No post a seguir a este falo da vergonhosa nova investida do sinistro desGoverno de Passos Coelho. A tropa fandanga do Ministério das Finanças com a pinóquia Albuquerca à cabeça, secundada pelo descabelado Rosalino, apresentaram-se para comunicar ao País que os portugueses todos mas, em especial, os funcionários públicos e os pensionistas, vão continuar a ser esmifrados até ficarem exangues e que, se não for desta que Portugal ajouja de vez, então já pouco lhes restará fazer.
E eu tenho cada vez mais vontade de me ver livre deles todos. Estes sujeitos ou são muito burros ou muito perigosos. Se não nos pomos a pau, destroem-nos de vez.
Mas isso é lá em baixo. Aqui, agora, a conversa é outra: é para desopilar.
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Uma vez saí do trabalho à noite, muito tarde. Nesse dia tinha tido reuniões fora da empresa e, quando tinha chegado a meio do dia, já não tinha tido lugar no parque da empresa. Por isso, tinha deixado o carro estacionado numa rua lá perto.
Quando saí, lá fui por uma rua deserta e escura, tarde e más horas, para o carro o que, já de si, me deixou a modos que desconfortável. A rua onde o carro estava estacionado era a descer e fazia uma curva em cotovelo a meio e, àquela hora estava cheia, carros estacionados dos dois lados. Nada de especial, lá fui. Para a frente nunca tenho problemas.
Contudo, a meio da rua, vejo um carro vir em sentido contrário, para cima. Fiquei parva porque a rua era de sentido único, a descer. O sujeito fazia-me sinais e mandava-me ir para trás. Eu fazia sinais e dizia que ele é que vinha em sentido contrário. Os dois naquilo.
Até que o fulano saíu do carro e me veio dizer que a rua estava fechada, que estavam a reparar qualquer coisa lá em baixo e que, portanto, a única hipótese era sairmos em contra-mão, eu que fosse de marcha atrás.
E eu que sim. Mas senti logo que aquilo tinha tudo para não correr bem.
Eu de marcha atrás e ele devagar, na minha cola. A rua inclinada, empedrada, estreita, de noite, via-se mal e o outro carro ali mesmo de frente para mim. O homem devia estar nas calmas mas, não vos digo nada, o que aquilo me intimidava...
Nada corria bem. Não sei se era que já estava a ficar enervada, se era que aquilo não era mesmo simples, o que eu sei é que parece que desatinei. Se eu chegava o carro para um lado, quase batia nos carros desse lado, se desviava, quase batia nos do outro lado. Muito devagar, já atrapalhada. E o homem muito devagar também, pois que remédio o dele, pacientemente à espera que eu me saísse daquela para ele sair também.
Se os meus filhos me estivessem a ver, sorririam com ar gozão e diriam 'a barraquinha do costume...' mas eu, armada em forte, ali ia, de marcha atrás, a subir, aos ziguezagues, muito devagarinho.
Mas quando cheguei à curva é que foram elas. Dava-me jeito chegar o carro à frente para definir melhor a abordagem à pista mas o homem ali estava, parado, provavelmente sem perceber que falta de jeito era aquela. Já nem conseguia pensar. Já só sentia era vergonha porque pensava que aquilo não devia ser difícil só que, simplesmente, já nem estava bem em mim. Já para não falar que, por mais do que uma vez, deixei o carro ir abaixo, já o pé quase me tremia a fazer o ponto de embraiagem. Um desatino. Enquanto tentava prosseguir, pensei que àquele ritmo não ia sair dali tão cedo. Um vexame grande demais.
Então, sem pensar, desisti. Saí do carro, fui ter com o homem e disse-lhe: faça-me um favor, tire-me o carro daqui. O homem olhou para mim de boca aberta. Confirmei. Não vou estar aqui o resto da noite, o senhor deve fazer isto nas calmas. O homem ainda me tentou convencer, mas é fácil, vá lá, se quiser eu vou-lhe dizendo. Mas eu sabia que já não estava a atinar com nada. Expliquei-lhe com franqueza, mas eu sou uma aselha, o que é que quer? faça-me lá esse favor. Com ar um bocado aparvalhado lá me fez a vontade.
Nem pensei que o homem, que eu não conhecia de lado nenhum, podia desandar, o meu carro era bem melhor que o dele, e ter-me deixado ali plantada.
Escusado será dizer que se meteu no carro e em três tempos, de seguida, sem hesitações, fez a curva e levou o carro de marcha atrás rua acima. Claro que me senti a mais estúpida das criaturas. Lá fui a pé, pela rua até ao meu carro. Agradeci e fui-me embora. O homem lá foi, apalermado, rua abaixo, até ao carro dele.
Fiz o caminho para casa a rir à gargalhada, até chorava a rir, a pensar na facilidade com que o homem tinha feito a manobra e na cara de pasmo dele quando eu para ali andava aos ziguezagues, muito devagarinho e a deixar o carro ir-se abaixo. Ainda agora, que estou aqui a escrever, me farto de rir só de me lembrar. Que figuras tristes que uma pessoa faz, senhores.
Enfim, também já me fartei de rir com esta senhora aqui abaixo. Passou-se apenas há dias e é uma coisa do além. Ora vejam.
Worst exit a park (Pior saída de um parque)
Fantástico, não é?
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Gostava ainda de vos convidar a visitarem o meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa. João Vasco Coelho faz-me despenhar do alto de um sonho. O que vale é que Cecile volta para nos dar jazz.
Sobre a m... do OE 2014 é descerem, por favor, até ao post abaixo.
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E, por hoje, por aqui me fico. Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quarta feira.
Estimada UJM,
ResponderEliminarAcontece! Até tem graça. O que achei curioso foi a atitude ou atrapalhação do cavalheiro. Num caso destes, o cavalheiro, com ou sem casaco e gravata, lá vai em “socorro” da Dama em aflições. Já me sucedeu uma senhora numa ocasião pedir-me para a ajudar, o que fiz com todo o cavalheirismo deste mundo.
Isto de se ser “nabo” a conduzir ou a arrumar uma viatura, sucede a todos os sexos. Nosso avô paterno, lá do Douro, mandou fazer uma garagem – e ainda hoje lá está - com duas portas, uma para ele entrar com o carro, outra para sair, visto nunca ter conseguido usar a “marcha-à-ré”, como se dizia nesses tempos.
Um dia sucedeu-me uma coisa engraçada. Tive um pneu vazio no Smart de minha mulher e enquanto estava por ali, se saber o que fazer, onde estava o pneu subslente, como se muda o pneu, etc e coisa, eu já numa de pirónamo, eis senão que me pára um...outro Smart, e uma jovem senhora de 40entas, bem arranjada me pergunta: “algum problema? Como tenho também um carro idêntico!” – Agradeci e respondi-lhe: “ Grato! Mas, enfim (a modos que a desculpar-me!), este carro é de minha mulher e não sei porque raio, o pneu foi-se! E agora não sei o que fazer, já viu!” Diz-me ela: “estes carritos não têm pneu subslente, aconselho-o a contactar o ACP – se for membro. Eles vêm logo, vai ver!” E assim fiz! E lá vieram. Todavia, lá me foram dizendo que “havia ali, algures nos pés da mini-carripana, um kit para solucionar estas coisas, sabendo fazer uso disso, naturalmente!” – Pois. É isso, o “naturalmente” naquele caso, não resultou. Sou capaz de arranjar um outro carro (e até já fiz coisas incríveis para o carro andar, mas um Smart!...)
O video que aqui colocou é divertido!
P.Rufino
Olá UJM,
ResponderEliminarAté a contar a infeliz ocorrência tem graça! Estas coisas só não acontecem a quem não conduz... Mesmo assim teve o bom senso de pedir ajuda, com inteligência!
Quando tirei a carta de condução, lembro-me que logo no início fui dar uma volta, fazer algumas manobras num parque muito apertado para treinar, e imagine que resolvi fazer-me acompanhar do meu cão, um Serra de Aires. O animal berrava, ladrava, tremia de medo aflito e eu já não tinha visibilidade nenhuma com as correrias que ele fazia dentro do carro. Tive que desistir pois estávamos ambos com os nervos em pé! Acontecem-nos coisas levadas da breca!!!
Um beijinho
Não fique "complexada". Percebe-se que não tem vocação de caranguejo. eu também não...
ResponderEliminar:)