Diz Pedro Mexia no seu Malparado:
Quando dei conta de Scarlett Johansson (que já fazia filmes há uns aninhos), achei não apenas que ela era a jovem mais encantadora do nosso sistema solar, mas também uma actriz com futuro, se tivesse bons agentes, boas propostas, bom gosto. Aquela menina com rosto de Vermeer, mas com uma anatomia e uma carnalidade que intimidaria o cavalheiro de Delft, chegaria onde quisesse. Infelizmente, tirando os good looks, a promessa não se manteve, justamente numa década da vida em que chovem os grandes papéis.
Ainda que contássemos com todos estes títulos, e só um incondicional o faria, restam dezenas de inanidades «juvenis», comédias sem nexo, filmes com super-heróis, umas femmes fatales às três pancadas. É pena, porque há poucas actrizes a representar aquele «tipo», com aquela intensidade, naturalidade e confiança, apesar de uma certa limitação de registos. Talvez seja preciso que passe de miúda a mulher, não sei. E talvez chegam melhores propostas, melhores agentes, melhores escolhas. No cinema, ser linda de morrer ajuda; mas também ajuda que se entre nuns quantos filmes lindos de morrer.
Ao ler isto, lembrei-me do Encantador de Cavalos. Scarlett já por ali andava e andava bem (apesar de coxear). Não obstante, das actrizes femininas deste filme, eu preferir Kristin Scott Thomas (sempre a vacilar entre a virtude e o pecado, coisa que acho bastante interessante), não posso deixar de referir que Scarlett já, por esta altura, mostrava a sua sinceridade carnal.
Não sei se ela já era, então, linda de morrer ou se este filme é lindo de morrer. Mas que são ambos marcantes, lá isso são. Eu, pelo menos - e não sou cinéfila-, lembro-me de todos eles e, embora não seja dada a repetir aquilo de que gosto, não me importaria nada agora de o rever. Há uma cena fantástica entre Kristin e Robert Redford de que me lembro muito bem. E a forma como ela se vai embora também é muito tocante. Cenas.
Mas a conversa é sobre Scarlett e não sobre Kristin,
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Também me lembro dela no "Encantador de cavalos" e, claro, da Kristin Scott Thomas.
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