terça-feira, junho 12, 2018

Ocorre-me que algumas das cenas deste vídeo poderiam inspirar alguém na resolução do salsifré armado pelo Senhor Presidente Bruno de Carvalho


Aqui em casa há uma pessoa que se recusa a ouvir o Bruno de Carvalho quando ele resolve dar uma das suas espirituosas conferências de imprensa. E essa pessoa não sou eu.

Confesso: há uma tal tresloucura nas desatitudes do dito Senhor Despresidente que começo a querer ouvi-lo e vê-lo para tentar perceber como desfunciona aquela descabeça. Mas não consigo, não me deixam. Sportinguista de gema, o meu marido sofre com a destruição a que se está a assistir, não quer ser testemunha, zanga-se comigo, quase como se achasse que eu, por querer ver, estivesse a acobertar o maluco.

Não sei como argumentar, falham-me as razões, fico calada, só peço: 'Deixa lá ver'. Mas ele insurge-se, caça-me o comando, diz que era o que faltava.

No breve instante em que consegui espreitar a dita desconferêntica,  um jornalista fazia uma pergunta qualquer ao doido em questão e, para meu espanto, tratou-o por Senhor Presidente. E o doido percebeu que era com ele e respondeu. Se fosse eu ali, na qualidade de jornalista, iria fantasiada, endiabrada, talvez feita Paula Bobone ou José Castelo-Branco, e teria começado a pergunta com um tratamento do género: 'Sinhô Macaquinho Chinfrinateiro' ou 'Senhor Patatiti-Patatá Xiripitatatatá' ou 'Doutô Porcalhinho Roncadô' ou 'Doutô Pirilouco Xexeco' completando, então, com: '... já reparou que tem um olho cor de rosa e outro amarelo às pintinhas e um rabo de macaco pelado que aparece debaixo da sua saia rodada que tem um lagarto pintado?'. A ver como ele reagia. E se ele ficasse despreplexizado, avançaria com outra: 'O que tem a dizer do facto da pomba do Espírito Santo agora andar com a cara do Jorge Jesus e querer andar sempre aninhada no refego do seu prénis?'

Não sei se ele perceberia o alcance profundo e metafísico da coisa. E de cada vez que a bestiúncula criatutura pretendesse levantar descabebelo, avançaria, inquisitorial: 'Marquês, Sinhô, Baronês, Comandante-Marinhês dizei: se os jogadores todos baterem com a porta e o Sporting ficar vazio, roído, sem folhos nem refolhos, nem cobres nem desgarantias, o que fará Vossa Luminosa Eminência?'

E completaria: 'Faz uma plástica para ficar igual à Dona Valério e passa o resto dos seus dias, nu, pintado de verde, escarranchado a cavalo no leão, a cantar o fado com a pomba Jesusa ao ombro? É isso, Sinhô Doutô Burrô Pirilouco? É isso que Vossa Porcalhota Desparda Eminência vai fazer quando o seu ex-verde clube estiver a arder? É, ó Sinhô Baboseirinhas Caloteirão?'

E tantas deste calibre lhe perguntaria que o Sinhô Presisiden Brunô haveria de fugir dali a setenta e sete despés, com medo da minha desloucucura. 

Ou isso ou, então, os senhores veneradores grandes jornalistas ensaiarem um número idêntico à cena inicial deste vídeo.

Mas atenção: eu disse 'ensaiarem'. Ou seja, coisa a fingir, claro. Não sou de incitar. Só um cheirinho de susto, mesmo na base da brincadeirinha, sustinho bobo. Como aqueles meninos do coro que foram a Alcochete só para conversarem com o saudoso Jesus.



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É que, se não se atalhar a desprogressão tresloucural, na próxima conferência marada, ainda teremos o bom do Bruno a fazer um número idêntico ao do abaixo Reverendo.

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Isso é o quê, ó Senhor Presidente, é cucu duduro?

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