sexta-feira, fevereiro 15, 2019

Carlos Costa, Mário Nogueira e, para lavarmos a vista (e, em boa verdade, a alma), Bercow e Charlot



Vou falar do Carlos Costa para quê? Assunto tão velho e relho quanto a incompetência dele. Macaco de rabo pelado, pode ser que saiba governar a sua vidinha mas bancos não é coisa que lhe assista. Não vê, não fala, não ouve. Pelos vistos também não cheira. Pode haver esturro por todo o lado que não lhe cheira. Não sei quem é que alguma vez acreditou que o Banco de Portugal, com ele à frente, estava bem entregue. Eu não. Desde que lhe pus os olhos em cima que vi logo que é daqueles cornos mansos: é o último a saber e, mesmo quando sabe, prefere fazer de conta que não sabe para não ter que se chatear.


Por isso, não vou falar do dito faz-de-conta. Um daqueles faz-de-conta que não desgruda. Vai ter que ser corrido a pontapé porque pelo pé dele já se viu que não sai. Podia ser apenas um macaco de rabo pelado, cego, surdo e mudo mas nem isso, é mesmo daqueles emplastros. Há-de estar em decomposição e ainda a arrastar-se para o Banco. Não tenho paciência. 


Volto a dizer: se fizerem a troca do macaco banqueiro pelo artístico homónimo, o Banco fica melhor servido. Há quanto tempo o ando a dizer? Ninguém me dá ouvidos. É uma pena.

Também vou falar do Mário Nogueira para quê? Ouvi esse outro macaco de rabo pelado a gabar-se de ter ajudado a deitar abaixo o Governo de Sócrates. Lembrava ele que é melhor não aborrecerem os professores porque quem se mete com eles dá-se mal. Esqueceu-se de dizer, esse outro emplastro da velha guarda do sindicalismo jurássico, que ajudou a trazer Passos Coelho, Paulo Portas, Relvas, a Marilú e tantas outras sinistras figuras para a ribalta. Esqueceu-se de dizer que, durante o governo do Láparo, o tal que se gabava de ir para além da troika, andou caladinho, bem comportadinho. Não me esqueço disso, ó Mário das Laranjas azedas!


Há classes profissionais que se afastam da estima dos seus concidadãos graças às criaturas que se enfiaram nos sindicatos e de lá não saem. É o caso deste Mário Nogueira, da Cavaca (a chefe dos sindicatos dos enfermeiros) e doutras avestruzes que melhor fariam se fossem aí para o campo enfiar a cabeça na areia.

Mas, juro, para mim, quer o Nogueira quer o Carlos Costa são tão já figuras do passado que já não me apetece falar deles.

Salto, então, para mais uma valente derrota da despassarada da Theresa May que nem sequer estava lá para ouvir a contagem dos votos e assumir mais um abada. O dia do Brexit aproxima-se e aquela gente continua à nora, sem conseguir chegar a um acordo entre eles e/ou com a União Europeia. No meio da mais absoluta desagregação, é, como sempre, Bercow que segura as pontas, que distribui o seu grito de Order! Order!, que manda calar um e falar outro. O vídeo abaixo é mais um momento memorável. Ele, a sua voz e as suas gravatas são de antologia.
Theresa May has once again been humiliated over Brexit after Tory MPs pulled their support for her plans.
The PM’s strategy was left in tatters on Valentine's Day after Brexiteers abstained on her motion, leaving it to be defeated by 303 votes to 258.


E, em mais uma noite de estafa, tendo chegado a casa, outra vez, às quinhentas (e, de novo, incapaz de responder aos comentários nem mesmo para agradecer ao P. Rufino que, romântico como só ele, lembrou belíssimas palavras de Pessoa ou para dizer à JV que aquilo ontem, no fim, assim ao descair, do 'desculpem lá qualquer coisinha' foi mesmo para me armar em passarinha patetinha depois de ter escrito um post nulozinho, coitadinho.)

Esta minha semana tem sido do caneco, não propriamente má mas demasiado preenchida, a passar a correr e eu a correr atrás do tempo, e esta sexta-feira vai ser a mesma coisa. Não posso deitar-me tarde demais porque tenho que me levantar cedo demais.

Por isso, com vossa licença, ficar-me-ei por aqui mas não sem antes me rir com ternura a ver o meu amigo Charlot.




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6 comentários:

  1. Nunca percebi a obsessão das pessoas com o Mário Nogueira. Não é bastonário de coisa nenhuma, é o líder de um grande sindicato - faz o papel dele. A única luta aberrante de Mário Nogueiro/dos professores ao longo dos anos foi a luta contra a avaliação. As reivindicações atuais são justas e o sindicato tem-se mostrado disponível para negociar e aceitar uma solução escalonada - ao contrário deste governo que tem sido intransigente. Mas é intransigente apenas com tudo o que respeita a reivindicações das pessoas comuns (professores, enfermeiros, guardas prisionais, etc.), porque depois limita-se a baixar a cabeça, cobarde e sistematicamente, quando tem pela frente casos como os sucessivos abusos do Novo Banco e do fundo que o comprou, a venda do Banif, a vergonhosa tentativa falhada de adquirir a maioria do capital do Siresp, perdendo-a para o principal culpado das falhas de comunicação aquando dos incêndios de 2017 (ficando colocado na estúpida - e cara - posição de maior acionista minoritário), quando tem a sanguessuga EDP à sua frente, etc. E vamos ver como resolverá a questão ADSE - suponho que resolverá como tem resolvido: ou cedendo às injustas (estas sim!) reivindicações dos privados que não querem devolver aquilo que faturaram a mais (!) ou decidindo armar-se aqui em fortalhão, com muito prejuízo para os membros, que já perdem, em média, mais do que ganham com a ADSE, ou não fosse ela há muito superavitária e ilegitimamente usada para tapar buracos no OE. Contra mim falo, pois só por teimosia e um absurdo sentimento de gratidão social me mantenho inscrita sem retirar praticamente benefícios e custando-me um balúrdio por ano.
    Sou apoiante deste governo desde o primeiro momento - mesmo quando alguns socialistas, quer famosos, quer alguns meus conhecidos, não o eram - e continuo a sê-lo. Porém, parece-me óbvio que se trata de um governo que nenhum investimento fez, que não soube defender o país dos poderes instalados quando a isso foi chamado e que geriu mal sempre que se deparou com alguma situação excecional - sem prudência nuns casos, sem proatividade noutros. Alguma devolução de rendimento - pouca, pois a grande parte da devolução deveu-se às decisões do TC e outra parte foi, ao longo dos quatro anos, muito "suavizada" pelas escandalosas taxas de retenção de IRS, agora finalmente mais baixas. (Não se pense que estes empréstimos forçados ao Estado graças às taxas de retenção na fonte - elevadas pela geringonça no início da sua governação - são apenas isso, meros empréstimos. Há repercussões graves. Todos aqueles que têm o salário penhorado veem-se sem esse valor em definitivo, pois o reembolso do IRS retido em excesso vai direitinho e na integralidade para os credores - e não me venham cá dizer que insolventes merecem que lhes aconteça tudo, pois se é para ser assim então que acabem com a impenhorabilidade de parte dos salários dessas pessoas e coloquem-nas já num asilo para renegados da sociedade sem direito a sobreviver enquanto tentam recompor as suas vidas.)
    É um governo histórico para a democracia portuguesa como caso de sucesso pela "geringonça" que é e por ter conseguido passar com distinção na sua mais importante missão: sobreviver aos mercados e ao défice, apesar da "loucura" de ser suportado pelos partidos de esquerda - tendo alcançado valores historicamente baixos, às cavalitas do turismo. Foi um feito importante. Não lhe conheço muitos outros.
    Abraço
    JV

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  2. Outra coisa.
    Não é o populismo do fim das propinas que me entusiasma. Idealmente, concordo que é positivo. Mas não somos a Dinamarca. O reforço do SAS, passando a dar mais apoio à habitação, seria muito melhor. As faculdades já funcionam à força de raspar os ossos de funcionários e docentes mal remunerados, quando não são meros escravos chamados de "investigadores com carga letiva". Menos de dez funcionários públicos a trabalhar nas secretarias das faculdades que regularmente vão para casa já depois das 22h e trabalham também aos fins de semana, de forma a conseguirem responder a todo o tipo de solicitações de milhares de alunos e centenas de docentes. Os alunos queixam-se que as provas são marcadas ao fim de semana. Talvez prefiram quando passarem a ser marcadas durante as férias. Vem esta medida populista logo agora que temos recebido um número incrível de estudantes estrangeiros. Este ano, em duas turmas de cerca de 40 alunos cada, mais de metade eram brasileiros. Brancos com dinheiro que deixaram o Brasil do Bolsonaro em quem votaram para os negros da favela. Deixem-nos pagar as propinas, valha-me Deus!
    JV

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  3. Não é este Mário Nogueira que tem uma rua na ilha Madeira oferta do João Jardim!!! Este Nogueira bem para porteiro do Sócrates Sérvia.

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  4. Valente JV!
    Esta rapariga é fantástica! Uma futura grande advogada, se não o for já! Permitam-me apenas dois curtos comentários, a propósito do que a Leitora JV disse:
    - um, no que respeita aos bancos. Aqui há tempos tentar safar um amigo, cuja casa estava sob a alçada da CGD, pois tinha deixado de conseguir pagá-la. Só faltavam menos de 100 mil euros. Não se conseguiu, tendo em conta a legislação actual e os procedimentos da CGD, agora com o Macedo da Opus Dei à frente dos seus destinos (feroz e implacável..para com estes, mas manso para com quem mais deve). O juiz não aceitou a argumentação. E, entretanto, uma lista obscena de grandes devedores, entre os quais o tal Berardo, com mais de 200 milhões em dívida, permanece, serenamente, na sua casa, sem problemas;
    - outro, as Universidades Católicas (e a Igreja), que não pagam IRS, IMIs, custas judiciais, etc. A reportagem da TVI (e o debate que se seguiu) foi esclarecedora e, pelo menos a mim, criou uma repulsa por aquela gentinha. Tantas empresas, incluindo Universidades Privadas, a pagarem, honestamente, os seus impostos e a Católica passa ao lado! È aviltante! Miserável. Gostei de ouvir o ilustre professor Reis Novais, entre outros dignos comentadores que ajudaram a desmistificar esta situação de privilégio único e inaceitável! Como se não bastasse, as Universidades Católicas recebem do Estado (Governos), anualmente, 7 milhões de Euros a título de contribuição do Estado!!! O que dava para financiar centenas de bolsa de estudo aos alunos das universidades do Estado, como ali foi referido. E, como se não bastasse, as Universidades Católicas obtém um lucro anual de 67 milhões de Euros…livre de impostos! Como é possível? Olhando para as suas origens e razões para que foram criadas, através do piranha do Cardeal Cerejeira (vide reportagem) e depois com o apoio (jurídico e político de Marcelo Caetano, em 1971), conhecendo-se que a ideologia Neo-Liberal é a trave mestra daquele tipo de ensino, fica-se com uma ideia do que se pretende dos alunos. E claro, Cavaco Silva (a par de Miguel Beleza, o então MF e Roberto Carneiro, o então ME) arranjaram as coisas, já depois do 25 de Abril, em 1990, mantendo um tal articulado (10ª) da legislação anterior para que essa “Instituição de bem-fazer social, sem carácter lucrativo” (!!) conseguisse manter os privilégios que ainda hoje subsistem, por incrível que pareça! Pergunto: e os Srs. Centeno e Costa (a par do Ministro do Ensino Superior) vão de uma vez por todas acabar com este estado de coisas (privilégios) ou não? Realmente! Só neste país, que finge que é Laico!
    P.Rufino
    PS: Estimadíssima UJM, sabe, sempre tive uma queda para um certo romantismo. Ainda hoje gosto de surpreender a minha mulher, com um gesto desse tipo…embora não no Dia de São Valentino (aí estou consigo. Romance é todos os dias e não a 14/2). Bom Fim de Semana!

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  5. Totalmente de acordo quanto às universidades católicas, P. Rufino. Ainda hoje, curiosamente - ou talvez não, dada a reportagem da TVI que colocou o tema nas bocas do mundo - discutia com um colega a questão da isenção de IRC e outros benefícios da Universidade Católica. Daquelas regalias que têm de acabar, qual mão-morte a arrastar o país para trás.
    Abraço!
    JV

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  6. JV e P. Rufino,

    Gostei de vos ler e com vontade de rebater alguns dos vossos argumentos. Mas como concordo com parte do que disseram e como passa das 2 da manhã e como a vossa conversa está animada qb, desculpem que ceda à preguiça...

    Abel,

    E idem o que disse acima...

    Um bom fim de semana a todos e gracias pelo que escreveram (mesmo aquilo que me merece algumas reservas... :))

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