Se eu penso num sítio onde sempre tenha vontade de voltar é em San Sebastián, Donostia, que eu penso. É um sítio onde gostaria de passar um mês de seguida, dois, três. Se eu pensar que um dia gostaria de ficar num sítio a fazer uma vida forasteira, andar pelas ruas e cais a fotografar, depois pôr-me a ouvir música e pintar ou ler ou sentar-me junto a uma janela e escrever, é em Donostia que penso. Há uma largueza de mares, de vistas, há uma alegria nas ruas, muitas crianças, muitas mães a passear nas ruas com os filhos, e restaurantes bons e bares e, em certos dias, muitos, uma neblina única, uma luz muito pura. Há em Donostia qualquer coisa que não identifico nem sei definir mas que me atrai irresistivelmente.
Mas não é só Donostia: é o que há à volta, é Biarritz. Biarritz é lindo. É um romantismo de antigamente, aquelas casas apalaçadas, aquele mar bravio, tudo aquilo é a um tempo genuíno e sofisticado, é uma coisa que remete para uma burguesia que já não existe, uma aristocracia literária. Não sei explicar. Um vento fresco, uma névoa cheia de maresia, penhascos, ondas brancas, distantes. Adoro estes sítios. É como se não fosse Espanha, nem França, mas um reino misterioso, o País Basco das mil histórias, uma gente e um sítio que são naturalmente independentes porque únicos. O mar de Biarritz.
O atraente abismo que podem ser San Sebastián e Biarritz para amantes clandestinos, para poetas, para solitários, para loucos. Lugares envoltos em mar.
O atraente abismo que podem ser San Sebastián e Biarritz para amantes clandestinos, para poetas, para solitários, para loucos. Lugares envoltos em mar.
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Memorável também é o poema Ode ao Mar dito no filme O Carteiro de Pablo Neruda, um filme encantador, encantatório.
Baseado no livro Il Postino de Antonio Skármeta, adaptado entre outros por Massimo Troisi que interpretou o personagem do carteiro. Massimo Troisi, que também era poeta, adiou uma cirurgia cardíaca para poder completar o filme. Cerca de doze horas depois do fim das filmagens, sofreu um ataque cardíaco fatal.
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Lá em cima, o primeiro vídeo, era a tradução do poema Ode ao Mar de Pablo Neruda, ODE TO THE SEA, lido por Ralph Fiennes, em presença das grandes ondas de Bairritz
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