segunda-feira, janeiro 25, 2016

Marcelo Presidente. Pois não sei o que diga. ..... [Post em permanente actualização]



O que sei é que gostei de ver o famoso escritor José Rodrigues dos Santos a abrir o telejornal numa excitação, quase saltava do ecrã para fora tal o entusiasmo por ter o candidato-comentador praticamente eleito.

Tirando isso, achei graça às tias todas eufóricas ali na Faculdade de Direito. Sempre comedidas, quando as tias soltam a franga é isto: um desatino. Saltaram, riram, abraçaram-se como umas alegres meninas da campanha.

Também achei graça ao Eduardo Barroso: todo contente pelo resultado do amigo. Acredito: Marcelo deve ser um bom amigo. Quanto a vir a ser um bom presidente tenho dúvidas mas, tal a insustentabilidade das alternativas, que dificilmente ele não ganharia. Teve a comunicação social com ele ao colo desde o primeiro dia, como não faria ele disto um passeio na avenida?


Pena deve ter uma das suas mais fiéis promotoras, a Judite, por ter que estar a aturar uns quantos comentadores em vez de estar aos abraços e beijinhos com o seu querido Professor.

Mais? O KO na Mariazinha que ficou completamente fora de Belém. Não percebo o Vera Jardim. O que é que ele ainda não percebeu? Alguém teve culpa nisto? Só se for ele e ela e os outros que não perceberam que não se deviam ter metido nisto. O que tinham para oferecer? Nada, a não ser uma amostra do que é o aparelho socialista. 

E mais? O Tino. Muita gente do 'povo' revê-se no estilo simples, genuíno do Tino. Na volta ainda ultrapassa a pimpolha.

E mais ainda? Parece que a Marisa vai ter um belo resultado. Expectável. Lançou-se com energia e mostrou que é uma lutadora. Cavalgou um bocado demagogicamente aquilo das subvenções mas, enfim, será, não tarda, uma voz importante na democracia portuguesa.

Quanto ao Nóvoa? Um bom homem, um homem da cultura. Mas fica-me a impressão que é a kind of a catavento em versão levezinha, utópica. Desde o início que acho que a este bom homem falta qualquer coisa (e nem me estou a referir ao facto de ele não barbear o pescoço e prolongar a barba até onde ela quiser). De qualquer forma, obteve, ao que parece, um resultado digno.

Do Edgar? Tenho pena do resultado. É também um bom homem. Merecia mais. Mas, enfim, falta-lhe algum brilho. O pó de algumas ideias bafientas ainda lhe retira algum lustro (como é possível ainda não conseguir demarcar-se da maluquice do regime da Coreia do Norte?). Há coisas que o PCP ainda não percebeu: os tempos mudaram! A esquerda hoje é uma esquerda que quer mudança. Enquanto o PCP não fizer avançar a malta nova (e deixar de lhes exigir que carreguem com o peso de dogmas antigos) a coisa não vai lá.

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O tal Cândido, que até não tem má figura e que fala como se estivesse a imitar o Eanes, continua a queixar-se. Não se percebe de quê. Desde o primeiro dia que anda a refilar. Que criatura mais chata. Como será conviver no dia a dia com um chato destes?

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O Marcelo deve andar em órbita, a recolher inputs, mil telefonemas, mil sms, a traçar conjecturas, a pensar em cinquenta comprimentos de onda diferentes, uma agitex. Parece que os resultados já o confirmam como Presidente mas ele continua sem aparecer. Ou então, dado que o zapping aqui em casa impera, não o apanhámos nalguma mudança de canal. Tempo não me vai faltar para o ver.

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O José Rodrigues dos Santos, de dedo em riste, corado de tanto júbilo, rejubilante, diz que o Tino vai ter mais votos que o Edgar. Parece que sonha com sangue, este escritor: o corte de cabeça do Jerónimo, por exemplo? 

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Tenho dificuldade em dizer alguma coisa sobre aquele senhor dos óculos bizarros: acho que se meteu nisto a ver se pegava. Mas nunca percebi onde queria ele pegar-se. Mas talvez o contratem para fazer presenças: o que não faltam são pessoas parvas nas empresas que gostam de contratar pessoas assim, na base do senhor Jorge Sequeira.

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Olha, tinha-me esquecido do Paulo de Morais. É um homem que toca uma nota só: monocórdico até dizer chega. Isso e a farta cabeleira provocam um efeito qualquer em mim que nem sei bem explicar: parece que o coloco num buraco negro, sem querer ignoro-o. No fundo, apesar de dizer algumas coisas que batem certo, parece que o que não bate é que, por causa disso, tenha achado que fazia sentido candidatar-se.
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Já cá volto.

A quem aqui chegou e tenha vontade de espraiar a vista, aconselho que desça até à beira do Tejo.

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4 comentários:

  1. Pôr do Soljaneiro 24, 2016

    O que é que justifica que este povo se abstenha de votar?
    Não consigo compreender como não lhes interessa quem governará o País onde vivem.

    Uns partiram do principio que não valia a pena lá ir, pois há muito que estava escolhido o futuro Presidente da Republica.Outros pensam que depois de eleitos, são todos iguais e há ainda os que o acham o mais qualificado.

    Enfim, para o que não há remedio, remediado está. Resta aos que nele não votaram, aguardar que seja tão bom presidente como dizem que é bom professor.

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  2. Caríssima UJM, boa noite
    Estava a ver que o intragável José Rodrigues dos Santos ainda se babava de tão excitado que estava.
    Fiquei desconsolado pelo facto do meu candidato , Sampaio da Nóvoa, não ter ganho.
    Resta-me como prémio de consolação o facto do Marcelo ( quem o conhece diz cobras e lagartos do homem ) não ser um parolo como o anterior Presidente.
    Aguardemos
    Uma boa noite e um abraço
    HB

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  3. Uma análise qb mas excelente. Lia com se estivesse a fazer o zapping habitual e fiquei a saber tudo e bem.
    Um abraço

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  4. Fantástico texto relido agora à distância de 2 dias.
    Gostei mesmo de reler agora liberto do desânimo de o "meu candidato" ter ficado em segundo.
    Apesar de Marcelo não ser da minha área politica, creio mesmo que vai ter um bom desempenho, e então se a comparação for com a "esfinge" que lá está, nem vai ter termo de comparação possível.
    Já merecemos um Governo e um Presidente que façam algo de positivo pelo país. Não necessitamos de quem faça muito ou de quem faça tudo para depois nada fazer. Necessitamos apenas de quem faça.

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