terça-feira, julho 17, 2018

Como prevenir birras em crianças.
[Conselho um bocadinho politicamente incorrecto]


Em casas onde há muita criançada, o chinfrim e o seu natural rebuliço tornam-se, por vezes, cansativos. Felizmente, pelas minhas bandas nenhum é dado a birras mas, mesmo sem isso, só o chamarem uns pelos outros ou a falarem uns com os outros provoca umas boas decibeladas bem acima da média. A minha filha sugeriu uma coisa para evitar a perturbação sonora e eu lembrei-me de quando uma vez, há muitos anos, fomos em grupo ao Toucinho comer sopa da pedra. Cunhados e primos e respectivos filhos. Os meus e os dos primos já eram mais crescidinhos mas, ainda assim, falavam muito. Mas os meus sobrinhos, mais novos, um deles ainda bebé, pioravam a coisa. Certamente desestabilizados pela barulheira do restaurante e, se calhar, com fome, choravam baba e ranho. A minha cunhada estava em ponto de rebuçado e meiguinha como só ela, saíu-se com esta: devia ser proibido trazer crianças para os restaurantes, deixávamo-los no carro como aos cães. Foi o escândalo geral entre nós. Ainda hoje me lembro disso. Claro que não o faria, julgo eu, já que lhe tenho visto muita coisa muito pouco canónica mas não tenho ideia de maus tratos ou abandono de crianças -- mas o tom em que o disse quase fazia temer o pior. Ainda me lembro do meu cunhado se aborrecer com ela -- Olha lá! Isso é coisa que se diga?! Estás parva ou quê?! -- coisa que, obviamente, lhe entrou a cem e saíu a mil. E ele, mais do que certamente, deve ter-se virado para o outro lado e, conversador e bon vivant como só ele, deve ter mandado vir uns queijinhos e um bebo tinto e nem mais se deve ter lembrado do dislate da mulher ou da birra dos filhos.

Mas, enfim, ter uma criança que faz birras pode ser constrangedor. Não sei se é falta de educação, se é falta de carinho ou de atenção mas acredito que, em especial em público, deve ser complicado para os progenitores.

Agora um conselho como o desde anúncio é que nunca tinha visto: ainda mais radical do que a solução canina da minha cunhada.



Ora bem.

É certo que prevenir é o melhor remédio mas, caraças, talvez não seja preciso tanto. 

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E haja humor. E, já agora, também amor.
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