segunda-feira, agosto 29, 2016

Casas viradas a sul, com vista de mar
... e não, não é um convite a uma carga do IMI, é um louvor ao bom que é poder viver aqui, em terras de Portugal
[E não me peçam para falar das alucinações do láparo porque sou uma pessoa caridosa, ok?]






Aqui, para contrastar com as restantes, uma das grandes casas de arquitectura clássica


No lugar para onde vou sempre, e geralmente mais do que uma vez por ano, a água é mais fria, sente-se a força do atlântico. É o lugar do sul onde mais gosto de estar, como se aquelas ruas me chamassem e aquele imenso mar azul me quisesse por perto. Mas não agora. Agora, sem tempo para grandes escolhas e procurando apenas a tranquilidade de um mar onde pudessemos estar imersos, desviámo-nos. Aqui sentem-se já ao longe as brisas e o calor das águas do Mediterrâneo. 


A noite está quente, as palmeiras ondulam muito levemente, recortam-se contra a escuridão. Na varanda, entre árvores muito altas e arbustos perfumadamente coloridos, está-se muito bem. As noites de verão a sul trazem o ar quente de um sul ainda mais a sul.


Jantámos também ao ar livre, um peixe fresco. Um pátio quase silencioso, com recantos, um ar morno, e flores e árvores. Ao nosso lado, um casal inglês comia camarões gigantes e pedia ao dono do restaurante que os fotografasse, abraçados, os camarões à frente. E riam-se para nós, enamorados e querendo testemunhas para a sua felicidade. No fim do jantar, a senhora que servia a nossa mesa e que era uma simpatia e que eu juraria ser a mulher do dono do restaurante, quis oferecer-nos um licor de amêndoa. Há pessoas que parecem ser genuinamente acolhedoras.

Depois fomos ainda passear e, no regresso, deixámo-nos ficar na varanda. 

Vesti-me toda de branco como gosto de me vestir no verão, em especial quando estou nas terras quentes do sul. E pus um colar muito comprido de pedrinhas todas brancas e uns brincos também brancos. Tinha levado para vestir por cima, caso arrefecesse, um casaco aberto, solto, de um tecido muito fino, tão fino como a camisa branca, solta, e leve. O casaco é preto mas bordado a branco, à mão, e eu gostava de o ter visto a cobrir o branco, todo o branco, de debaixo. Mas não foi preciso vesti-lo, tão quente a aragem da noite.

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Não temos planos para segunda-feira. Espero apenas não ser acordada de madrugada, espero poder estar muito tempo dentro do mar, espero que nenhuma onda grande me apanhe desprevenida e me enrole como uma traiçoeira me fez este domingo que me fez pensar que tomara que o meu marido desse por eu estar desaparecida e me resgatasse do fundo do mar (mas não foi preciso, porque a onda passou e eu voltei a ver a cor do céu e a ser senhora dos meus movimentos - mas, momentaneamente, vi o caso mal parado, podem crer...), espero passear e ler e dormir e sentar-me na varanda a olhar o dia e o mar e o casario branco mais lá ao fundo.


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Este domingo, de tarde, enquanto passeávamos, eu ia vendo as belas casas rodeadas de pinheiros. Há uma zona em que as casas são clássicas, com varandas e varandins, recortes nas fachadas, escadas, e algumas quase parecem apalaçadas. Mas a minha atenção foi convocada sobretudo para umas que parecem recentes, ainda não há muita vegetação à sua volta, todas brancas e com grandes planos de vidro, grandes varandas e pátios abertos virados a sul.

Que maravilha. Com uma soberba vista sobre o mar, inundadas de azul, estas casas devem ser um sonho.

Fotografei-as e agora lembrei-me de as partilhar convosco. Quem sabe não está para vos sair o euromilhões ou não herdaram uma fortuna de uma tia rica.

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E por hoje acho que é isto. Claro que, em vez de estar com esta conversa, podia ter comentado as alucinações que o láparo anda a ter, Parece que agora anda a dizer que a malta tem medo de pôr cá o dinheiro porque nunca se sabe o que acontece num país comunista. Não sei se, na cabeça dele, é um comunismo na base do chinês, do angolano ou do cubano. Mas isso também não interessa porque ele também não deve distinguir bem as nuances. Deve é achar-se ungido de dons marianos, a meio caminho de nos aparecer em cima de uma azinheira, rodeado de uma luz branca, ele também vestidinho de branco, com um véu muito lindo, e a anunciar desastres para Portugal.

Mas eu não podia comentar uma coisa destas, não é? 
Ou ele anda a chutar para a veia ou está num processo de demência acelerada ou qualquer outra coisa assim; mas, seja o que for, é caso é para a gente ter pena do pobre. Não sei é se nestes casos a coisa não é daquelas públicas em que, quem dê por ela, tem o dever de mandar internar. Se for, alguém, por favor, que alerte as autoridades (eu só não o faço porque estou de férias).


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Lá em cima era Salif Keita a interpretar Djele

E caso vos apeteça ver o mar azul, a sul, desçam, por favor, até ao post já aqui abaixo. 

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