Os amores impossíveis dão bons livros, grandes filmes, histórias comoventes. Mas, na vida real, imagino eu, devem ser uma grande maçada.
Sempre ouvi dizer que não se escolhe, que o coração é que manda. Como não sou de ir em cantigas não faço coro e, como não sou cientista da coisa, também não vou pôr-me para aqui a teorizar. E também não vou falar de mim pois posso ser uma excepção e, às tantas, ninguém se reveria no que eu dissesse e ainda me achavam uma maria-tangas. Portanto, o melhor é não dizer grande coisa.
Só que penso que é próprio do reino animal em geral serem as fêmeas a escolher os machos e que estes têm que se bandear todos, fazer danças nupciais, soltar odores atraentes, cantar maviosamente, abrir o rabo (isto no caso de certas aves, bem entendido), desfilar, dizer gracinhas, puxar o cabelo para trás, cofiar o bigode e tudo o que se queira para chamar a atenção das fêmeas.
E o que eu posso dizer, a propósito disto, é que me sinto muito bem integrada no reino a que pertenço, obrigada.
Contudo há quem subverta isto tudo -- e, esquecendo-se que pertence ao dito reino no qual as fêmeas têma primeira e a última palavra -- se apaixone por quem não deve, quem resolva passar a vida a bater com a cabeça nas paredes ou a desfiar penas e enredos. E, se calhar, sentem-se bem nesse papel. Se estiver na sua natureza andar sempre a carpir mágoas, então, estará tudo certo. Pode alguém ser quem não é?
Mais: quem sou eu para opinar a favor ou contra? Ninguem. Se é assim que algumas pessoas gostam de passar os dias, quem é que tem alguma coisa a ver com isso? Também ninguém.
Mas, lá está, cenas dessas dão boa prosa e pungente poesia mas alegria e qualidade de vida disso já não estou tão certa.
[E, como está bem de ver, só para aqui estou neste desconverseio porque vi a ilustração abaixo e achei que estava bem pensada, sim senhor. Tirando isso, pois muito bem, o que eu estimo é o que eu desejo]
Tal como no post abaixo, o da realidade virtual, a pintura é de Stephan Schmitz
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