Gostava muito de ver o filme de que abaixo mostro a apresentação. Não sei se vem para Portugal nem sei se ganharei confiança para me enfiar durante hora e tal numa sala fechada a respirar o ar saturado, expirado pelas outras pessoas. Claro que há que acreditar que os sistemas de climatização dos espaços públicos estão configurados e mantidos para não comportarem riscos para a saúde pública, em especial em época de contágios pelas vias respiratórias. Mas, ainda assim, como nas relações um pouco saturadas, acho que prefiro dar um tempo.
No entanto, confesso que, apesar do cheiro e do ruído mandibular associado às pipocas, ainda acho que há uma mística em assistir a filmes no escurinho da sala de cinema. Além disso, como frequentemente ia ver filmes que não atraíam muito público, era bafejada pela sorte de ter salas com pouca gente e, sobretudo, por partilhar o filme com gente silenciosa, respeitadora.
Seja como for, para garantir que o via, a verdade é que gostava que o filme passasse na Netflix ou na HBO. Tromperie|Deception.
Gosto bastante da Léa Seidoux, em geral gosto de filmes franceses; e ser baseado numa obra de Philip Roth é um plus que não deve ser negligenciável.
Ao ver a apresentação, ocorreu-me que uma das dificuldades para quem tem uma vida sentimental e sexual muito movimentada e uma escrita confessional deverá ser o risco de reacção de quem se sente retratado e, para os que são casados, o receio de que o/as respectivo/as tentem tirar a limpo se o que é ali retratado tem fundo de verdade.
[Alimento a esperança de ainda vir a ter tempo para me dedicar, de alguma forma, à escrita. Se me puser a escrever memórias, creio que terei alguns episódios interessantes para reportar. Mas tenho para mim que mais do que apontamentos que possam ter algum interesse do ponto de vista da petite histoire associada à história dos dias, teriam graça os episódios anedóticos ou atrevidos. Mas... e se os envolvidos o lêem e não acham graça nenhuma? Perdoar-me-iam que os expusesse daquela forma?
Será mais seguro ficcionar. Mas como ficcionar na íntegra, escrever na base de uma imaginação bacteriologicamente pura, quando a vida é tão rica e supera em densidade, divertimento ou picante a ficção?]
E pode um escritor ficcionar uma história de adultério, descrevendo ao milímetro as aventuras, os cenários e os momentos de amor, sedução ou prazer, descrever os riscos incorridos, descrever as perplexidades, os sustos, descrever a adrenalina, descrever as combinações em segredo... e o cônjuge não desconfiar que aquilo não é ficção coisa nenhuma, que aquilo é confissão pura e dura?
E como reage um escritor quando é confrontado com essas desconfianças? Ou com acusações de deslealdade por parte de quem, em segredo, viveu esses amores encobertos?
Nega? Confessa? Pede desculpa? Ou, no íntimo, está-se nas tintas e quer é viver situações extremas para ter o que contar?
An American novelist living for a time in London converses with his wife, his mistress, and other female characters he may have dreamed up.
Arnaud Desplechin returns with a powerful, haunting story of sex and loyalty, love and deceit. Adapted from Pulitzer Prizewinner Philip Roth’s bold autobiographical novel exploring the world of adulterous intimacy.
E, ao que parece, Léa Seydoux, 36 anos, assina mais uma memorável representação.
Estou danadinha por vê-la a beijar as palavras
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Percebi que começaram os debates para as Legislativas. Não vi. Sei bem em quem vou votar. Não é com trocas de galhardetes em formato de condensado televisivo que vou mudar de opinião.
Ao fazer zapping vi que começou outro Big Brother, desta vez com a Madame Brega in action, gritando como uma capada. Na sala das anedotas, um bando de gente de aspecto suspeito, incluindo o Bruno de Carvalho. Não conheci ninguém a não ser ele. Pelo aspecto do que vi, parece que sacaram um bando de desocupados nalguma casa de alterne. Curiosamente, parece que chamam a esta edição a dos Famosos. A TVI na sua trajectória descendente, a bater no fundo.
Quanto aos outros canais não tenho ideia. Estive a ver a Terapia com o Gabriel Byrne (e daqui vai, de novo, o meu obrigada pela dica!).
Não estamos a começar bem o ano, televisivamente falando.
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Desejo-vos uma boa segunda-feira
Existiu um programa tipo irmãos Lumiére no canal 1 , costa & r tavares.....
ResponderEliminarA.Vieira