quinta-feira, agosto 06, 2015

A mon seul désir

A Dama seduz
Ou o Unicórnio entrega-se?

No jogo da sedução
Quem usa a taça e a seta?

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A Dama reconhece a esquivez
que o unicórnio usa
de pureza exposta

A distância, a constância
a nudez do nada

A neve
o sequestro
a flecha da ragem

Ou será antes de tudo
o lugar
da passagem?











Ela despe a luva
dando a ver o pulso

Um vulto breve
quase a desmanchar-se

Como se iludisse o corpo nu
mas ao fazê-lo
isso a desnudasse






Ele tem sangue de prata
com o poder da eternidade

A alquimia da fresta
do tempo de tempo vário

que o eterno lhe empresta










A mão envolve a taça
em torno do seu côncavo 
doce. De onde ela tira

Retira

De si mesma o esboço:
sangue e prazer
delírio e rigor em alvoroço


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Dona de seus desassossegos
e fascínio do sonho

Do desejo
do desenredo do medo




Eu capricho na conquista
no fogo da sedução

Sou Dama da minha vida
deixo nela a minha pista

Senhora de meu desejo
de meu prazer e paixão

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Os poemas ou excertos pertencem a A Dama e o Unicórnio de Maria Teresa Horta


(Conjunto de poemas em torno das tapeçarias do Musée de Cluny, La Dame à la Licorne)


As imagens mostram bocados da referida tapeçaria ou Kate Moss

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Descendo até ao post seguinte poderão ver as palavras de quem confessa que a profissão é disparar para o ar.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma quinta-feira muito feliz.

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1 comentário:

  1. As mulheres…as mulheres…
    Nas cenas da tapeçaria, a Dama seduz o Unicórnio. Com música, com comida e flores. Então ele vem descansar no seu ombro e fica escravo do seu amor.
    A primeira cena – “À mon seul désir” – retrata a juventude da mulher. Elegante, bela.
    Seguem-se “L Ouie”, “L Odorat”, “Le Gout”, “La Vue” e finalmente “Le Toucher”.

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