Se eu contasse como foi o meu dia, o meu e o do meu marido, nem daria para acreditar. Stresses, correrias, telefonemas intermináveis, cenas sobrepostas, ir para uma videoconferência com o cabelo ainda completamente molhado, ter que andar literalmente a correr para pôr a roupa a lavar, quase não conseguir almoçar, jantar às quinhentas... e tudo o que de disparatado se possa imaginar. E isto tudo, estando em casa. Mas não vou falar de nada disto, não estou com pachorra.
Vou falar de outra coisa.
Esta sexta-feira (chiça. já sexta-feira outra vez!) vou tentar fazer uma coreografia maluca com o meu marido para mandar à família. No outro dia recebemos um vídeo hilariante da menina mais linda com a sua mãe numa crazy dança, ambas com o cabelo para a cara, desafiando os da mesma camada etária a fazerem o mesmo. Não achei bem. Porquê essa discriminação? Ora. Disse logo que também enviaríamos o nosso. O meu marido não disse, nem diz, nada. Nestas ocasiões, faz de conta que não é nada com ele. Palpita-me que não vai querer colaborar... o que para mim fará com que o desafio tenha um outro desafio dentro. E outro ainda: onde pôr o telemóvel para nos apanhar capazmente? Só de pensar nisto já me dá vontade de rir. Perguntei que música era aquela e disseram que era esta:
Se ficar coisa decente, capaz de ainda aqui pôr para me desacreditar de vez junto de vós. Tirando isso, para já, é o que tenho para dizer.
Mais só se for que, quando nos despachámos, fomos até à rua e estava um tal frio que tivemos que regressar logo.
Arranjei agora um novo sítio para me instalar enquanto trabalho: é junto à porta-janela que dá para a rua, para entrar mais luz e estar mais calorzinho. E estava, então, no meu estaminé, de tarde a dar-me o sol de frente, e a pensar que devia era estar lá fora, a apanhá-lo de feição, em todo o corpo. Imaginei que estava calor. E, na volta, àquela hora até estava. Mas, ao fim do dia, não se conseguia estar na rua. Que amplitude térmica, senhores.
Ainda fomos estender a roupa mas custou, tal o frio. Poças. Que desperdício de vida ao livre, este meu.
Bem. Tirando essas minudências, verdadeiros não-temas, o que posso dizer é que, enquanto ouço na televisão uma pessoa inteligente a falar, Carla Nunes de seu nome, um bálsamo -- e daqui vai também um agradecimento ao Vítor Gonçalves que tem andado a fazer utilíssimas e ponderadas entrevistas com gente sabedora e inteligente -- estou para aqui a jogar conversa fora. Tenho a cabeça tão habituada a ter as mãos ocupadas com trabalhos manuais enquanto vejo televisão ou ouço música que, mesmo involuntariamente, estou sempre com um olho no burro e outro no cigano: com a cabeça presto atenção ao que estou a ouvir e, com as mãos, isto é, sem cabeça, vou escrevendo.
E agora, na tentativa de não maçar muito quem aqui vem na vã esperança de ter com que ocupar o tempo, partilho um vídeo que Leitor, a quem muito agradeço, me enviou.
Nesta era em que as notícias nos chegam sempre também por língua gestual, aqui partilho este, por acaso muito sugestivo, a propósito de sex toys
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Ando aqui a magicar umas coisas a propósito do Covid-19 (imunidade e etc) e se hoje ainda tiver tempo ainda aqui venho explanar. Agora ainda não estou com cabeça para me abalançar a tal.
Onde está o tal video que a vai desacreditar de vez? Eh, he, eh. Stay frosty UJM, stay frosty. ;)
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