terça-feira, junho 30, 2015

A Grécia e os Prémio Nobel que a apoiam. E o Obama a perceber que o caso está mal parado e, à falta de melhor interlocutor, a ligar à Merkel, pelos vistos a única que manda alguma coisa numa Europa atarantada e à mercê dos abutres e nas mãos de contabilistas de cabeça à nora. E os europeus desinformados, egoístas, aníbais desatinados, láparos alienados, papagaios estarolas - a assistirem bovinamente a este espectáculo. Uma tristeza.


Será mesmo isto que se quer?



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A. Pode parecer estranho -- especialmente ao próprio, mas eu, que tanto me arreliei com o Luís M. Jorge, autor do blog Vida Breve, quando ele se atirava como um possesso ao Sócrates, apoiando o Passos Coelho e chegando, até, a propor umas linhas mestras para que o PSD as usasse na campanha eleitoral para derrotar o PS -- venha agora aconselhar a leitura de alguns dos seus posts mais recentes. 


Há cerca de quatro anos, achei uma coisa espúria o apoio que ele manifestava em relação a Passos Coelho. Sócrates podia não ser um santo mas, caraças, Passos Coelho era muito pior. Não era, contudo, essa a sua ideia (chegando, uma vez, a dizer-me que pior que o Sócrates só a peste bubónica). A história dirá quem, de facto, mais danos irrecuperáveis causou ao País.

Seja como for, apesar de manter a sua convicção em relação a Sócrates, inteligente e senhor de uma escrita sempre escorreita, Luís M. Jorge produziu uns posts acerca da Grécia que remetem para documentação interessante sobre a actual miséria que assola a Europa (e, em particular, o nosso Portugal que qualquer dia é mesmo de plástico, chinês, uma bagatela).

E, portanto, assim sendo, e porque reconheço o valor a quem o tem mesmo que possa não subscrever todas as opiniões, recomendo a leitura de:

Artemis




2. Textos inúteis num país de gente bruta (que engloba links relevantes para a compreensão do que se está a passar).


Greece Over the Brink, Krugman 

Europe’s Attack on Greek Democracy, Stiglitz. 

Na Forbes, esse bastião do esquerdismo radical, The Day The Euro Died 

« La scandaleuse politique grecque de l’Europe », Habermas






B. E da Estrela Serrana, no seu Vai e Vem, recomendo também:  Os gregos e os algozes


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C. E, já agora, no Expresso, Traduzido e comentado: O que Varoufakis disse na reunião que “não orgulha a Europa”


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Mas, apesar de tudo, há a Grécia. Salve Grécia!







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Que a Europa acorde a tempo de reconhecer aos gregos o direito à dignidade e às pessoas inteligentes o direito a pensarem.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma excelente terça-feira.
E que tenham boas surpresas, e encontrem raras afinidades electivas, e que tenham saúde e sorte e tudo de bom, incluindo sorte no euromilhões.

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2 comentários:

  1. Somos gente. Gregos. Portugueses.italianos....outros mais.
    Maldito o poder do dinheiro. Minha mãe grande alentejana com a sabedoria que a vida lhe deu, concluiu em certa altura da vida, com convicção
    . O dinheiro devia ser como alhos
    Simples.
    PS P rufino a escolha do queijo foi excelente. Imagino.o no tal fim de semana. Não perca uns enchidos de porco preto ou até mesmo uma burra, um pitéu digno da divindade gregra.

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  2. Fez muito bem em trazer à colação as opiniões de reputados economistas e outros sobre a situação Grega. Também li ontem o que disse Varoufakis e gostei. Esta União Europeia já nada tem a ver com os ideais com que foi criada. E, sinceramente, não acredito que volte a esses valores e princípios. A Finança e grandes interesses privados fizeram-na refém deles. O que é curioso é ver os EUA com uma posição, apesar de tudo, mais pragmática. Dessa estátua de Canova, segundo a Mitologia, nasceria, depois de muitas peripécias, o “Prazer”. No caso prevalecente, da relação entre a Europa/UE e esses interesses privados e financeiros, receio bem que venha a nascer algo que poderá, um dia, destabilizar, de forma irreparável, este velho e histórico continente europeu. Uma qualquer monstruosidade económico-política. A não ser que esta nova Grécia consiga de algum modo fazer repensar a Europa e o caminho que tem vindo a tomar. Mas, estou algo pessimista. Sem outros governos com aquelas características, designadamente colocando a Dignidade de um País e de um Povo à frente desses interesses privados, será difícil a Grécia sobreviver. Ou então, fá-lo-á á custa de um enorme sofrimento social. Talvez ainda isso nos venha a servir de exemplo e nos faça pensar sobre a falsa solidariedade europeia e leve a optar por mudanças e reformas no funcionamento das suas (europeias) instituições.
    P.Rufino
    PS: sempre que vou até ao Alentejo, procuro não perder a oportunidade de comprar e trazer porco preto. Conheço alguns sítios onde comprar e a preços decentes.

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