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- Não. De pé não quero.
Meio selvagem. Entre suspiros breves, gemidos fundos. Quase não fala - até hoje.
- Rapidinho, não quero. Seja uma vez só. Mas com tempo. Não de pé. Contra o muro.
(...)
- Quero te ver. Mais uma vez. Sei que dá em nada. Com vocês, homens. Faz o que quer. Depois nunca mais.
- Aí que se engana. Não eu.
- Te vejo sempre com outras. Sou novidade. Depois sem interesse. Só mais uma. Isso não me serve.
- Só depende de você. Mais que de mim.
- Agora eu vou.
Mil beijos loucos. As mãos duras por ali viajando.
- Te vejo de novo, baixinha.
- Qualquer dia. Qualquer hora. Sei lá.
- Estou sempre por aí.
[1]
[1]
Vê a ninfa
sair do bosque
Identidade intacta
como tem a rosa
O ruído e as palavras
tropeçam-lhe na língua
e no seu corpo desliza
o insaciável desejo
[2]
[2]
E no meio de tudo isso o amor em que explodíamos, um dentro do outro, na nossa cama de todos os dias e nas camas casuais de outros lugares.
A química entre nós, aquela atracção quase magnética.
Tínhamos modos de ser, sentir e pensar, estimulantes e compatíveis e, como pensei muitas vezes, também mentalmente éramos amantes.
Mas não posso negar que o corpo tinha uma sabedoria só dele e a cama era o lugar número um do mundo. Todos os amantes sabem disso.
Tínhamos modos de ser, sentir e pensar, estimulantes e compatíveis e, como pensei muitas vezes, também mentalmente éramos amantes.
Mas não posso negar que o corpo tinha uma sabedoria só dele e a cama era o lugar número um do mundo. Todos os amantes sabem disso.
Éramos felizes, achávamos, sem palavras. Queríamos continuar assim.
[3]
[3]
Pousa a mão
no chifre do Unicórnio
Descendo
os dedos em torno
Como
se fosse...
A boca
do poço
A boca da face
A boca do corpo
[4]
[4]
Dois dias depois (...) vi-me frente a frente com o meu belo anjo.
Estava vestida de freira.
Como a nossa ternura recíproca nos fazia sentir igualmente culpados, imediatamente nos pusemos de joelhos um diante do outro. (...)
Como os perdões que tínhamos que pedir um ao outro não podiam explicar-se por palavras, consistiram apenas num dilúvio de beijos num sentido e no outro, cuja força sentíamos nas nossas almas apaixonadas, encantadas nesses momentos por não precisarem de linguagem diversa para explicar os seus desejos e a alegria que as inundava.
[5]
Senhora
e eu deixei-me seduzir
de bom grado
No sigilo de vosso
colo
na devassa de vosso espelho
[6]
Bom, afinal estávamos a ter um romance.
Não se tem destas conversas se não se está a ter um romance.
(Eu pelo menos pensei isso, não sei o que pensaram vocês).
E essa era mais uma razão para eu ficar triste. Com o romance vinham os equívocos. Os equívocos geralmente vinham antes do romance, quando nem sequer havia romance nenhum nem estava para haver, mas isso não impedia que houvesse equívocos associados ao romance.
Havia-os de certeza.
Foda-se.
[7]
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1 - Excerto de A Polaquinha de Dalton Trevisan
3 - Excerto de A Cidade de Ulisses de Teolinda Gersão
5 - Excerto de História da Minha Vida de Giacomo Casanova
7 - Excerto de Os Idiotas de Rui Ângelo Araújo
2, 4, 6 - Poemas de A Dama e o Unicórnio de Maria Teresa Horta
As fotografias foram obtidas na internet e não consegui detectar a sua proveniência original.
O vídeo mostra Elis Regina interpretando Me deixas louca
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A propósito: sobre a baixa de natalidade e o quão preocupante isso é, desçam por favor até ao post abaixo.
(Espero que o post que acabaram de ler ajude, de alguma forma, a resolver o problema de que abaixo falo)
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa quarta feira!
Um poste afrodisíaco pode ajudar a despertar a libido, mas logo vem um qualquer ministro empata...
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