Este fim de semana quando chegámos, estava eu a abrir a porta de casa, o meu marido disse com uma voz inquieta ´'É pá, falta aqui a mesa'. Fui ver. Faltava a mesa grande de madeira, dois cadeirões de madeira, dois bancos desdobráveis de madeira, artesanato de Monchique, e, imagine-se, uma bilha de gás.
Estavam debaixo do telheiro.
Deixaram lá ficar outra mesa com bancos corridos, um cadeirão duplo e outros bancos de madeira.
Os portões estavam fechados. Saltaram a vedação, devem ter encostado uma viatura e levaram aquilo.
Não é que o prejuízo tenha sido extraordinário mas é a sensação de violação, de ter andado gente estranha por um território tão nosso, ter levado o que quis - e é o medo que um dia seja pior.
Uma coisa muito estranha. Alguém arriscar-se, violar propriedade alheia para roubar este género de coisas.
Não por acreditar que alguma coisa se resolva mas por uma questão de princípio, fomos fazer uma participação ao posto da GNR da vila.
Uma simpatia o guarda. Preencheu o formulário mas, desolado, informou-nos que ali no posto, como se podia ver, estava só ele. Que à meia noite viria um colega para o revezar e que ficaria igualmente sozinho. Que durante o dia, estariam os colegas da patrulha mas que também nada poderiam fazer porque, desde há uma semana, estavam sem viatura. O jeep de 20 anos tinha-se avariado e estava há uma semana para fazer orçamento, que, portanto, não fazia ideia de quando o teriam de volta. Ou seja, não apenas por falta de pessoal mas agora também por falta de viatura, estão impossibilitados de sair do posto. Que, numa emergência, ter-se-á que pedir reforços para a cidade e provavelmente, no meu caso, talvez em cerca de uma hora, chegue lá alguém. Acrescentou completamente impotente: 'É o que este Governo anda a fazer. Só falta, a seguir, não haver dinheiro para o combustível'.
Fiquei ainda mais assustada com a constatação de que a GNR, ali tão perto, se encontra atada de pés e mãos e de pouco nos poderá valer em caso de necessidade.
Que raio de Governo este, senhores. É tudo mau demais em toda a linha. Que incomodada isto tudo me deixou...
Uns amigos nossos que têm uma segunda casa no Alentejo, ali perto de Serpa, um "monte" bonito mas isolado, já tiveram aquela sua casa assaltada, por dentro e por fora, 3 vezes! Um irmão meu, que tem a segunda casa ali perto de Azeitão também já viu aquela sua casa assaltada 1 vez, tendo-lhe os larápios roubado umas poucas de coisas de dentro da casa. Agora tem um alarme forte ligado à securitas. Estes assalatos sucederam entre 2009 e 2013. Uma chatice! Felizmente que a nós, até hoje, nunca tal nos sucedeu. Mas dá raiva só de imaginar!Que vão fazer para prevenir? Alguns destes responsáveis até nem são de origem portuguesa. Seja quem for, sabe quando não está gente em casa. Mas como evitar? Na nossa casa lá nas serranias da Beira nunca tal sucedeu. Fica mais longe, talvez, ninguém conhece a aldeia.
ResponderEliminarP.Rufino
Só podemos desejar que os ladrões comecem a roubar os responsáveis pelo estado a que isto chegou.
ResponderEliminarMesmo que isso signifique que vão ter cem anos de perdão...
..., como sabe, vivi um cenário de filme que nem gosto de recordar e, por isso, imagino o que sentiram.
ResponderEliminarÉ tremendo, sim. A raiva que dá, a sensação de violação do nosso espaço, a injustiça da impotência das forças policiais (que, no meu caso, também foram simpatiquíssimas e inexcedíveis) e a ideia de que isto tudo só vai piorar, que não existe respeito pelo semelhante, pelos bens alheios, enfim, que a polícia e a lei são letra morta e, se passamos impunes a algo começa a ser por pura sorte. Mais nada.
Parece que nem há balas. E se existem e são usadas e há um azar, o mal ainda é dos pobre guardas. Isto anda tudo virado do avesso...
A coisa está maravilhosa é para a malandragem. para toda ela. Um mimo de tempo, este.
A todos,
ResponderEliminarA situação é de susto mesmo. Hoje fui lá à hora de almoço/princípio da tarde para fazer um contrato com uma empresa de segurança (mais despesa...!) e o que eles me contaram, no fim, quando estávamos já um bocado à conversa, foi a seguinte: desde que acabaram com subsídios de reinserção, como muita dessa gente não têm de que viver e não há trabalho (e alguns nem são dados a trabalhar), a criminalidade deste género aumenta de dia para dia. E, como sabem que as autoridades estão impotentes actuam ainda mais à vontade. Dizem que nos últimos tempos tem sido uma coisa do além: entram nas casas e limpam tudo à luz do dia ou entram com as pessoas lá e, se oferecem resistência, amarram-nas. E que desde a semana passada tem havido vários roubos diários de contadores da água, torneiras de exterior, bilhas de gás. Dizem que é pelo metal. E que, no caso das bilhas de gás, como uma custa uns 30 euros mais 15 de tara, vendendo-as a metade do valor, ficam eles a ganhar e ficam os lojistas que têm acordo com eles. E que a Guarda assiste impotente a este alastrar de situação.
Dizem que desde a semana passada até têm roubado lençóis e toalhas bordadas.
Ouço isto tudo e penso naquele guarda ontem a perguntar-me, desolado, se eu não via que ele estava sozinho no posto e sem viatura? Perguntava-me: 'Que posso eu fazer?' e eu até me dava pena ver o senhor ali sozinho, sem qualquer possibilidade de agir.
Como é possível que estejamos a chegar a um ponto destes?
Minha amiga, como a entendo. Em 2005 foram também ao meu heaven e não levaram mais do que um leitor de CD e as colunas (um aparelho dos pequenos)um mealheiro do meu neto onde nós por graça andávamos a pôr dinheiro, mas o pior foi a desgraça em que deixaram a casa porque o que eles queriam mesmo era dinheiro ou joias. Naquela casa nunca tenho nada de valor deste género. Mas o pior foi ver as gavetas todas abertas, a roupa no chão. Fiz mais de 10 máquinas para pôr tudo em ordem, mas a sensação de impotência perante o estrago foi tremenda. Fizemos a participação e na altura a polícia foi lá e levou peritos para descobrir impressões digitais, mas os meliantes tinham ido de luvas. Despejaram o frigorífico do que lá havia, beberam cervejas e notámos coisas preparadas para serem levadas nos dias seguintes, porque eles deviam saber que nós na altura só lá íamos ao fim de semana. Fomos por acaso durante a semana e foi por isso que travámos a debandada.
ResponderEliminarCom o medo pusemos grades (de lagarta) contra o meu gosto porque tira o cunho rural, mas só de pensar em alguma repetição, teve mesmo de ser.
Acho que não deve haver muitas pessoas que, tendo uma segunda casa para férias,ou não, não tenham já experimentado a desilusão de uma visita destas seitas.
Um abração de solidariedade e tudo de bom para vós.
Teresa
Pois é, Teté,
ResponderEliminarAinda hoje de manhãzinha lá foram ligar a central de alarmes e lá veio a recomendação de grades. Mas eu não gosto de ver... É como dia, parece que retira a graça. Mas essa da lagarta é capaz de ser uma boa solução porque encolhe quando lá se está. Vou falar nisso ao meu marido.
Obrigada!