Estou naqueles dias. Nem sim nem sopas, antes pelo contrário. Contudo, no meio de tudo aconteceram coisas francamente boas.
Para já, coisa rara e nunca vista, pouco trânsito à vinda. Aliás, hoje pouco trânsito desde manhã e em todos os trajectos.
À hora de almoço, indicação de acidente. De longe, vi bombeiros na berma. Felizmente não atrapalhavam muito. Bombeiros, polícia, uma ambulância, gente fora dos carros. Vi-os a tirarem uma maca da ambulância. Alguém não estava bem. Passei ao lado, segui, e dei por mim, como noutras vezes, a sentir-me aliviada por, a partir dali, o trânsito estar desafogado e de ainda conseguir chegar a horas ao meu compromisso. Só depois é que me lembrei que não liguei patavina ao acidente em si nem senti pena da pessoa que estava mal. Tantos são os acidentes que uma pessoa vê a toda a hora, tanto o trânsito e tantos os anos de vida nele perdidos que uma pessoa adquire indiferença perante as maçadas ou perigos alheios.
A outra coisa boa é que, para o jantar havia restos que, admitia eu, não chegavam e que ainda teria que cozinhar. No entanto, vistas bem as coisas, o que havia era mais do que suficiente e, portanto, não apenas cheguei a casa a horas decentes como não tive que fazer o jantar.
Há ainda outra coisa mas não foi só hoje, é quase todos os dias, mas é uma coisa tão insólita, tão maluca, divertida e, ao mesmo tempo, trágica mas que não posso contar aqui pois é tão rara que não pode ser contada sem que corra o risco de ser imediatamente identificada porque é daquelas com que nos deparamos uma vez na vida. Estive a contar ao meu marido e fartei-me de rir. Ele também riu mas disse, 'Deve ser muito complicado' e foi mais do que mera solidariedade masculina, foi mesmo compaixão. Um dia, quando puder, conto. Tenho que contar. Uma coisa destas não pode passar ao lado do UJM, um sítio onde qualquer bizarria assenta que nem uma luva.
E agora, depois de aqui ter estado no meu aconchegante sofá, na boazinha, a ver notícias e a ver os meus lindos livros de ontem, apeteceu-me rir um pouco mais, de preferência daquele sorriso suave, bom, a modos que enternecido.
Fazem-me companhia, fazem...?
Fazem-me companhia, fazem...?
... and smile...
E até já, meus Queridos Leitores (e Leitoras também).
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