Depois de, abaixo, ter lembrado Donostia, aquela a que sempre quero regressar, e Biarritz, a aristocrata decadente e bela, e Pablo Neruda e a sua ode ao mar, e a bela, bela voz de Ralph Fiennes, e o Carteiro de Pablo Neruda e aquele que deu a vida por um sonho, aqui, agora, é em mar que continuo a pensar e, em especial, num certo cavalo que não faz sombra no mar.
Cavalo à solta
Primeiro dia de praia. Já Abril vai a meio e ainda não tínhamos ido para a beira do mar apanhar sol, respirar o ar limpo do oceano. Fomos hoje.
Tarde boa, um sol discreto, amável, uma neblina discreta, pouca gente, uma extensão imensa.
E um belo cavalo branco com cavaleiro moreno, rabo de cavalo, andando vagarosos pela beira da água. Ao longe, o cavalo e o cavaleiro confundiam-se com a névoa que envolvia o mar branco.
Onde — ondas — mais belos cavalos
Do que estes ondas que vós sois
Onde mais bela curva do pescoço
Onde mais longas crinas sacudidas
Ou impetuoso arfar no mar imenso
Onde tão ébrio amor em vasta praia
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.
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- O vídeo é de Lucy Reichenbach que diz 'Cavalo à Solta' de Ary dos Santos
- Os poemas escritos, respectivamente Ondas e Liberdade, são de Sophia.
- O título do post evoca o título do livro de António Lobo Antunes: Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra No Mar?
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Sigam, por favor, para mergulharem no mar. É já abaixo e mergulharão em boa companhia.
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