Num ano feliz, durante uns meses felizes, creio que uma vez por semana (à terça-feira?), eu saía do trabalho um pouco mais cedo -- tinha que contar que houvesse trânsito e, sobretudo, queria garantir que tinha tempo para dar uma voltinha no Chiado -- e ia ter aulas de Grafologia.
Já falei nisso várias vezes. Era no Centro Nacional de Cultura, edifício muito bonito, e o professor era o amoroso e fascinante Alberto Vaz da Silva. Aquelas aulas eram uma viagem pelas suas memórias, pelas suas opiniões e ia ensinando a interpretar a forma de escrita. Não tem a ver com a letra ser ou não bonita mas com a forma como se escreve (a pressão que se põe na escrita, os espaçamentos, a inclinação, as margens).
Como ele ainda usava slides e um projector à antiga, a sala estava à meia luz. Todo o ambiente era fantástico.
Saía de lá às oito e tal da noite, passava pela Brasileira, encontrava o movimento do Chiado e depois vinha a conduzir pela noite lisboeta, geralmente ouvindo a Antena 2 e pensando no que ele tinha contado.
Do muito que aprendi com ele, registei que não se deve fazer uma análise só a partir de uma pequena amostra nem sequer só a partir da assinatura desligada do contexto pois o próprio sítio onde se escreve a assinatura, a comparação do tamanho da letra da assinatura em contraponto com o da letra do restante texto, tudo isso é fundamental.
Seja como for, mesmo que a análise possível seja curta, não deixa de ser possível.
Olho para a página com assinaturas que o ministro Vieira da Silva publicou noticiando que o acordo estava assinado, e o que vejo aqui é muito elucidativo. Porque não quero fazer análises públicas baseando-me em tua escassa amostragem, vou guardar o que vejo só para mim. Mas, digo-vos, está ali tanta coisa. Tanta.
A assinatura de Carlos Silva da UGT, então, é extraordinária. Sendo em tudo oposta, a de António Costa é também digna de registo. A de António Saraiva, à primeira vista, surpreendeu-me. Depois pensei melhor e deixou de me surpreender.
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Há quem não acredite em nada disto da Grafologia. Pensam que é discipina ao nível do tarot ou de outros esoterismos. Mas enganam-se. A Grafologia é do mais racional que há. Pode não ser possível demonstrar cientificamente o rigor das suas conclusões mas, se percebermos a raiz lógica das análises feitas, percebe-se o seu sentido.
Já fiz inúmeras análises grafológicas e o que vos posso dizer é que não tenho ideia de algum dos analisados nao se ter revisto no que eu vi.
Volta e meia vejo coisas que me deixam completamente de pé atrás. Até um colega meu, pessoa racional e inteligente a toda a prova, volta e meia chama-se e pergunta-me: 'Olhe para isto. O que é que acha?' e eu olho e digo 'imaturo, gabarola e inconsistente'. E ele fica a olhar e diz 'bem me queria parecer'. Coisas assim. Ou 'mentiroso, não é de confiança, não interessa'. E ele, 'Pois, não me admira. Vou ter em consideração'.
(A assinatura do Marcelo...? Está lá tudo.)
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Para quem não teve o privilégio de o conhecer
Alberto Vaz Silva: decifrador de pessoas
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[Não estranhem, por favor, que eu não responda a comentários ou a mails. Por razões que agora não vêm ao caso, chego aqui à sala e, porque não quero agarrar-me ao computador, tento pôr-me no sofá a ver televisão. Só que, instantes depois, estou a dormir. A dormir a sono solto. Depois, quando acordo, ainda estou tão pedrada que já não dou uma para a caixa. A todos quantos podem pensar que é falta de educação ou de interesse, peço desculpa. Mas não me é possível fazer mais do que isto.]
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Nesta questão da TSU, fica mal muita gente. Em primeiro lugar e sobretudo o Governo e o PM. Costa ignorou o que assinou nos acordos que levaram a tal “Geringonça” a funcionar, mas, pior, leva à Concertação Social um Acordo sem ter qualquer garantia de que o mesmo teria aceitação Parlamentar. Ou sabia e tem outra solução na manga, como alguém dizia. Mas, se assim for, seria desonesto. Não quero crer em semelhante hipótese. Neste caso, perguntar-se-á que tipo de respeito houve para com o tais Parceiros Sociais? Houve aqui um logro. Negociar quando não se tem garantias de que esses Acordos, embora até já promulgados, possam passar na A.R é algo que me deixa uma enorme perplexidade. É pôr a carroça à frente dos bois. Primeiro negoceia-se, obtêm-se garantias, sólidas, parlamentares e depois assina-se um Acordo desta natureza. O que não sucedeu. Por outro lado, o que está em causa são valores relativamente pequenos, quer os relativos ao aumento do salário mínimo (27 euros?), quer, quanto aos descontos que as empresas terão de fazer relativamente a determinado segmento de trabalhadores (6 euros?) que contrataram. Digamos que se está a fazer um ruído excessivo para os montantes em causa. A questão é, por conseguinte, de princípio. Quanto à posição quer do BE, quer da CDU (PACP+PEV), não nos deve surpreender (ao contrário do que alguns, de má fé, tentam acusar e denegrir). Estão a ser coerentes com o que sempre defenderam, relativamente a este assunto. Ou seja, o facto de existir agora uma “Aliança” BE+CDU+PSD, não deve servir para culpabilizar aquelas duas formações políticas (BE e CDU). Já o PSD, com Passos ao seu leme, é que nos deve surpreender. Ou talvez não, se olharmos para a estratégia do homem, que consiste em criticar à toa (quase) tudo o que este governo vem fazendo, bom ou mau, revelando não ter uma – única - ideia concreta, com substância, como alternativa a Costa. Tem (com a ajuda paciente do PR) um fim, a prazo. Quanto aos debates na A.R, haverá que distinguir aqueles do BE, PCP e PEV, que embora dissonantes da posição governamental (leia-se PM Costa e Governo), nunca extravasaram os limites da elegância, como sucedeu com o PSD e, designadamente, do CDS, pela voz daquela “porcina” criatura. Finalmente, acho – profundamente – condenável que se vá buscar dinheiro à Segurança Social (mesmo se os valores que ouvi, na ordem dos 40 milhões de euros, será? não sejam escandalosos) para ajudar a que esta medida, da TSU, se possa concretizar (e não de outra forma). Este “saque”, é o termo, no que respeita à S.S, já é tradição na nossa História. Fez-se no tempo da Ditadura para financiar a Guerra Colonial, ao que tive oportunidade de ouvir aqui há tempos, fez-se depois, em Democracia, com particular destaque para o governo Pafista, por acção (autorizada por Passos/Portas, dois tratantes) de Victor Gaspar. Oportunamente foi entregue uma queixa criminal contra o indivíduo, no DCIAP, sobre essa decisão e a ver vamos no que resultará daí (provavelmente nada). Quanto a Trump, como dizia “o outro”, aguardemos. Um articulista num determinado jornal avançava com um cenário cinzento quanto ao futuro da UE, por acção do “Pato Donald”. Nada que me espante. Com a liderança que lhe conhecemos e as preocupações que revela, que não são as mais prioritárias, a UE está a pôr-se a jeito para o abraço fatal de Trump e Putin. Teremos o que merecemos.
ResponderEliminar*Que frio de rachar! Hoje, quando chegava a casa, na estrada do Guincho, de acordo com o termómetro da minha viatura, marcava 0º, às 19:40! E agora está 1º por aqui. E sai de Lisboa com 5º! Vou agora dar um passeio com os cães…bbrrrrr!
P.Rufino
Conte, conte, UJM! Volta e meia fala nisso das assinaturas, da grafologia e fico sempre curiosa. Não me parece nada que seja tarot ou adivinhação. Assim como se fica a saber muito pelo aperto de mão de uma pessoa, a forma de escrever também diz muito. Eu faço as minhas apreciações: quantas jovens senhorinhas não têm aquela letra redonda, muito estilo de letra de computador, certinha, certinha, umas chatas; quantos rapazes não têm uma letra de criança da primária... A minha sai rápida e isso nota-se bem. O meu lado de eficiência, provavelmente. Já a achei mais feia, agora acho-lhe alguma graça. Nem grande, nem pequena. Às vezes uns espaçamentos demasiado grandes. E gostava de saber o que isso significará.
ResponderEliminarUm abraço!
JV