Nas várias pessoas com quem hoje falei, a estupefacção e a irritação contra o PCP e o Bloco são generalizadas. Ninguém percebe, ninguém aceita.
A minha mãe, então, estava quase fora de si. Gente mais parva, concluía ela. Dei-lhe razão. Sobre o Bloco, ainda tentou desculpabilizar o todo, concentrando num só elemento a fonte de todo o mal: aquilo é tudo coisa daquele urubu, sempre de preto. Aí não lhe dei totalmente razão. Não sei se só é do urubu. Acho que também é da parrachita (como no outro dia ouvi chamar-lhe), talvez também do pérfido cardeal ou de toda aquela conjugação de ismos azedos, requentados, fora de prazo. O que sei é que de uma coisa podemos agora estar certos: aquilo é gente que não pensa.
Isto do lado das esquerdas reunidas (reunidas entre si & com a direita & com o Chega à mistura -- não nos esqueçamos). Quanto às direitas, o que se conclui é que reina o forrobodó. Guincham pela perspectiva do poder como histriónicas e impacientes gatas com cio.
Desforrando-me de não ter televisão (ainda não tenho!), ao vir para casa ao fim do dia, vinha ouvindo as notícias.
O PSD em efervescência. O Rangel, todo ele insuflado com a oportunidade que lhe puseram ao colo, com a voz em ebulição e já a querer dar-se ares de importante, enchia o peito de ar para dizer que tinha convidado o Professor Poiares e que o Professor Poiares tinha aceitado e que o Professor Poiares e ele próprio tinham convidado o distinto Professor Alexandre e que o distinto professor Alexandre tinha aceitado fazerem parte da equipa que vai fazer o programa. Muito jogo. Ganda Rangel. E acrescentou que, muita atenção, estas eleições não são para líder da oposição mas para primeiro-ministro. E todo ele, ao falar, se mostrava num verdadeiro frenesim imaginando-se primeiro-ministro. Um primeiro ministro que leva tudo à frente. Upa lá-lá. Cuidado com ele.
E, na euforia (e na ausência de substrato próprio), está a desenterrar toda a tralha passista para lhe fazerem uma cadeirinha e o levarem ao colo às eleições.
Será uma coisa mais fofa de se ver.
Já nem quer saber do Rio para nada. Na sua cabeça desfraldada, o PSD já é todo dele. E fala de datas, põe e dispõe, analisa na perspectiva disto e na perspectiva daquilo, todo ele teoria, uma coisa mesmo engraçada de se ver.
E depois ainda há quem diga que não se espere ver uma galinha a trepar às árvores. Ai não que não. A cacarejante aí anda provando que pode tudo: trepar às árvores, nadar à cão, ir ao Daniel e, armado em pr'a frentex e fracturante, assumir-se, convidar professores e, pasme-se, até distribuir jogo em Belém.
Quanto ao CDS, enquanto o puto Chicão se reúne com o alpacas Rio, o Pintas Melo anda a ver se adia ou se antecipa eleições, já nem sei (nem interessa para nada). Nos áureos tempos em que Madame Cristas da Coxa Grossa fazia poses extraordinárias em São Pedro de Alcântara mostrando-se coberta de kiwis, ainda havia assunto de que se falasse no CDS.
No meio disto não sei que ideias levitam na cabeça do exuberante Marcelo mas que ele ajudou à festa, lá isso ajudou. Portanto, agora que desembrulhe a crise que ajudou a criar ao dar corda a quem só a sabe usar de forma perigosa para si e para os outros. Se o seu primeiro mandato foi o dos omnipresentes beijinhos a ver vamos se o segundo não será o das permanentes macacadas.
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Como é bom de ver, a imagem do Upa lá-lá Rangel provem do saudoso We have kaos in the garden.
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E até já
"Assumir-se todinha"? Qual a necessidade da homofobia? Ou transfobia ou ridicularização do gay por trans ou lá o que pretendeu fazer? Já no outro post era qualquer coisa de ir ao rabisque... Qual a necessidade? O Rangel-voz-de-seminarista não é fraco e ridículo o suficiente para nós agarrarmos a essas palermicea tão antiquadas?
ResponderEliminarUm jeito manso vai fora de contexto mas não resisti e uma vez que acrescentou um "grande" pirilau ao Paulo Rangel conto uma estória passada com ele:
ResponderEliminarPaulo Rangel cruzou-se com um transeunte e olhando para os sapatos exclamou! Que lindos sapatos! Diz o transeunte: - são de pele de pénis. Paulo Rangel virando as costas exclama: - dá-me chutos, dá-me chutos!
Olá Anónimo da 'todinha',
ResponderEliminarJá retirei a 'todinha' para que não haja confusões. Na versão que estava, escrevi 'todinha' pois a frase refere-se a uma galinha. Se for reler, verá que falo de uma galinha. Ora de uma galinha que se assume não posso dizer que se assumiu 'todinho'. Se a frase se referisse a Rangel teria escrito 'todinho'. Se se referisse a um frangote teria escrito 'todinho'. Mas de uma galinha teria que ser 'todinha', não é?
E, repare, se me acompanha, sabe que não sou homofóbica coisa nenhuma. Zero de homofobia. O que acho caricato, ridículo, absurdo, antiquado e sei lá que mais é um político que está em promoção para se lançar ir a um programa confessional assumir que é gay.
Qual a necessidade de começar a autopromoção política com a confissão da sua orientação sexual? É do mais caricato que há.
Se eu resolvesse chegar-me à frente e candidatar-me a qualquer coisa, passava-me pela cabeça ir revelar que sou heterossexual? Claro que não. O que é que os eleitores ou quem quer que seja tem a ver com a minha orientação sexual? Zero.
Mas ele deve ter achado que ser gay lhe dava votos e lá vai disto. Vale tudo. Palermices atrás de palermices.
Espero ter esclarecido.
E agradeço que me tenha chamado a atenção pois penso que assim fica tudo mais claro.
Uma boa sexta-feira.
Ainda outra coisa, Anónimo da 'todinha'
ResponderEliminarEsqueci-me de uma outra coisa. Não é verdade que eu tenha escrito num post anterior qualquer coisa como 'ir ao rabiosque'. Falso. Que é lá isso? Leia bem o que eu escrevo antes de me acusar, está bem?
Usei uma expressão popular que se aplica quando a pessoa está muito inchada de si mesma. Diz-se que 'não lhe cabe nem um feijão no cu'.
Procure no google caso não conheça a expressão.
A que propósito está você a relacionar uma expressão popular banal e antiga relacionada com o excesso de prosápia e vaidade com a orientação sexual do homem?
Olá Anónimo dos sapatos de pele de pénis,
ResponderEliminarDe notar que usei esta imagem do Rangel pesquisando no 'We have kaos in the garden' e escrevendo 'Rangel ruptura'. Estava a pensar que ele estava em ruptura face ao Rio e às combinações do Rio (tanto que até o Marcelo a recebe em Belém). E apareceu-me a imagem que escolhi que achei uma graça, mesmo ao estilo Rangelito que acha que, coitadito, acha que leva tudo à frente.
Ou seja, usei-a apenas por isto e não por qualquer conotação sexual.
Uma boa sexta-feira.
O Sr. Costa, o artista do pleno de consensos, morreu. Agora o manhoso vai que "ressuscitar" aquele que faz das derrotas vitórias. À falta de melhores obras, há que apresentar "vitórias" políticas.......
ResponderEliminarA.Vieira
Aqui vai:
ResponderEliminar"«As duas grandes surpresas de António Costa foram a pandemia e o PCP. Quando, saindo das eleições de 2019, recusou fazer acordos escritos à Esquerda, optando por navegar à vista de BE e PCP, Costa tinha um grande objectivo: preparar o terreno para uma crise política em 2021, obrigando a eleições antecipadas que lhe proporcionassem uma maioria absoluta.
Após aprovar o primeiro Orçamento do Estado (OE) da legislatura, o BE sai da solução governativa desencantado com as negociações do OE21 e com a falta de cumprimento das promessas contidas e inscritas no OE anterior que viabilizara. Sustentado sobretudo na vontade de Jerónimo de Sousa, o PCP resiste, dividido e a custo, ao lado da governação socialista. Entretanto, a pandemia instalara-se e o hiato social a que a covid-19 obrigou suspendeu a política e a premeditação táctica de António Costa.
No choque frontal com a realidade, o Governo voltou a encarar as negociações do OE como um simulacro, certo de que os comunistas não teriam a coragem de romper com a aprovação do OE22 numa altura em que, com um momento pandémico ainda suspenso, haveria que preparar a retoma económica. Nessa expectativa, era acompanhado pelo presidente da República (PR) que, há meses, garantia que o novo Orçamento não iria chumbar e antevia até a possibilidade do BE se juntar à viabilização. Perante a falta de vontade negocial do Governo, BE e PCP rejeitam o OE22. E se o primeiro-ministro queria eleições em 2021, aqui estamos por caminhos ínvios. A crise política que António Costa ambicionava chegou.
A reunião entre BE e a CGTP minutos antes do PCP anunciar a sua posição, retirou qualquer suspense ao anúncio da rejeição. Chegava o momento de saber, em 48 horas, se António Costa alguma vez quis negociar ou se, perante a proclamação antecipada de eleições antecipadas por parte de Marcelo, seguia a narrativa à risca, apostando tudo numa crise política-orçamental que a elas conduzisse. E a narrativa é bem clara quando acompanhada de factos. No último ano parlamentar, o PS votou mais vezes ao lado do PSD, CDS, PAN e IL do que com os seus "aliados" parlamentares. No penúltimo ano parlamentar, PCP e BE aprovaram a grande maioria das propostas do PS, tendo os socialistas votado contra quase todas as iniciativas desses partidos. Estava escrito. Depois de 2019, o PS encarava comunistas e bloquistas como muletas de poder. Tentava alianças à Esquerda para votar com a Direita.
Acusar PCP e BE de tacticismo e de falta de responsabilidade política e, simultaneamente, de terem sido reféns do PS durante anos é uma contradição insanável. Perante o PR que elogiou as "cedências" do Governo e antecipadamente-se-apressou-a-antecipar eleições, exportou o sabor do "queijo limiano" para a Madeira e recebeu Paulo Rangel horas antes do voto do Orçamento (dele recebendo a sugestão de duas datas "faz de conta que discordo" para eleições), sobra a certeza de que a narrativa de António Costa, a dado momento, teve um cúmplice.»
Miguel Guedes"
Não falta quem se ofenda com a sexualidade de Paulo Rangel. Quando se assume uma orientação sexual sabe que fica sujeito às críticas. Mais a mais que o fez quando sabia que se ia candidatar a presidente do PSD e talvez o fez para colher mais audiência.
ResponderEliminarQuando disse que foi para não dar desgosto à mãe acho que a desqualificou porque não há quem melhor conheça os filhos que é a mãe. Estou como um sketch brasileiro em que Jô Soares – não lembro a personagem – dizia: tem pai que é cego.
Isto tudo a propósito de que quando inventaram e ironizaram com a orientação sexual de José Sócrates, que ele nunca admitiu, ao contrário de Paulo Rangel, não vi as virgens ofendidas a denunciar tal alarvidade.
Um bom fim-semana.
Custa-me muito falar de tudo isto porque, com tenho vindo a votar por exclusão de partes e não por sintonia, começo a não ter em quem votar.
ResponderEliminarBloco e PC preferem a contestação nas ruas ao trabalho árduo e por vezes invisível para encontrar soluções. Nasceram assim e parece não quererem outro modo de vida. É confrangedor ver como tentam agora encontram justificações para o seu voto contra. Para também usar expressões populares, “tiradas do cu com um gancho”. Surreal !
Talvez para amenizar este ambiente de traição, a RTP exibiu um programa que é a cara do seu ursinho,
https://www.rtp.pt/play/p8939/como-os-caes-conquistaram-o-mundo
e outro que me parece ser a sua cara, cara UJM
https://www.rtp.pt/play/p9403/kreativity-ekman-um-estudo-sobre-criatividade-por-alexander-ekman
Saúde!
Olá Repeteeeennnnte do urinol e da barriga encostada à parede,
ResponderEliminarPode escrever o seu comentário 3 ou 4 ou 1000 vezes que eu não vou publicá-lo. Não é o género de coisas que eu publique. Se quiser ser menos preconceituoso e mais elegante, pensarei no seu caso.
Combinados?
Olá Repetentementementementemenete,
ResponderEliminarLá está V. a ser asneirento... Não vou publicar outra vez. Não consegue escrever um comentário decente, senhor?
Mas fiquei curiosa: quem é a 'madrinha de guerra' do referido 'asno'?