domingo, outubro 07, 2018

Melania Trump, eleva a sua interpretação do dress code a um outro patamar.
A nossa Judite Sousa tem ainda muito a aprender


Durante algum tempo, os mais dados a teorias da conspiração diziam que a boa da Melania vestia-se assim ou assado para mandar recados ao Trump. Sugeriam que, furiosa com as macacadas do marido, desafiava-o publicamente com as mensagens subliminares que as suas toilettes enviavam. Nunca percebi tal coisa. Sempre me pareceu isso ficção fajuta em torno de uma realidade simples: volta e meia Melania desatina na escolha das toilettes. Para ela, isso do dress code é coisa complexa que, volta e meia, lhe sai ao lado. 

Enquanto escrevo, a espaços -- entre os zappings que o meu marido vai fazendo -- aparece-me a Judite Sousa. O meu marido comenta: 'Mas esta mulher não se vê ao espelho?'. De facto. Nada ali bate certo: a blusa, o casaco, as calças, tudo em azul de tons diferentes e em excesso; e, a desestabilizar ainda mais o conjunto, o cabelo. Pura falta de jeito. 

Penso que Melania padece do mesmo mal. 

Depois, ponhamos as coisas em perspectiva: mulher com os cinco alqueires bem medidos e com coluna vertebral em bom estado, não se casaria com um animal como Trump. Mesmo que tivesse ido ao engano, pouco depois estaria em condições de reparar o erro, mandando-o dar uma grande curva. Mas, enfim, este mundo está longe de ser perfeito e as coisas são o que são.

Enquanto primeira-dama, o que retemos dela é que é bonita, vistosa. Foi modelo, sabe posar. Sabe engolir sapos, sabe sorrir mesmo quando deve sentir vontade de vomitar os sapos que engoliu. Já discursou usando palavras plagiadas de Michelle Obama, já foi desfeiteada em público pelo marido, já cometeu gaffes, já viveu longe da Casa Branca, já aturou a preferência do marido pela filha e por outras mulheres, já tudo.

E se umas vezes aparece elegante, quase irrepreensível, outras vezes aparece ridícula. Não que as toilettes lhe fiquem mal. Não ficam: com a sua estatura, silhueta e beleza qualquer trapinho lhe fica bem. O que acontece é que frequentemente não fazem sentido naquele contexto. Ir visitar vítimas de um furacão ou ir plantar uma árvore com sapatos altíssimos, de salto de agulha, ou ir ver crianças separadas dos pais na fronteira e levar um casaco estampado nas costas com 'I don't care. Do u?' não revela bom senso. 

Agora fez a sua primeira visita a solo a África... e foi um fartote. Ao estilo colonialista ou a querer imitar Meryl Steerp em África Minha, ou, de novo, de saltinho agulha onde menos se esperaria, houve de tudo. 

Aqui uma excepção: simplesmente mal jeitosa, uma verdadeira maria-mijona

Se estes sapatos fazem aqui, neste contexto, algum sentido...

Um estilo colonial completamente descabido e que causou algum incómodo no Gana

Olhem para isto. Um puro nonsense

Finalmente uma toilette bonita.
Mas, lá está, um pouco too much na altura dos saltos e, para festim dos media, no desabotoamento da saia.

Mas, enfim, todos os males fossem esses. Isto é apenas o toque de humor que condimenta a coisa.

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