Não descansei o suficiente no fim de semana. Passa da uma da manhã e os meus olhos teimam em fechar-se, tanto o sono. Tinha vontade de aqui vos falar de tantas coisas, quero sempre dizer-vos tantas coisas. Coisas que me contaram, ideias que me ocorreram, passeios que dei, palavras que ouvi, livros que li, livros que comprei, livros que tenho agora aqui quase ao meu colo como meninos que não me largam. Podia sentar-me aqui, começar a escrever e encher páginas e mais páginas. Mas isto também não é nenhum livro nem um magazine para se ir folheando e vocês também têm mais que fazer. Deveria aprender a moderar-me mas não tenho vontade de o fazer.
Aliás, a limitação do tempo é o melhor antídoto para esta minha vontade de me pôr aqui na conversa convosco. Hoje alguém me disse que a minha escrita é acolhedora e eu fiquei contente como se me tivessem oferecido um ramo de rosas. Ou um bolo ainda morno, a cheirar bem como os bolos mornos sempre cheiram. Ou como se tivesse recebido uma carta de verdade escrita em papel macio, à mão.
Gosto de saber que a minha escrita é como a minha casa e que vocês gostam de estar nela.
Gostava de poder ter-vos aqui comigo, vocês a verem os meus livros, a espreitarem as minhas molduras onde há sempre sorrisos lá dentro, ou a olharem para cima, para verem a fadinha que aqui esvoaça sobre mim, ou a bailarina da saia comprida e colorida que rodopia à mínima deslocação de ar. Ou a viajante. Esta é recente, foi a minha filha que me chamou a atenção para ela, estávamos no Mercado do CCB.
Mas como vocês estão aí, tão longe de mim - mesmo que eu abra agora a janela para vos deixar entrar, temo bem que vocês se acanhem - vou mostrar-vos estes meus últimos livros. Quando poderei lê-los com o vagar que merecem? Não sei. Folheio-os, passo-lhes a mão, leio-os salteadamente, de vez em quando espreito-os, percebo de que matéria são feitos mas tenho, depois, que os deixar. Talvez por não poder já consumar o acto, sejam sempre tão desejados, talvez por isso ainda mais me apegue a eles.
E 'A Dama e o Unicórnio' da Maria Teresa Horta, de onde hoje divulgo um poema no Ginjal
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Gostava de me debruçar um pouco mais sobre cada um destes meus livros preciosos mas não consigo. Talvez vocês possam sair do vosso conforto, atravessar os vastos espaços e vir até aqui. Quando eu estiver a adormecer podiam vir ler-me umas páginas destes livros. Eu pensaria que estava a sonhar mas seria de verdade - vocês, meus Leitores, falariam junto a mim, ler-me-iam os meus livros, palavras encantadas como histórias de ninar.
Mas vocês são uns comodistas, já sei que não vão atender ao meu pedido. Vou ter eu que inventar palavras enquanto o sono não chegar.
Mas antes de me ir deitar vou aqui deixar um pequeno vídeo que as televisões já mostraram mas que, ainda assim, faço gosto em que aqui fique. Maravilhosa Maria João Pires.
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Sobre o porco que encontrei caminhando no parque, desçam por favor até ao post seguinte.
E vejam o nome que o dono lhe deu...!
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Muito gostaria ainda de vos convidar a virem até ao Ginjal e Lisboa. Tal como acima referi, hoje por lá temos a 'Dama e o Unicórnio' e a poesia sensual de Maria Teresa Horta. As minhas palavras tentam fazer pendant. A música que se lhes segue é a de Mayra Andrade. Morninha, claro.
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E, por agora, é só. Desejo-vos, meus Queridos Leitores, uma quarta feira mesmo muito boa.
ResponderEliminarNão se modere minha amiga. É um prazer imenso vir aqui e ao Ginjal ler a sua escrita, as suas palavras inspiradoras, ouvir as músicas que selecciona para nós. Tenho ido ao Ginjal ouvir a Mayra Andrade. Uma intérprete ecléctica.
Os seus livros quase que saltaram para o meu colo. Escolha o poema mais belo, a prosa mais empolgante, e considere-os lidos por mim.
Beijinhos
Olinda
Querida Jeitinho
ResponderEliminarEstamos a precisar de si lá no FIO DE PRUMO...
O Valterzinho está a pedi-las...
Abraço.
Olá Olinda,
ResponderEliminarQue bom que aqui tenha vindo com a sua voz sempre tão cheia de afecto. Muito obrigada.
Espero que já esteja completamente bem (não digo que 'já esteja pronta para outra' porque sei bem que tomara que não volte a haver outra, não é?).
Beijinhos e, uma vez mais, muito obrigada por ter respondido ao meu chamamento.
Olá Erinha!
ResponderEliminarPois, como moça bem mandada que sou, já lá estive e já dei o meu contributo (não para lavar o sexo do Valtinho - credo!!!!!! - mas para deitar mais umas achas para a fogueira).
E também aproveitei a dica da burka para uma ou outra sugestão.
E já me fartei de rir a ler aquela animada troca de comentários.
Olhe, Erinha, se não nos 'falarmos' antes, boa sorte para dia 8. Vai correr às mil maravilhas. Pode crer.
Beijinhos!
Obrigada minha amiga
ResponderEliminarAcho que quando for na auto estrada, desafio o meu homem a "fugir" para o nosso cantinho algarvio...
Bem, "a pedrada" é outra! Lá vai ter de ser...
Obrigada pelo seu apoio.
E muito importante para mim.