No post a seguir a este mostro-vos um pouco da faceta charmosa e filantrópica desse grande bandido que dá pelo nome de Madoff. Como sempre, nunca ninguém desconfiou de nada até que as castanhas quentes estalassem nas mãos de quem nele tinham confiado.
Mais abaixo ainda, peço-vos que vão de visita até um outro blogue, o Chove, onde se mostra o discurso completo de José Manuel dos Santos aquando da ida de Sophia para o Panteão.
Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.
A noite passada dormi umas quatro horas ou nem isso, fiz cerca seiscentos quilómetros, apanhei um calor dos trópicos, tive uma longa reunião, um almoço e, ainda, uma celebração, depois, à chegada, mais morta que viva, fui para o supermercado e a seguir adiantei comida para o picnic deste sábado.
Por isso, agora, volta e meia dou por mim a escrever literalmente a dormir e, portanto, acho que vou ter que atalhar em relação àquilo de que gostaria de falar.
Quero apenas partilhar convosco uma inesperada notícia que me diz muito já que fala de árvores e de música.
Há música nos anéis dos troncos das árvores e a descoberta foi do músico alemão Bartholomäus Traubeck, que arranjou maneira de a traduzir em notas de piano.
Através de uma plataforma ao estilo "gira-discos" apetrechada com sensores que reúnem a informação sobre a cor e a textura do tronco, algoritmos que traduzem as variações em notas de piano, o resultado é uma inspiradora música que nasce de cada tronco à medida que este vai rodando no prato.
Sabendo que cada árvore possui variações próprias e específicas à sua existência, cada música é uma obra única e especial.
Muitos dos resultados foram compilados num álbum denominado "Years", com registos de várias árvores como pinheiros, carvalhos, freixos, faias, entre outras.
Esta notícia junta-se a uma outra que igualmente me toca muito.
Árvores de interesse público voltam a ter um regulamento que as proteja
Há árvores consideradas monumentos-vivos pelas suas características peculiares. A lei que as protegia desde 1938 tinha sido revogada há mais de dois anos e, desde então, o arvoredo de interesse público encontrava-se desprotegido. A nova lei, de Setembro 2012, foi regulamentada numa portaria no final de Junho e estas árvores voltaram assim a estar protegidas.
Uma árvore pode merecer esta classificação pelo porte, desenho, idade ou raridade. Um dos parâmetros que se pode ter em conta é a antiguidade de uma árvore, tal como é referido na nova portaria: “A especial longevidade do arvoredo, aplicada a indivíduos ancestrais, centenários ou milenares, e ainda a outros, que, pela sua excepcional idade para a espécie respectiva, sejam representativos a nível nacional dos exemplares mais antigos dessa espécie.”
Aplicada aos “povoamentos florestais, bosques ou bosquetes, arboretos, alamedas e jardins de interesse botânico, histórico, paisagístico ou artístico”, a portaria entrará em vigor a 1 de Agosto. “A classificação de arvoredo de interesse público é um instrumento essencial para o conhecimento, salvaguarda e conservação de elementos do património nacional de excepcional valor”, defende-se.
Boas notícias, as árvores são seres vivos de uma grandiosidade que jamais conseguiremos alcançar e eu olho para elas com uma devoção que mal consigo explicar.
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Relembro: se descerem, encontrarão dois posts que estão nos antípodas um do outro mas que me parece ambos referirem-se a temas interessantes.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um bom fim de semana apesar de estar de ananases.
Achei interessante a música, que tem o ritmo da tranquilidade da floresta.
ResponderEliminarA lei sobre as árvores é uma boa notícia, mas hoje em dia andamos ao sabor dos interesses de meia dúzia. Se daqui por uns tempos der jeito a alguns que se mude a lei, mudam-na.
Andamos ao sabor duma corrente cheia de sobressaltos...
Um beijinho e desejo-lhe um bom sábado em família pelo que percebi - num piquenique :)
A propósito das árvores-monumento de aqui nos fala, permita-me que mencione uma dessas árvores, famosa, com quase 160 anos (158 anos para ser preciso) – o Plátano de Alijó - terra dos meus antepassados que tanto fizeram por aquela localidade naquela altura (como, por exemplo, a Pousada Barão de Forrester e outras tantas coisas de carácter social e que, mais tarde, já muito depois do 25 de Abril, foram sendo abandonadas, o que é de lamentar, pois foi a população que saíu prejudicada). O Plátano, junto à igreja Matriz, tem uma copa extraordinária, que bem nos sabe nos dias quentes de Verão (e ali o Verão é muito quente, daí o bom vinho, bem graduado, a par do Inverno muito frio e com neve), tem hoje uma altura imponente e uma espessura digna de uma árvore daquele tipo. Descobri por acaso um Blogue que menciona o Plátano de Alijó, “Árvores do nosso Norte”, dando-lhe a dignidade que aquela majestosa e simpática árvore centenária merece. Se um dia passar em Alijó, num passeio calmo por aquela região do Douro, pergunte-lhe ao ouvido que lhe conte as histórias daquela terra, amiga de todos os que a visitam.
ResponderEliminarBom fim de semana!
P.Rufino
Cara Jeitinho,
ResponderEliminarParabens por mais esta atenção para com as nossas queridas arvores.
Tenho um especial amor por arvores e sofro quando algum mal lhes acontece.
Desde alguns meses a esta data con-fronto-me com uma moda de mau gosto que consiste em revestir os troncos com bocados de crochet. Certamente também já terá dado por isso.
Já vi, em revistas destes trabalhos. Esses sim, interessantes, mas em jardins particulares. Contudo prefiro as suas proprias vestes e a maneira como se despem e vestem a estes adornos que ficam muito aquem. A poluição come-lhes a cor e torna aqueles bocados de crochet em lã nojentos.
Imagine a minha furia quando ontem ao sair de casa vejo as arvores
da minha rua com bocados de crochet malfeito e atado às tres pancadas.
Pensei logo num X-acto e libertar as minhas arvores daquele ultraje.
Ao entrar no cafe percebi que deverei ser a unica pessoa da rua que odeia aquilo.
Não me conformo!
Um beijinho e boa semana