Vivi quase sempre em lugares altos. Em casa dos meus pais eu levantava-me e ia à varanda ver a serra. Ao princípio, via também o rio mas, depois, perdeu-se essa vista. Mas a vista sempre foi desafogada. A serra, um castelo, as casas ao longe, uma vastidão à disposição do olhar.
Depois, já quando por minha conta, vivíamos mesmo perto do céu. Um ninho de águia. O rio a toda a volta.
Agora ainda. Tenho cidade, tenho rio, tenho serra. Levanto-me e vou à janela. Fotografo vezes sem conta a largueza que o meu olhar alcança, como se quisesse fixar uma vista única. E é única. A luz muda de dia para dia, ao longo do dia. E isso muda tudo.
Agora ainda. Tenho cidade, tenho rio, tenho serra. Levanto-me e vou à janela. Fotografo vezes sem conta a largueza que o meu olhar alcança, como se quisesse fixar uma vista única. E é única. A luz muda de dia para dia, ao longo do dia. E isso muda tudo.
Quando andávamos à procura de um lugar no campo, procurámos tanto. Ou eram caros, ou eram espaços acanhados, mal avizinhados, confinados ou as casas eram feias ou escuras. Até que descobrimos este espaço a que aqui chamo heaven. Uma vista desafogada, a serra, o vale, saber que o rio corre lá ao fundo, poder ver o nascer e o pôr do sol, à noite muitas mil estrelas num céu infinito.
Gostava de ter a casa mais embrenhada em árvores. E está um pouco e o que me salva do furor radicalista do deita-abaixo é que são azinheiras, árvores gigantes e lindas, protegidas. Se for à janela ou quando abro as portadas para a rua fico no meio do verde e é uma sensação maravilhosa, uma paz total, um silêncio apenas entrecortados por trinados felizes.
Gostava de ter a casa mais embrenhada em árvores. E está um pouco e o que me salva do furor radicalista do deita-abaixo é que são azinheiras, árvores gigantes e lindas, protegidas. Se for à janela ou quando abro as portadas para a rua fico no meio do verde e é uma sensação maravilhosa, uma paz total, um silêncio apenas entrecortados por trinados felizes.
Mas a ideia de poder ter uma casinha mesmo no meio das árvores, uma casinha de madeira, não me abandona. Não me canso de ver 'modelos' e imaginar sermos mesmo nós a construir uma. Depois levar lá os meninos. Estar com eles a ver o imenso verde, o céu imenso.
Não terá nada a ver com a casa de Jim Olson o que imagino pois é mesmo numa cabanita que penso -- nada de grandiosidades, muito menos de luxos, mesmo que luxos despojados. Penso numa escadinha, uma casinha pequenina mas com uma varandinha para lá pormos duas cadeiras confortáveis. E sentarmo-nos lá a ver os montes, o arvoredo, ouvir o canto dos pássaros. Imagino isso.
E, enquanto isso não nasce das nossas mãos, vou-me entretendo a ver casas no meio da floresta, espaços arejados, luminosos, aconchegantes. A casa que abaixo se vê é linda, linda. Gostava de poder, um dia, passar uma noite numa casa assim. Uma noite ou um dia. Ou uma noite e um dia.
----------------
Pinturas de Fed Williams e o Gabriel's Oboe de Ennio Morricone a acompanhar
----------------------------
Confissões e circos no post abaixo.
-------------------------------------------
----------------------------
Confissões e circos no post abaixo.
-------------------------------------------
This is a perfect post!
ResponderEliminarMúsica sublime, belíssimas imagens e, embora ele não se veja, impossível não pensar no Jeremy Irons... eu sei, há outros actores muito bons no filme, mas o JI é especial (pelo menos para mim).
As pinturas, especialmente a última, são uma maravilha.
E que dizer da "casinha na árvore voltada a sul sobre a água"?
Parece tudo tão perfeito, que bom deve ser viver ali no meio de tanta beleza.
Sabe que mais?
Construa a sua casinha depressa, não adie mais, por si (pelo seu sonho) mas sobretudo pelas crianças.
Tenha um "Perfect Day"!
Maria
P.S. Amanhã há Lua Cheia.
Vistas para a "Serra" em Lisboa? Que "Serra"?
ResponderEliminarGostei imenso das pinturas.
ResponderEliminarEspero que consiga realizar depressa o seu sonho.
A casa do video é linda.
Beijinhos:))
Ao Anónimo: https://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_de_Monsanto
ResponderEliminarTambém quero uma casinha na árvore!
Have a nice evening!
A dita “serra” de Monsanto «é uma elevação de Portugal continental (Wikipédia)» e tem apenas 227 metros de altitude. Comparada com a de Sintra, que tem 528 metros, é um “monte”, ou “colina”.
ResponderEliminarMas que "discussão" tão interessante!
ResponderEliminarSe a UJM mora na margem sul é natural que a serra do paraíso também seja na outra margem.
De qualquer modo, será que estão à espera que ela vos diga onde é?
Já agora, com as coordenadas de GPS, não?
Havia de ser bonito: uma invasão ao in heaven já no próximo fds.
Livra!
Maria
De Lisboa vê-se a sul em toda a sua extensão a Serra da Arrábida e, a ocidente, a Serra de Sintra. Para norte também se vê a Serra de Bucelas.
ResponderEliminarUm bom dia para todos!
Sara Adalgisa
Evidentemente que a UJM aludiu a um local elevado, pouco urbanizado e Monsanto tem essas características, mas se a UJM viver num 15.o andar num local relativamente elevado, decerto verá outras elevações da Grande Lisboa.
ResponderEliminarRico dia a todos.