domingo, outubro 11, 2020

2ª vaga de Covid: porque está a preocupar-me
E, ainda:
Propecia, esteróides, cenas com células de abortos... e que mais?
Caldo de cabeças de galinha, papa de olhinhos de mosca?
Afinal quais as mistelas que fazem dele um ser humano perfeito, sempre bronzeado, com uma cabeleira loira de dar inveja a muita loura?

 

Antes estávamos na primavera, o verão quase a chegar, altura de estar ao ar livre e em que não há gripes, altura de sol e ar limpo. O crescimento da curva não me preocupava por aí além, tinha ideia de que haveria de estabilizar em números controlados.  

Agora ainda nem no inverno estamos. E já ultrapassámos o dia mais alto da 1ª onda. Não está a correr bem. Claro que já sabemos mais do que sabíamos em Março,  claro que já há máscaras e desinfectante por todo o lado, já há algumas terapias testadas e, sobretudo, já há muito mais ventiladores do que havia na altura.

Mas.

Mas ainda há gente que diz que anda sempre de máscara e a usa abaixo do nariz, ainda há muita gente que anda sem máscara dentro de escritórios em que não há ventilação natural, ainda há muita gente que acredita que, só porque conhece os outros, está livre de perigo e se junta, sem máscara ou distanciamento, em espaços fechados. Ainda há muitas empresas que não perceberam que é mais seguro para o seu próprio funcionamento (e sobrevivência) se os trabalhadores que podem estar em teletrabalho o estejam. Ainda há empresas que não perceberam que as reuniões, a menos que tenham inegavelmente que ser presenciais, devem ser sempre remotas. Ainda não há regras claras para que as condutas de ventilação sejam regularmente desinfectadas, para que o ar não recircule mas, sim, receba ar novo. Ainda não há campanhas públicas permanentes e objectivas a assinalar os bons comportamentos e os que devem ser corrigidos. Tem que haver todos os dias, em todos os órgãos de comunicação social, de hora a hora, mensagens claras e de carácter mandatório.

Contra factos não há argumentos: e os argumentos traduzem-se em números. E eles estão por todo o lado. 

Veja-se a curva verde-alface, a da Europa. Repare-se no ímpeto com que está a empinar-se, veja-se como está a níveis não atingidos antes e pense-se que se aproxima o inverno, período dado a viroses, período em que não dá para se estar ao ar livre durante muito tempo, nem para se estar de janelas abertas.

Por exemplo, em França, só nas últimas 24 horas, quase 27.000 infectados! Mas é em França e em todo o lado. A curva desta 2ª onda está a subir bem mais do que na 1ª -- e os números assustam. À hora a que escrevo já foram identificados, no mundo, 36.754.395 casos confirmados de Covid (e ainda não fez um ano que isto foi oficialmente identificado) dos quais já morreram 1.064.838. Não é brincadeira. Com a velocidade a que a segunda onda está a avançar temo que rapidamente, e olhando-os em retrospectiva (tal como agora olhamos os meses de Março a Julho), estes números nos pareçam razoáveis.

Concordo que o confinamento total não é indispensável nem recomendável mas tem que se agir mais incisivamente do que até aqui

É certo que tem que haver responsabilidade individual. Mas há lá coisa mais falível do que isso? Cada um interpreta-a como quer, como lhe convém, como a sua inteligência alcança. Portanto responsabilidade individual sim mas com regras -- para pessoas e para empresas e instituições e organizações de qualquer tipo --, com controlo, com ampla divulgação de boas práticas.

Caso contrário, temo bem que estejamos perante um desastre anunciado. 


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Mas, enfim, para aligeirar a prosa, que venha mais um naco de paródia: Trump, who else? 

Ver para crer. 



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E um feliz dia de domingo a todos

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