Tem razão o Leitor P. Rufino ao admitir que eu não teria gostado que a minha filha, quando tinha 15 anos, se tivesse embeiçado por um professor de 39. De facto, não, nem um bocadinho. Acho que ficaria passada, furiosa, danada da vida com ela e capaz de ir à cara ao prof. E, se soubesse que a coisa ia um milímetro para além de platónica, apresentaria queixa na polícia. Logo. E queixa na escola e no ministério, E sentir-me-ia tentada em mantê-la, a ela, presa em casa, sem telefones nem acesso ao correio em papel, sem poder assomar à janela, não fosse o marmanjão pôr-se especado na rua para ela o ver. Um problema gravíssimo.
Se se passasse com o meu filho, o mais provável é que não soubesse de nada pois, enquanto a irmã era de paixões avassaladoras que não podiam passar despercebidas -- que tinham que ser vividas a 150% sem intervalos para respirar e sem qualquer hipótese de serem contrariadas, nem que isso gerasse guerra fracturante em casa -- ele sempre foi de fazê-la pela calada, sem ondas. Quando eu sabia de alguma coisa, o facto estava mais do que consumado, era público, se calhar até já pertencia ao passado. Mas, admitindo que eu sabia, então ficaria furiosa e ele ficaria furioso comigo por achar que eu não tinha que me meter nas coisas dele e eu ficaria receosa que ele ficasse a fazer o mesmo que fazia antes mas com mais cuidado para eu não descobrir. E eu ameaçá-lo-ia e tentaria dar-lhe uma valente bofetada e ele, mais alto que eu um bom par de palmos bem aviados, faria aquilo que fez toda a vida: defender-se-ia com as técnicas de defesa que tinha aprendido no judo, no karate e mais não sei em quê e eu, nem que tentasse apanhá-lo sentado e à traição, nunca conseguiria assentar-lhe a mão em cima. Um problema grave.
Contudo, o amor tem destas coisas. Recebi um mail onde alguém diz que ela o violou quando ele era menor e que deveria era ter ido presa. Não sei se é verdade. Sei, isso sim, que Emmanuel e Brigitte esperaram vários anos até que ficasse claro para ambos que estavam perante uma inevitabilidade. Para ela, então, não deve ter sido nada fácil. Com três filhos e um marido, ao que consta, estimado, uma vida confortável e uma situação familiarmente estável e, certamente, enfrentando a censura social e a preocupação familiar, acredito que Brigitte tenha passado uns anos complicados até se divorciar e assumir um relacionamento com Emmanuel.
E agora parece que continuam a gostar um do outro e que formam um casal que mutuamente se apoia e, portanto, face aos factos actuais conhecidos, o que desejo é que assim continuem, solidários e amantes.
Mas, não sejamos ingénuos: a diferença de idades entre eles será sempre motivo de conversa, quando não de chacota. Presumo que já estejam calejados mas, ainda assim, por muitos anos que passem, alguém aparecerá sempre a recordar o início do romance e o facto dela ter idade para ser mão dele.
Faz agora um ano, o casal foi passear para a praia de Biarrtiz e a coisa, no Paris Match, saíu curiosa pois as fotografias mostram o casal, timidamente vestido, a passar ao lado de um denodado nudista.
E, claro está, as gracinhas não se terão feito esperar. Uma dessas imagens chegou-me hoje e aqui a partilho convosco e, como se vê, mostra a primeira vez que o amoroso casal Macron se passeou na praia, desta feita em Saint Tropez.
A bon entendeur, salut!
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Ter Marine le Pen e Macron na última volta das presidenciais francesas é qualquer coisa de assaz perturbador mas, uma vez que a mediocridade dos últimos anos a isto levou, pois que ganhe o mais sensato e o menos bronco e perigoso dos dois: o petit garçon de Madame Brigitte.
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Já agora, imagens do debate que, ao que parece, não correu lá muito bem à Marine.
Mas nunca fiando porque esperteza não lhe falta.
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E queiram descer para verem as últimas de Stephen Colbert que está a ver-se em apuros, com associações de gays e hordas de republicanos a pedirem o fim do seu programa.
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Um homem (ou um adolescente) ser violado? Prefiro o termo “ser levado a”, pois convenhamos parece ser o mais adequado. Por exemplo, um impotente nunca pode violar. Quando muito ser abusado. Mas, isto levar-nos-ia a uma discussão não só jurídica, mas muito para além disso. Conheci um caso de um casal que veio a apresentar queixa da empregada/criada (por sinal bem bonitinha), no Tribunal, quando veio a saber, ou a perceber, que a dita empregada/criada, de 30e tais, costumava deitar-se na cama com os dois filhos, de 12 e 14 anos – dormiam ambos no mesmo quarto em camas próximas. De acordo com a investigação, ela, cujo quarto ficava no andar de cima (os pais ficavam no de baixo), perto do dos rapazes, esgueirava-se para o quarto deles e ali despia a camisa de noite e tinha relações com eles. Interessante, os dois rapazes sempre a defenderam, o que muito contrariou os pais. Referiram a forma meiga e carinhosa como ela os tratava (chegava ao ponto de juntar as duas camas uma à outra para melhor poder desfrutar da relação sexual com eles, ao mesmo tempo (?) – embora depois tivessem o cuidado de as afastar, consumada a relação) e muito pesarosos ficaram com o desfecho da história (“tornou-os homens antes do tempo previsto”, so to say). Que, apesar de tudo, não foi tão funesta para a empregada como teria sido se tivesse sido nos EUA, por exemplo. No caso na dita Brigitte aquilo foi puro assédio, tal e qual como este caso que descrevo, um abuso. A sujeita deixa um casamento (o que daí até nem vem mal ao Mundo, com filhos, etc, provavelmente da idade do aluno), para desfrutar o Macronzinho e como nos contos de fadas, gostaram tanto um do outro que casaram e foram felizes para sempre! Nos contos de Príncipes e Princesas era assim. Encantador! Só que, por ser rapaz/ou rapazes, no caso da empregada e ela uma mulher feita, e no caso de catraio Macron reaccionário (e parece que psicopta), futuro PR (para ir fazer o frete à Merckel), a coisa é vista com indiferença (se o caso fosse ao contrário, com uma rapariga, o escândalo seria maior). Sinceramente, a França bateu no fundo, com as candidaturas que apareceram, com os melhores de fora, ficando só o rebutalho. E o povo, alegremente, vai eleger lixo. Faz-me lembrar os contentores que recebem recipientes de plástico, papel, garrafas vazias, etc. É tudo lixo. Deita-se ali o lixo e vamos depois para casa. No Domingo, em França, deposita-se lixo numa das urnas e o povo ficará feliz.
ResponderEliminarP.Rufino
A teatralidade da Le Penny...quase a dançar uma música dos Abba e ele, incisivo e quase a espetar-lhe um dedo no olho...eheheh!
ResponderEliminarNão leve a mal, P. Rufino, mas no outro dia não consegui responder e agora já sabemos o desfecho pelo que nem vale a pena tecer muito mais considerações. Agora é esperar para ver. E que venha por bem.
ResponderEliminarPode ser que não corra mal. Um dos dois tinha que ganhar. E, convenhamos, pior que a le Pen não pode ser, pois não?
Olá Cláudia,
ResponderEliminarE ela a rir feita maluca e ele sempre muito composto...? Adorei estas imagens. E foi a imagem que passou: que uma doida destas ainda virava a França de pernas para o ar enquanto que com ele pode ser que a coisa vá andando.
E é sempre um gosto vê-la por aqui, Cláudia.