos -- e acho que foi a primeira vez que lá fui -- havia um cheirinho a erva no ar que não era brincadeira. Aliás, toda aquela malta tinha um ar especialmente cool.
Qualquer coisa nas pessoas, no areal e na forma como as pessoas o ocupavam, na luz que a meio da tarde começou a tingir-se de névoa num dos lados e de sunset sobre o mar parecia prenunciar que havia por ali muito amor para dar. Ainda bem.
Quando lá cheguei, eu disse que havia qualquer coisa em todo aquele ambiente. A minha filha disse que tinha um boa vibe. E era isso.
Dantes, quando íamos à praia em Janeiro, éramos muito poucos. Agora as praias estão cheias. É muito bom. Adoro o ar livre, adoro a beleza da natureza, adoro ver pessoas a desfrutar as maravilhas da natureza. Acho que toda a gente fica mais feliz quando anda ao ar livre.
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Ode ao mar -- Pablo Neruda
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