Como é sabido pelos que por aqui vêm ler o que escrevo, debrucei-me há dias atrás sobre a inexplicável vassalagem que a comunicação social presta ao homem que vai nu, o Valter Hugo Mãe.
Escrevi inexplicável mas é uma força de expressão. Sei perfeitamente qual a explicação. Tendo recebido o prémio Saramago e tendo caído no goto de um certo público feminino que, inclusivamente chega a oferecer-se para ter um filho dele, a editora joga forte no produto Valtinho. O mercado do género, especialmente quando se alarga a terras do Brasil, faz tinir a caixa registadora e, logo, uma boa ofensiva de propaganda, por cara que seja, paga-se por si.
O que me incomoda é que revistas da especialidade - que deveriam dar-se ao respeito - se prestem de forma tão desavergonhada à farsa. Dar notícia, uma coisa breve, ainda se percebia. A publicidade é necessária à sobrevivência da comunicação social tal como a conhecemos. Mas daí a darem honras de figura literária de primeiro plano já me parece chocante. Tentar sobreviver é uma coisa, venderem-se é outra. O Jornal de Letras, a Revista Ler, o suplemento Actual do Expresso mostram a sua decadência enquanto imprensa especializada séria quando concedem páginas e páginas a Valter Hugo Mãe, louvando-o como se de um escritor de primeira água se tratasse.
Felizmente, a semana passada, quer Clara Ferreira Alves, quer Ana Cristina Leonardo, no mesmo suplemento Actual, puseram-no no seu lugar ao referi-lo como um dos escritores sobrevalorizados da actualidade.
Mas o que aqui me traz hoje já nem é o dito Valtinho, o do sexo lavável e outras pérolas que tais. O que me faz alguma impressão é o tom dos comentários que me deixaram nos textos que escrevi.
Transcrevo-os pois, pelo que me é dado perceber, exprimem a opinião dos leitores-admiradores da dita criatura e, pela forma como a exprimem, acho que posso dizer que exprimem também a sua natureza.
Ora vejam.
Anónimo disse...
Tanta crítica à pessoa e zero de crítica à obra, sem informação concreta sobre a mesma.
Tanta crítica à pessoa e zero de crítica à obra, sem informação concreta sobre a mesma.
É tão inteligente e superior, que se vê na necessidade de achincalhar para se sentir melhor.
Não me interessa se publica ou não o comentário, como já deve ter entendido, penas me interessa dizer-lhe que, mais cedo ou mais tarde, lhe cairá um cão com pulgas no colo.
E mais uma coisa: atenção à língua portuguesa, que nem a devida pontuação sabe fazer.Daniela MartinsBragaOutubro 12, 2013
Anónimo disse...Pois é... os cães com pulgas não devem gostar das cadelas com raiva. Por isso não lhe cairá nunca um no colo (desta vez).Outubro 14, 2013
Anónimo disse...Bota gelo e pomada que isso passa :DlololololOutubro 18, 2013
A dor de CORNO que por aqui vai =Dquerias ter-lhe a fama e a capacidade? Vender livros e ter pessoas a admirar o trabalho feito?"estudasses"!! ;)inveja é feio, viu..?Outubro 18, 2013
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Generalizações a partir de amostras de que não se sabe se são ou não representativas é coisa que não deve ser feita e, por isso, não vou dizer que, pela amostra, dá para perceber qual o público de Valter Hugo Mãe.
Por isso, vocês, meus Caros Leitores, ajuizem por vocês.
Por isso, vocês, meus Caros Leitores, ajuizem por vocês.
Sinto-me melhor porque, afinal, descubro que não sou o único com a mesma opinião a respeito do dito senhor "valter hugo mãe".
ResponderEliminarEscrevo em minúsculas de forma a respeitar os ditames do "monstro", que, provavelmente na falta de melhor, julgou encontrar nisto um bom modo de chamar a atenção.
Olá UJM,
ResponderEliminarPartilho da mesma opinião. Irrita-me ver tanta publicidade não só nas revistas como a ele próprio. Será preciso tantas cenas com penas, passarinhos e beijinhos, para vender livros?! Ná, a mim não me convence.
Um beijinho e bom fim de semana
"Tentar sobreviver é uma coisa, venderem-se é outra." Porque é que os bons escritores não hão-de ser como os outros artistas (músicos, etc)? Ou para serem credíveis e sérios terão sempre que estar à margem e viver pobrezinhos sem que ninguém os conheça, reservados só para alguns? O valter hugo mãe é grande! E devia ser ainda mais divulgado! (valtinho deve ser "um jeito manso" de ser referir a ele, certo?) Já leu o Remorso de Baltasar Serapião?
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