terça-feira, setembro 24, 2019

No debate da RTP, a Catarina Martins perdeu uma boa oportunidade de estar calada.
Resolveu lavar roupa suja em público mas acabou por ter que pegar na sua própria roupa, fazer a trouxa e ficar com ela à frente da sua cara.
[E, de caminho, uma palavrinha a propósito sobre Jerónimo, sobre Rui Rio, sobre a Cristas e sobre o André.
E, claro, sobre o Costa]


Acabo de ver mais uma má jogada da Catarina no debate que está a passar na RTP 1. Resolveu armar peixeirada, atirar-se ao Costa da forma traiçoeira e deselegante e acabou por levar uma lição dele. Ficou mal, mal, mal na fotografia, esta Catarina. Acha que vale tudo, que os golpes de teatro são sempre eficazes e, afinal, ao ir longe demais, ao exagerar na forma e no conteúdo, estatelou-se a ao comprido. E, depois de levar uma valente e justa ensaboadela do Costa, em vez de enfiar o barrete e ficar caladinha, voltou à carga com uma regateirice que não lembra ao diabo. E agora, no final, vendo que a peixeirada lhe saíu mal, voltou ao tom da boa menina, de amiguinha do PS, de sonsa. Uma artista, em plena actuação. Para ela, a política é um palco e quer é receber palmas.
Não sei se há muita gente a ver o debate ou se há ainda gente oscilante quanto ao sentido de voto, mas, se houver, é bem capaz de a brincadeira lhe sair cara, é bem capaz de esta sua actuação, por mostrá-la como uma artista com défice de credibilidade, fazer perder votos ao BE. Seria bem feito.
Melhor, bem melhor, Jerónimo de Sousa. Um senhor. Tomara que o PCP fique acima do BE nas eleições. Pode defender uma ideologia datada mas uma coisa é certa: este homem é um homem honrado. E isso conta. E é sensato. E isso também conta. E o PCP é, todo ele, um partido de gente séria, gente de palavra. E isso, para os portugueses, é importante. Ou, pelo menos, devia ser.

Quanto ao Rui Rio, vejo-o divertido a assistir ao debate mas não sei se isso é determinante para alguém decidir votar nele. Talvez seja um homem espontâneo e honesto mas falta-lhe foco e sentido prático e, sobretudo, não tem mão no saco de gatos que é o seu partido e tudo isso, nas funções que desempenha, é grave.

Quanto a Cristas, nada de novo. Irrelevante. Fala, fala, mas nada de novo sai dali. Continua a ser uma flausina que debita casos, a verdadeira picareta falante. Ainda por cima, de dedo espetado. Incomoda. Cansa. Os portugueses estão cansados dela. Por isso, ou muito me engano ou, não tarda, fará parte do passado do CDS.

Sobre o André do PAN, nada a dizer. Tudo espremido, pouco sumo deita.

Escuso de fazer uma declaração de interesses. Como é sabido por quem por aqui me acompanha, não sendo eu filiada em nenhum partido, sou, em geral, votante no PS -- em especial nas legislativas. E António Costa é um grande líder, um socialista inteligente, muito inteligente, ágil e hábil, perspicaz, corajoso, paciente e determinado. E é um excelente governante. O que ele tem feito no País é notável. Portanto, será com todo o gosto e inteira convicção que votarei, uma vez mais, no PS.

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Uma palavra final para Maria Flor Pedroso: uma grande jornalista. Uma mulher de pulso. 
Ganda pinta.

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Costumo ter imagens nos meus posts e, desta vez, também as tenho. Não sei se têm a ver com o debate ou com as duas senhoras partidárias, uma conhecida peixeirona encartada e outra que, achando que os espectadores gostam de novelas que metam traições e cenas de faca e alguidar, resolveu lavar roupa suja em público, armando uma peixeirada que deixou a outra, a sister in populism, armada em superior perante tais sinais de baixeza.

Mas, se as imagens não tiverem a ver com isto ou com aquilo, também não faz mal. Vi no Bored Panda esta moda outono/inverno para galinhas e achei graça. Quem sabe não vai dar jeito a muita galinha desmiolada que por aí anda.

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E uma boa terça-feira a todos.

8 comentários:

  1. Vi os últimos 20 minutos do debate. Impressões possíveis:
    Mal, mal a Catarina Martins. Peixeira a Assunção. Completamente noutro cumprimento de onda o Rui Rio. Empático o Jerónimo, apesar (por causa?) da proposta final sobre as creches grátis até 2020 ter sido apresentada de uma forma tão ingénua e sonhadora, como se resolvesse todos os problemas da natalidade e da nação, que me fez sentir, ao mesmo tempo, pena do velhinho Jerónimo e algum desprezo pelo PCP desgarrado da realidade. Embora a prestação tenha sido boa, não gostei muito do Costa - entrou no jogo da Catarina e, embora vitorioso, adotou o mesmo registo, com uma manha mais bem disfarçada, como tão bem lhe sai.
    Quanto às urnas, estas são as primeiras eleições em que sei perfeitamente e de antemão em quem vou votar. Não me apetece contribuir para a cada vez mais provável maioria absoluta do PS - nem acho que a mereça. Sempre que foi chamado a fazer frente aos fortes (cough, cough, perda do Siresp para a Altice, cough, Tancos, cough, cough, rendas da eletricidade), o Governo de Costa, baixou a cabecinha tão baixinho que doeu. Haja força para pôr motoristas no sítio. O Bloco: não, nope, e se dúvidas houvesse, cada nova intervenção menos as há. Naturalmente que CDS é um big no. PSD: se em alguma legislativa votar nestes amiguinhos se pudesse dizer inócuo, quiçá até algo de não muito mau, provavelmente seria esta. Só que não, pois claro. Acho que o PC merece ser mais premiado do que o Bloco - apesar de, ao que tudo indica, seja o inverso que irá suceder. Até porque, na verdade, verdadinha, quem viabilizou a Geringonça, mais que qualquer outro, foi o PCP (incluindo mais que o PS de Costa, cujo primeiro discurso na noite das últimas legislativas foi mais derrotista que outra coisa), quando declarou expressamente que as esquerdas juntas tinham a maioria dos deputados da AR e que o PS só nao formava governo se não quisesse. Ah e o PAN, faltava o PAN. Pois... não. Arrajem gente decente, primeiro. Gente não populista, demagoga e que, de facto, pense no ambiente e não apenas em beatas e canis. Gente que se deite na terra junto aos flamingos do Montijo para impedir o aeroporto que lá querem construir, por exemplo. Ganas a sério, em vez de palavras ocas.
    Um abraço,
    JV

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  2. Recentemente, vim ter a este seu Blogue, que vou lendo com mais ou menos atenção, dependendo dos temas tratados. Hoje, porém, deparou-se-me um Post insólito. É que os seus comentários relativamente a Catarina Martins são de uma parcialidade que choca. Ao criticar a líder do BE da forma como o fez, colocou-se numa posição ainda pior do que aquela que atribui, injustamente, a Catarina Martins. CM não fez nenhuma “peixeirada”, como erradamente caracterizou aquela atitude de Catarina. Por vezes, somos tão anti-outras posições políticas (como podiam ser pessoais, futebolísticas, etc), como foi manifestamente o seu caso, que acabamos por não saber avaliar as situações que se nos deparam. Para melhor contextualizar isto que aqui refiro, conviria que a autora deste Blogue, com a cabeça fria – que não aquela que a levou a reagir a quente, em cima do acontecimento, porque a quente perde-se capacidade de raciocínio e de distância e acaba-se por perder a razão – recuasse um pouco e fosse ver aquilo que tem sido a postura do PS, bem como de alguns importantes dirigentes do Partido Socialista e recentemente de António Costa. Desde diminuir o trabalho conjunto que foi feito com o BE (e claro a CDU), ao longo desta Legislatura, desde designar o BE de “empecilho”, desde eleger o BE como o inimigo político a abater – toda a imprensa já notou isso -, com medo que o BE roube votos ao PS, até às declarações de António Costa, verbais, e numa entrevista (ao Expresso, a Daniel Oliveira, se não erro), onde o PM desvaloriza a acção do BE no apoio que este veio a dar à formação da “Geringonça” e, pior, reescreve os factos tal como teriam sucedido, na cabeça de Costa. António Costa (que não foi isento) entendeu reescrever a narrativa do que sucedeu naquela altura, procurando com isso diminuir a relevância do BE (que ele receia, nestas eleições). Foi sujo. Confesso que tal procedimento, por parte de Costa sobretudo – de outros, como Carlos César, por exemplo não me surpreenderia – deixou-me uma má impressão. Ou seja, para Costa e o PS vale tudo, incluindo manipular a verdade. Quando ouvi e li o que Costa foi dizendo, fiquei a pensar: como e quando irá o BE e a sua líder, Catarina Martins, reagir a este conjunto sistemático de provocações, sobretudo quando Costa referiu o papel secundário que o Bloco teve nas negociações que levaram à dita “Geringonça” e ao seu apoio parlamentar ao governo do PS de há 4 anos atrás. Daí que, o que Catarina Martins fez ontem à noite – aquele debate a 6 era a sua última oportunidade para repor a verdade dos factos passados, noutro contexto teria um impacto totalmente diferente e reduzido -, com a coragem que se lhe reconhece, foi explicar e esclarecer o que efectivamente se passou, à época. Costa não gostou de ser encostado às cordas. Sentiu-se desmascarado. Reagiu mal, não esclareceu devidamente, limitando-se a negar aquelas explicações (como uma criança apanhada em flagrante). Portanto, não houve nenhuma “peixeirada” por parte de Catarina Martins, nem ela foi “traiçoeira e deselegante” – termos esses que, a aplicarem-se, assentariam melhor ao candidato Costa. Depois, criticar recorrendo a uma terminologia como aquela que UJM utilizou, tentando fazer-nos crer que CM se comportara (intencionalmente)como uma atriz e não como uma política, também não foi bonito. Catarina Martins é uma mulher bastante inteligente, muitíssimo bem preparada – e articulada – com um pensamento ágil, um raciocínio hábil e astuto e é determinada, corajosa e com paciência q.b. Em Costa, vejo um político onde, para ganhar eleições vale tudo. Felizmente que quer o BE, quer, pelos vistos, agora também, o PSD, lhe irão impedir a tão desejada maioria absoluta. As sondagens hoje publicadas mostram-nos um PS em recuo claro e um BE e sobretudo um PSD em crescimento. Mais objectividade, menos rancor político e mais tolerância é o que se espera da autora deste Blogue, em próximos Post, para que o seu Blogue não deixe de ser apelativo.
    a) Martin Figueiredo (martin.figueiredo@yahoo.com)

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  3. Nunca votei PS. Acho o Sr. António Costa uma pessoa honesta. Voto também para que o PS não possa governar sem oposição. Gosto da frontalidade e sinceridade da autora do Blogue ainda que por algumas vezes discorde. Sendo a Comunicação Social toda ela de direita (até estranhamente a publica) faz-me "comichão" nas orelhas que a Srª. Catarina Martins seja tão acarinhada por ela. Talvez o Sr. Martin Figueiredo tenha a resposta.
    Cumprimentos.

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  4. Francisco de Sousa Rodriguessetembro 24, 2019

    Com a parvoeira que estou a ver de certa dita esquerda, espero sinceramente que o PS tenha maioria absoluta e para isso contará com o meu voto.

    Quanto ao PCP é um partido que muito respeito, será sempre uma alternativa ao PS, se me der algum dia um "vaipe" qualquer.

    Um abraço à minha querida intolerante, rancorosa, pouco obje(c)tiva e enviesada UJM.






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  5. JV, brava JV,

    Tenho para mim, ao fazer avaliações, que devo ter sempre presente aquela coisa biblíca 'pelos frutos os conhecereis'. Atenho-me a factos. Nas eleições, não escolho pessoas para serem meus amigos do peito, escolho para governarem o meu país.

    Também não voto a pensar em arranjos pós-eleitorais pois não posso fazer futurologia e, sobretudo, não quero correr o risco de que aqueles em quem mais acredito afinal sejam corridos: limito-me a escolher quem 'pelos frutos' melhor me parece merecer o meu voto.

    Sou uma moçoila simples pelo que os meus raciocínios são também muito básicos. Dos partidos que conheço, qual dá mais garantias de melhor me representar e de melhor vir a governar o país? É o PS. Ok, então voto no PS.

    Abraço, JV. E não se esqueça daquilo dos frutos...

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  6. Caro Martin Figueiredo,

    Cada um faz a leitura que lhe parece a mais ajustada face ao que conhece.

    O PS tem feito uma excelente governação e tem tido um comportamento ético e frontal.

    O BE tem comportamentos erráticos, frequentemente populistas.

    Nestas eleições o que está em jogo é escolher o partido que, na opinião de quem vota, melhor governará o País. Para mim é o PS.

    E pode a Catarina Martins pintar-se de dourado, sorrir, franzir-se, espernear ou contar o que lhe apetecer que vou continuar a achar que isso é ruído, poeira, irrelevâncias -- porque o PS é o partido que melhor governa e governará o País.

    Fazer campanha para mim não é falar muito, criar casos. Não quero saber de casos e casinhos. Em pleno debate, quando o que interessa é ideias, parece-me coisa de 'vizinha' a Catarina vir relatar conversas e alimentar intrigas e casinhos.

    E é isto. Posso do ponto de vista pessoal simpatizar mais com A, B ou C ou discordar de D, E ou F. Mas o que me interessa é quem tem serenidade, competência, visão, determinação e capacidade para fazer pontes e abrir horizontes. Por isso, votei no PS e gostei do que o PS fez com os votos que recebeu. E vou votar no PS para que possa continuar o trabalho que tem feito.

    Percebe o meu ponto de vista?

    É que eu sou como sou, digo o que penso e sou incapaz de dizer o contrário apenas para o blog ser apelativo...

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  7. Olá Anónimo/a

    Não quero repetir-me mas eu, para votar, não voto a contar com o voto dos outros. Não quero correr o risco de toda a gente achar que o governo do PS foi bom e que é bom que continue a governar mas que, sabe-se lá porquê, apesar disso, toda a gente vote noutro partido para o PS não ficar maioritário... e, às tantas, quando se for a fazer a contagem dos votos, surpresa!,voltarmos a ter o PSD no Governo de braço dado com a Cristas.

    Livra.

    Por isso, eu, sem medo e com plena convicção, voto PS.

    E obrigada pelas suas palavras.

    Tomara é que, depois do 6 de Outubro, tenhamos razões para festejar e para dormir tranquilamente.

    Abraço.

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  8. Olá Francisco,

    É isso aí! Um voto linear.

    O Caro Doutor, que sabe disto das mentes, diga-me: há lá coisa melhor do que raciocínios simples e linear? Gosto de ter cabelo solto, uso cabelo solto. Gosto de peixe cozido, como peixe cozido. Coisas assim, simples.

    E vai daqui, Francisco, desta conservadora e caquética e, ao mesmo tempo, terrorista e malvada, um abraço bem-disposto!

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