sábado, janeiro 08, 2022

E, face à comprovada inocência de Azeredo Lopes, os seus acusadores e difamadores não vão ser punidos?
-- pergunto

 


De vez em quando constata-se o mesmo: há gente no Ministério Público que parece ter ódio a alguns políticos. Mas poderiam ser 'bem resolvidos', sentirem ódio mas saberem-no gerir, pelo menos conseguirem guardar isso para si. Mas não. São histriónicos e destravados na manifestação dos seus sentimentos. Perseguem aqueles que parecem odiar, desconfiam de tudo, cercam-nos, lançam uma teia de suspeição sobre eles.

Com isso, enlameiam a sua reputação, permitem (ou proporcionam?) fugas de informação para a comunicação social, demoram séculos deixando os suspeitos ou arguidos num limbo, a vida em suspenso, geralmente sem conseguirem exercer actividade profissional e gastando fortunas com a sua defesa.

No fim, quando o processo de desenvolve, chega-se ao fim e acontece isto: os pobres coitados que viram a sua vida interrompida e quase destruída, são declarados inocentes em toda a linha. Não há ponta por onde se pegue. Absolvidos em relação a tudo. 

O ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, foi esta sexta-feira absolvido de todos os quatro crimes de que era acusado no processo Tancos. (...) O coletivo de juízes considerou que Azeredo Lopes não teve conhecimento da existência de uma investigação paralela e do tipo de contactos mantidos para a recuperação do material furtado, além de que não tinha competência disciplinar sobre os militares da PJM.

Mas não são apenas os paranóicos e doentes que trabalham no Ministério Público: é também o Super-Judge Alex (de quem agora o Juíz Ivo Rosa apresentou queixa no Conselho Superior da Magistratura). Sempre que lhe cheira a 'poderoso', o castigador Alex parece que saliva. Cheira-lhe a sangue e ele, ao que parece, gosta de sangue. Não quer saber de fragilidades do processo ou de exiguidade ou nulidade de provas. Aparentemente, ele quer é sangue. Destruir 'poderosos' ou 'políticos', em especial se forem socialistas ou afins.

Mas são também os jornalistas e comentadores que, durante dias a fio, semanas a fio, meses a fio, massacram os inocentes, fazem de tudo para os destruir. São notícias, são debates, são artigos, são reportagens: fazem de tudo, até ao limite, para esmagar aqueles que caíram em desgraça. Não têm sentido crítico, não presumem a inocência, nada. Querem é destruir na praça pública aqueles a quem o Ministério Público decidiu desgraçar. 

Toda essa escumalha -- que é tão lesta a tentar destruir a honorabilidade das pessoas, apressando-se a sentenciar e a culpabilizar os que mais tarde virão a ser declarados inocentes --, quando se comprova o verdadeiro crime de difamação que andaram a cometer, assobiam para o lado e, como se não fosse nada com eles, tudo fazem para passar de fininho junto da opinião pública.

Em vez de fazerem programas e de escreverem artigos para se auto incriminarem e para tentarem perceber como puderam ser tão estúpidos, tão mesquinhos, tão injustos, tão desumanos... não senhor, passam a notícia na maior ligeireza e... está feito.

Não apenas deveriam pedir públicas desculpas àqueles a quem tudo fizeram para destruir como deveriam pedi-las também a todo o público a quem tentaram manipular e incitar ao apedrejamento.

A notícia da total inocência de Azeredo Lopes é de elementar justiça e creio que será uma vida nova para ele. Mas é mais uma página negra na Justiça portuguesa, é uma vergonha muito grande para a nossa democracia.

E todos quantos aceitam isto com indiferença estão, na prática, a permitir a banalização do mal.


__________________________________________________________

Pinturas de Lee Hae-Kyun na companhia de Ludovico Einaudi com Rolling Like A Ball 

_____________________________

Desejo-vos um belo sábado

2 comentários:

  1. Vi a Emily em Paris ontem, porque tinha lido aqui que era bom. Não era. Posso ver desfiles de homens jeitosos sem ter de sofrer assim.

    ResponderEliminar
  2. Olá Anónimo/a em Paris

    Foi pena que tivesse comentado aqui, num post que não tem nada a ver com o caso...

    Se tivesse comentado no post em que falo do assunto (este: http://umjeitomanso.blogspot.com/2021/07/eu-e-emily-em-paris-eu-e-minha-mae-e-o.html), teria lido melhor.

    Lá não digo que é bom. Digo: "E não me perguntem o que vejo nesta série que me prenda desta maneira. Talvez seja Paris, talvez sejam as vestimentas da Emily, talvez seja o Gabriel que é lindo de morrer, talvez sejam os argumentos leves, levezinhos, talvez seja a boa onda. Talvez seja tudo."

    Ou seja: uma coisa leve, levezinha, boa onda. Com Paris como pano de fundo. É que se só viu homens bonitos e não reparou em Paris... deixe-me que lhe diga que me deixa muito decepcionada consigo.

    E depois passa-se o seguinte: eu referia-me à 1ª série. A 2ª é mais light, mais coiseca. Pelo menos do que vi. A ver alguma coisa da Emily em Paris é de ver a 1ª série.

    Mas se é mais dada a coisas hard e se aprecia o desempenho da Lily Collins, veja 'Até aos ossos'. Até dói.

    E tenha um bom domingo!

    ResponderEliminar