Uma vez chegou a um circo um novato assistente que ficou admirado ao ver um grande elefante preso somente a uma corda amarrada em uma estaca fincada ao chão. Obviamente o elefante teria força de sobra para se livrar daquilo, se quisesse; assustado, o rapaz perguntou aos mais experientes se eles não tinham medo do animal escapar. Depois de rirem da inocência do rapaz, um experiente domador explicou que isso seria impossível, pois o elefante “aprendeu” que não poderia fugir. Vendo a expressão de dúvida ainda no rosto do jovem, o domador contou que quando o elefante ainda é pequeno, eles o amarram à mesma corda e estaca. O pequeno elefante tenta se soltar com toda sua força, mas não consegue. Depois de grande, o elefante não tenta mais por ter “aprendido” que não consegue, transformando dessa forma, a corda e a estaca em uma prisão perpétua independentemente do seu tamanho.
Esta parábola do elefante é contada para nos falar de força e o quanto desconhecemos nossa capacidade. Porém, se pensarmos por outro ângulo, esta metáfora tem muito a nos ensinar sobre a aprendizagem.
Assim como o elefante da história, muitas vezes aprendemos coisas e não questionamos sobre elas, elas ficam no automático e simplesmente não refletimos sobre aquilo. Em nosso caso, a estaca e corda podem ser elementos mais enraizados e subjetivos, coisas que são ditas desde que somos pequenos e agem como um “adestramento”, decidindo inclusive sobre nossas necessidades e desejos.
Mas como saber o que é necessário para uma vida completa? Quais caminhos nos levam a experiências saudáveis e frutíferas? Talvez exista uma resposta. Um estudo chamado de Estudo de Desenvolvimento Humano, de Harvard (provavelmente o maior estudo em duração do mundo), analisou por 75 anos a vida de 724 pessoas para identificar o que faz a vida valer a pena. Ele observou escolhas e aplicou periódicos questionários, incluindo para as pessoas que conviviam com os participantes. Este estudo pioneiro ainda está em curso, conduzido pela quarta geração de pesquisadores e com apenas 60 das pessoas iniciais ainda vivas. Porém, hoje ele abrange também os mais de 2 mil filhos destes candidatos e prossegue gerando uma rica fonte de informação.
Neste estudo, dois grupos foram criados: um formado por pessoas da alta sociedade e outro com pessoas de famílias bastante desfavorecidas. A mensagem central das centenas de páginas que este estudo nos trouxe é somente uma (para ambos os grupos) e bastante simples: “Bons relacionamentos nos mantêm felizes e saudáveis”. Ponto-final. Não é o dinheiro, nem o sucesso na carreira, nem a fama que traz a felicidade, mas sim a valorização das pessoas ao seu redor. O estudo afirma que as conexões sociais são extremamente benéficas à saúde, já a solidão, mata – pessoas solitárias têm qualidade de vida inferior e uma degeneração biológica mais acelerada.
(...)
As fotografias foram feitas este sábado in heaven - as 3 primeiras fora e as 2 últimas dentro de portas (o tempo que passa, a sombra, a luz).
Lá em cima é a Opéra National de Paris com Brahms-Schönberg Quartet numa coreografia de Balanchine e com fatos e decoração concebidos por Karl Lagerfeld.
O texto é um excerto de Aprender a desaprender de Ahas para a Obvious, que se apresenta dizendo que é escritor mas que se prostitui como redator.
(...)
__________
Lá em cima é a Opéra National de Paris com Brahms-Schönberg Quartet numa coreografia de Balanchine e com fatos e decoração concebidos por Karl Lagerfeld.
O texto é um excerto de Aprender a desaprender de Ahas para a Obvious, que se apresenta dizendo que é escritor mas que se prostitui como redator.
________
E desçam, por favor, para irem de visita a umas certas sereias que saíram da Odisseia directamente para a Expo. Coisas de Homero que teima em manter-se vivo.
Sem comentários:
Enviar um comentário