quinta-feira, agosto 14, 2014

A descida aos infernos de Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, Luís Pacheco de Melo. Na queda arrastaram a PT que, de jóia da coroa, passou a subsidiária, a anedota. Para ter artistas destes à frente das empresas, eu por mim preferia ter bonecos da Orient Industry. Pelo menos não saíam tão caros, não gastavam tanto dinheiro mal gasto e não faziam porcaria.



No post abaixo falo do afinado Quarteto de J. Rentes de Carvalho e do desafinado desfiar de desAgrados de M. Bentes Penedo - e faço questão de marcar a diferença de estatura entre o primeiro que é grande e a segunda que, no que escreve, revela a sua pequenez. 

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é de outra natureza. Contudo, continuo a falar de coisas pequenas.


Ver a banda passar





A PT teria estado melhor servida na Administração/Comissão Executiva
com estas três daqui do que com os três que aparecem na fotografia seguinte


Estive a ler a notícia do Expresso onde se revela que a Comissão de Auditoria na PT envolve Zeinal Bava e compromete Granadeiro: Investigação interna na PT diz que Bava sempre recebeu tabelas com aplicações financeiras, que falavam em BES e não em GES. Granadeiro confessa que mandou contratar papel comercial. PT não queria investir em 2014 mas foi convencida... não se sabe porquê. Pacheco de Melo devia ter falado, Morais Pires não devia ter calado. Comissão de Auditoria de Mello Franco só se iliba a si mesma.




O ex-trio maravilha da PT: Zeinal Bava, Henrique Granadeiro e Pacheco de Melo



Ou seja:

Zeinal Bava estava ao corrente de todas as aplicações mas, onde se devia ler aplicações de risco no GES, lia-se depósitos no BES. De qualquer forma, aparentemente confiava nos outros e não questionou ou, então, nem deu por isso. Peanuts.
Henrique Granadeiro aprovou 200 dos 900 milhões e não recebeu informação relativa aos restantes (milhões). Peanuts.
O CFO, Luís Pacheco de Melo, não deu conhecimento do que se passava porque, do que me parece, nem ele se ralava com tais peanuts já que seria o director financeiro que se ocupava dos amendoins, parece-me que um tal Carlos Cruz, o que fazia os quadros onde se trocava GES por BES e aplicações em papel comercial de risco por depósitos.

Luís Filipe Vieira
e Luís Pacheco de Melo

(a teia dos negócios)

Intrigada com tal desgovernance, acabei a saltar dali para ir ver o CV do CFO Luís Pacheco de Melo. Vi que em 2011 Luis Pacheco de Melo foi distinguido pela Institutional Investor como o terceiro melhor CFO europeu no scetor das telecomunicações e o melhor CFO em Portugal e que, em 2010, foi eleito, pela Institutional Investor, como o 3º melhor CFO europeu no setor de telecomunicações e pela Extel como o melhor CFO para a área de Relação com Investidores em Portugal. 


Ora bem, lá prémios nunca lhes faltou. Ah, egozinho mais aconchegado...

Vi que também veio do BES, da área do Investment. Bate certo.

E, finalmente, vi que a formação de Pacheco de Melo é a mesma do financeiro Carlos Moedas: engenharia civil.


E, aqui chegada, senti-me esclarecida.

Note-se que tenho a melhor das impressões dos engenheiros civis -  acho que, em geral, são inteligentes. Mas faz-me muita confusão que à frente de áreas em que é necessária uma formação de base relevante na área da gestão, economia e finanças, esteja uma pessoa que recebeu formação em engenharia civil. Mas isso já são os peanuts mentais que me enchem a cabeça a fazerem estragos, a impedirem-me de perceber tanto do que me rodeia. 

Mas, enfim, em Portugal o mais que eu vejo são erros de casting ou o exercício de funções de responsabilidade a cargo de quem não tem formação suficiente para as desempenhar.

E, por isso, o meu ponto é outro. 

O meu ponto é que estas empresas que se viram essencialmente para o mercado e para a imagem, são empresas que vivem em função de modas, que papam tudo o que as empresas de consultoria lhes dão a comer, onde o verdadeiro sentido de negócio e boa gestão parecem não abundar. 

A PT e todas as empresas que vivem na sua órbita são o paraíso para as empresas de serviços em Portugal: não há cão nem gato que não apresente como referência a PT. Há lá, em permanência, consultores, e recorre-se a outsourcing e fazem muitos benchmarkings e patrocinam tudo o que é seminário e trapalhadas do género. E, claro, tanta benevolência para com auditores, consultores e demais prestadores de serviços é recompensada: por muito pouco que efectivamente façam, estão sempre a receber prémios e prebendas, prémios esses que os jornais amplamente divulgam (não fosse a publicidade da PT uma colossal fonte de receitas - tal como era a do BES).

A PT é, pois, aos olhos de (quase) todos, o modelo de eficiência, o modelo da modernidade, a que está na crista da onda. Tudo o que é nova tendência ou modelo de gestão, é implementado na PT.

Pois bem, a julgar pelo que agora constatamos, com tanta cagança, esquecem-se do bê-a-bá: de gerir o mínimo dos mínimos.

Não é só na PT, note-se. Do mais comum que há em Portugal é os CEO, os CFO, os CMO, os CTO e por aí fora (já para não falar nos chairman que é mesmo suposto serem meramente decorativos), andarem entretidos em reuniões da treta em que miúdos das empresas de consultoria apresentam belos power-points ou em larachas ou em almoços e jantares ou em torneios de golf ou de ténis, enquanto a gestão das empresas lhes passa ao lado.

Bem podem encomendar relatórios de sustentabilidade, terem brilhantes códigos de ética e de governance que o que é importante, o meter as mãos na massa, o querer ver e questionar (mas o que é isto? porquê isto e não outra coisa?) tudo isso é coisa que não lhes assiste. Não sabem. 

Por isso, nem posso dizer que fique admirada por a PT, uma das jóias da Coroa, ter ido para o buraco em dois ou três meses. Frequentemente o que me admiro é como é que não acontecem maiores desaires a torto e a direito.

Muitas vezes aqui o tenho dito. As elites em Portugal são um desastre: as elites políticas, as elites na gestão, a elite nos empresários, a elite na academia. Tudo um faz de conta que assusta.

Não são os trabalhadores que ganham muito ou que trabalham pouco. Não. O problema é que quem manda, em geral, não tem competência para tal.

A família Espírito Santo arrasou o prestígio familiar, destruíu o Grupo e, de caminho, deu cabo do banco, deu cabo da vida a muitos pequenos investidores e vai pôr no desemprego muitos colaboradores. Tanta gente que lá trabalhava, tantos supervisores, tantas auditorias, tantos consultores e auditores e, no entanto, todo o poder estava nas mãos de gente sem escrúpulos e sem competência - que destruíu tudo sem que ninguém desse por nada. 

O mesmo se passou na PT.

Dado que se trata de empresas que estão no mercado de capitais, deveriam ter estado sujeitas a escrutínio. E estavam. A CMVM, no entanto, no caso da PT não se apercebeu nunca que a gestão estava a cargo de um senhor qualquer algures no meio da estrutura. E, no caso do BES, o banco de Portugal também não deu por nada. Nem a Troika. Tudo uns totós. Tudo show off. 

E depois ainda me vêm falar de estratégias de comunicação. Tretas. Há por aí muito ignorante que acha que o que se deve é trabalhar com boas agências de comunicação para irem gerindo 'o que passa para fora'. Como se o problema fosse a imagem e não o conteúdo.

Não sei como é possível dar a volta a este estado de coisas.

As universidades formam pedantezecos formatados para obterem valor para o accionista, para optimizações fiscais, para tretas e embustes. Os patrões, regra geral, são fracos e, portanto, gostam de se rodear de gente ainda mais fraca. A comunicação social está empestada de papagaios que papagueiam acefalamente tudo o que as agências de comunicação lhes dão a comer. Os políticos emanam das jotas, gentinha desqualificada, que acha que pode mandar sem sequer saber falar sem dar pontapés na gramática. Como se isso não bastasse, quando nos partidos se querem ver livres de alguém, chutam-nos para Bruxelas, pelo que em lugares relevantes de Bruxelas se encontra gente do piorio, chernes, oportunistas, joguetes, capachos.

Por isso, nem sei que sugestão posso eu dar. Dizer que as elites sejam escolhidas pela competência e honestidade intelectual parece-me uma utopia. Só se for que, em vez destes indigentes, passem a estar bonecos. Aliás, acho que bonecos ainda não há. Mas é pena.




Em contrapartida, bonecas com toque de pele humana, poitrines para todos os gostos, cabelo, pézinho atrevido, é o que não faltam. Dizem as más línguas que ainda por cima têm uma grande vantagem sobre as mulheres de verdade: não falam.

Por isso, daqui lanço um apelo aos accionistas que tenham que votar administrações em próximas Assembleias Gerais: votem em dolls destas que aqui mostram. Saem baratas, não maçam os colaboradores com projectos da treta, não fazem disparates, não arruínam empresas, não dão cabo da economia do País. Só vantagens.


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Já agora um momento de cultura geral

‘Dutch Wives’ sex dolls have realistic skin, claims Japanese doll-makers Orient Industries





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Relembro: sobre a diferença que uma letra faz (Rentes versus Bentes), desçam por favor até ao post já a seguir. Ele há coisas do além. Pode uma pessoa julgar-se tão grande como aqueles de quem fala? Pode. É ver para crer. 


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A música lá em cima é A Banda, interpretada por Chico Buarque de Holanda

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira.


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2 comentários:

  1. Bom dia UJM.Engenharia civil>>>>>>>>>>>>>engenharia financeira,do mais alto nível...Bem estes rapazes são prodígios! A diferença de uma letra,olhe,,,Tempo salazar; Deus,Pátria Liberdade! Hoje? Adeus Pátria Liberdade Só 1 azinho...também se poderia dizer:só 1 aizinho !!!

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  2. Boa noite...:Eu tinha em casa uma coisa chamada,MEO. Vivia feliz,com tanto canal ,a sério! PROBLEMA; Eu,tú,nós,pagmos na fatura da e d p ,tudo o que é serviços,passagem de redes ,sinais,íam-nos ao telhado passar cabos...Enfim um grande serviço públi(cúzinho) !Fui ao meu espelho,e lá estava a legenda,por baixo: ÉS BURRO! ??? Depois a estocada final:NÃO É TEU,NEM NOSSO...era desta quadrilha,de Empreendedores...

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