Eu não me revejo no PCP onde há gente honorabilíssima mas onde subsistem hábitos controleiros e uma atitute tendencialmente conservadora e sectária, nem no BE onde há uma leviandade intrínseca e uma não objectividade nos momentos críticos, nem sequer no actual PS. Posso concordar com algumas coisas de cada um destes partidos, posso ter maior sintonia com o PS (apesar de não haver empatia entre mim e a actual direcção do PS), mas a verdade, verdadinha, é que acho que esta gente deveria ir toda tomar banho, mudar de pele, repensar a sua vida, pregar para bem longe, para Marte, por exemplo, chatear outros, pentear macacos, qualquer coisa. O mundo mudou e os partidos não. As concelhias, distritais, as juventudes partidárias, tudo isso me parece velho e relho, anquilosado, castrador, coisa a tresandar a naftalina, uma gente que vive para se preservar, alheada do que se passa de novo no mundo.
Claro que o exemplo acabado dos compadrios, do regabofe primário, da incultura mais básica se pode encontrar no PSD. O CDS é outra coisa, o CDS é um grupo de equívocos, uma banda de garagem atrás de um vocalista histriónico e que, qual eucalipto, seca tudo à sua volta. O CDS actual, como é maioritamente constituído por gente sem grandes escrúpulos, monta-se em cima de quem estiver no poder. O eleitorado vai provavelmente dar-lhes um valente chega para lá a menos que se apresentem coligados, o que camuflará um bocado a origem do desastre. De qualquer forma, entre uns e outros venha o diabo e escolha.
Quando agora forem as eleições ponho, pois, de parte o PSD e o CDS, depois ponho também de parte o PCP e o BE e fico muito na dúvida quanto ao PS embora o PS costume ter grandes deputados europeus.
Mas a verdade é que o PS do Totozé Seguro me incomoda. Não é um partido mobilizador, inspirador. Nem um pouco. Parece mais do mesmo. Uma seca. É gente que gosta de empatar no meio campo (e até parece que percebo de futebol) e que tem a maior dificuldade em mobilizar-se para rematar à baliza. Enrolam-se, titubeiam, hesitam, vacilam, uns tarantantam que me dão nervos. Dá-me vontade que apanhem um susto para ver se esta mole espapaçada sai de cena para que as águas deixem de parecer um pântano, para que tenhamos águas límpidas.
E até quase que sou levada a crer que talvez o regime esteja a precisar de uma fractura para se reorganizar mas, ó senhores, faz sentido aparecerem manifestos e movimentos e novos partidos como se fossem cogumelos?
Vozes lúcidas, bem intencionadas, gente de boa vontade... mas todos divididos...?! Acharão que, assim, vão a algum lado? Umas pombinhas da catrina, lá vai uma, lá vão duas, três pombinhas a voar. Ingénuas, bem intencionadas, umas pombinhas prontas para serem imoladas.
Não percebem que com esta divisão da esquerda, os chico-espertos da coligação PSD+CDS esfregam as manápulas de contentamento?
Vozes lúcidas, bem intencionadas, gente de boa vontade... mas todos divididos...?! Acharão que, assim, vão a algum lado? Umas pombinhas da catrina, lá vai uma, lá vão duas, três pombinhas a voar. Ingénuas, bem intencionadas, umas pombinhas prontas para serem imoladas.
Não percebem que com esta divisão da esquerda, os chico-espertos da coligação PSD+CDS esfregam as manápulas de contentamento?
Não faria sentido que esta gente de bem se organizasse num único movimento e, tendo expressão, se juntassem em coligação com o PS?
Não faria sentido que, por uma vez na vida, fossem pragmáticos e pensassem em rematar à baliza de vez?
Sorte macaca.
Não faria sentido que, por uma vez na vida, fossem pragmáticos e pensassem em rematar à baliza de vez?
Sorte macaca.
A esquerda não é "latifundiária" bem pelo contrário, só tem minifúndios e, como é sabido, é sempre difícil juntá-los para obter boas colheitas...
ResponderEliminarEsta pulverização da Esquerda começa a preocupar-me. O pior do problema, em minha opinião, até nem é o aparecimento de outras “alternativas” (embora convenha sempre recordar que o B.E começou assim – para acabar como, em 2015?), mas o facto de muita gente não se rever neste PS – Seguro. Alguém, sinceramente, consegue dizer-nos no que consiste a oposição do PS/Seguro a este corrupto e inqualificável Poder de extrema-direita – PSD/CDS? Com o beicinho com que nos acostumou, o Tózé Piu-Piu balbucia na A.R, perante a imprensa, nas entrevistas, nos comícios, etc. Não se vê ali energia, determinação, mudança para um futuro melhor, ruptura com esta porcaria (Passos/Portas), um programa de governo, de acção, nada. Vê-se um líder titubeante, fingindo-se zangado e pouco ou nada capaz em saber defender os mais fracos. Apontem-me razões para votar no Seguro! Só para me ver livre da corja Passos/Portas/Albuquerque? Então, nesse caso, porque não votar na CDU, B.E, no MRPP, etc? Ora bolas! E depois, o PS, a exemplo do que tem sido a sua tradição, se não obtiver uma maioria, onde vai buscar apoios políticos, de coligação, ou de entendimento parlamentar? Junto do PSD e do CDS. Que não haja dúvidas! O PS vai ter um relativamente mau resultado eleitoral, quer nas Europeias (2014), quer, sobretudo, em 2015. Muitos eleitores vão acabar por votar no mal do menos, ou seja, neste desgoverno. Sou daqueles que não acreditam em milagres, ou seja, de que esta maioria sairá profundamente derrotada. Infelizmente não creio que vá suceder. Mas posso estar enganado. Aliás, essa malta que no Post acima é referida, a malta das Ericas, vai votar no Tó-Zé? Não, vão preferir o popularucho Portas das feiras e o homem de Massamá (futuro de Oeiras, ao que consta). Por mim, nunca votarei Seguro, jamais! Ou fico em casa, ou saio para um passeio por esse Portugal fora, ou voto em quem? Mas, o PS de Seguro vai ter o que merece. Quanto aos Partidos, ou há renovação de fundo, ou esta Democracia, já de si prisioneira de interesses privados (via deputados que elegemos), nunca funcionará.
ResponderEliminarP.Rufino
PS: o PS até tem ali gente capaz de unificar todas estas “alternativas” e englobá-las num projecto único de esquerda. Mas, não fazem parte do actual aparelho dominante.
jrd,
ResponderEliminarA malta da esquerda perde-se em utopias, fantasias, coisas assim.
Os outros não: é o toca a reunir (e chega bem).
Vê-se no que dá.
P. Rufino,
ResponderEliminarEu nestas coisas barafusto, enfureço-me, ladro, ladro mas, na altura de votar, tento ser muito pragmática e descortinar qual o mal menor.
Nas próximas eleições (europeias) não faço ideia de qual será o panorama mas, seja como for, o meu voto será em função dos que me parecer que têm a melhor lista de deputados. A UE não pode estar entregues a parasitas.
Quando forem as legislativas votarei seguramente contra Passos Coelho e Paulo Portas. Agora resta saber qual será a formação política, de entre as restantes, que me parece conter a melhor solução para governar o País. Pode ser que até lá as águas se agitem e clarifiquem.
Não está fácil. A malta de esquerda tende a ser mais sonhadora do que pragmática e isso é uma benesse para os direitolas.
A ver vamos.