Este é um mundo curioso e maravilhoso. Tantas vezes já aqui o disse: o que desconheço atrai-me. E o que há por descobrir seduz-me de uma forma muito orgânica. Sinto-me emocionada quando estou perante o que sinto ser matéria relevante para o conhecimento de matérias que me motivam. Aquele frenesim miúdo que nos convoca, que nos dá vontade de chegar perto dos enigmas para vermos o que o desconhecido esconde, sinto-o quando, perante assuntos que, à partida me interessam, ouço falar pela primeira vez do que me parece fundamental à sua compreensão.
Não sei como pode alguém sentar-se em cima do que leu e conhece e, apenas com isso, se sente dono do mundo, indiferente ao muito que ignora.
Volta e meia dou com gente estranhamente orgulhosa do seu próprio saber, como se fosse um saber absoluto, destilando desprezo pelos outros, e, ao mesmo tempo, completamente indiferente perante o que desconhece à sua volta ou, mesmo, dentro de si próprio.
Eu, meus Caros, sou o oposto. Acho que não sei nada, e espreitar pelas luminosas frinchas por onde se podem antever as ainda inexpugnáveis fronteiras, enche-me de alegria, uma alegria quase infantil, tanto mais que sei que nunca poderei saber muito mais do que hoje sei, reservando-me, pois, o privilégio do eterno deslumbramento.
Mão amiga (e eu nunca agradecerei o suficiente as portas que, desta forma generosa, me são abertas), sabendo do meu interesse por estas coisas do cérebro -- afinal, aquilo que nos comanda -- fez-me chegar um vídeo fantástico. Partilho convosco.
Tem a ver com epigenética e apresentou ele assim o vídeo: 5 minutos de Beethoven epimodificado!
Transcrevo da Nature em cuja página se incluía o vídeo (as imagens não são de lá, foi pescaria minha à rede):
Almost every cell in the human body has the same DNA sequence. So why is a heart cell different from a brain cell? Cells use their DNA code in different ways, depending on their jobs — just as the orchestra in this video can perform one piece of music in many different ways. The combination of changes in gene expression in a cell is called its epigenome.
For more than a decade, scientists have had access to a reference human genome. Now, the equivalent for the epigenome has been published, in a collection of papers appearing on 18 February in Nature and several other journals. A large international group of researchers has put together 111 epigenomes from different human cell types, including all the major organs, immune cells and embryonic stem cells. The team has also assembled epigenomes for induced pluripotent stem cells — cells that are derived from adult cells and coaxed into becoming capable of developing into almost any other type of cell in the body. (...)
The epigenomes also contain hints of how epigenetic changes could be involved in diseases, including cancer, Alzheimer's disease and autoimmune diseases.
Taken together, the work demonstrates how a cell’s epigenome is complex and exquisitely arranged — just like a Beethoven symphony.
Epigenome: The symphony in your cells
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Que maravilha, não é?
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Desejo-vos, emus Caros Leitores, uma belíssima sexta-feira.
Sejam felizes, está bem?
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Desejo-vos, emus Caros Leitores, uma belíssima sexta-feira.
Sejam felizes, está bem?
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Excelente vídeo. Muito obrigado por mo mostrar. A Biologia fascina-me, mas também me assusta um bocado.
ResponderEliminarA propósito do ADN, li há dez minutos um mail que acabei de receber, o qual inclui um vídeo baseado em factos científicos também envolvendo o ADN, mas noutra perspetiva. O vídeo é publicitário, pode ter sido feito com atores ou talvez não, mas tem uma base científica séria e contém uma fortíssima mensagem contra a intolerância. Por isso o recomendo. Eu também gostaria de poder fazer um teste semelhante, para saber se tenho antepassados indianos, de que tenho fortes suspeitas, e eventualmente também ingleses e outros. Antepassados galegos sei eu que tenho, por via de um bisavô que veio da Corunha para o Porto. O vídeo é este: https://www.youtube.com/watch?v=tyaEQEmt5ls.
Olá Fernando Ribeiro, bom dia,
ResponderEliminarAgora aqui muito a fugir só para dizer que mal comecei a ler o seu comentário, me dei conta que deveria ter escrito ADN e não mantido o DNA, da versão inglesa. Já troquei. Mais logo, depois de ver o vídeo que recomenda, voltarei cá.
Um bom dia!
Fernando, olá,
ResponderEliminarSó para dizer que, em vez de cá vir, aos comentários, puxei o vídeo para o corpo do blog e deixei-me ir na conversa.
Obrigada!
Um abraço.