Apenas de vez em quando vou ver as estatísticas relativas aos acessos ao Um Jeito Manso.
Devo dizer que não olho para os IP's, nem quero saber quanto tempo é que as pessoas cá estão, nada disso. Não quero saber quase nada sobre quem cá vem ou de onde são, ou o que vêm cá ver. Nada. Acho que a beleza disto, dos blogues, da internet, é ser uma troca desinteressada de informações, uma incógnita partilha de opiniões ou de conhecimentos ou de preferências ou de simples trocas de palavras. Reconheço que, por vezes, acaba por se trocar também sentimentos, afectos. Mas isso já é um efeito secundário. Rio-me, entristeço-me, enfureço-me vendo o que por aqui me é dado conhecer mas mais nada que isso - não venho para aqui à procura disso. Quando para aqui venho, seja para escrever, seja para ler, venho sem ideias preconcebidas, disponível para o que for encontrar ou para o que me ocorrer. Liberdade absoluta. Anónima. Sou eu como podia ser qualquer outro eu, qualquer outra pessoa. Tal como me chegam visitas seja de onde for, seja para ver o que for. Por vezes espanto-me mas nada mais.
Não tenho qualquer curiosidade por saber quem é o autor disto ou daquilo, quem é que me visita mais vezes, o que procuram visitantes longínquos. Zero. Se sei, tudo bem, se não sei, tudo bem na mesma.
Mas, quando vou ver, há um aspecto das estatísticas a que dou alguma atenção. São as palavras que as pessoas (sejam elas quem forem) escrevem nos motores de busca e através das quais chegam até aqui. Preocupa-me pensar que aqui cheguem e se sintam defraudadas por não encontrarem nada do que procuram.
O que escrevem mais vezes, coisa da ordem dos milhares, é 'Um jeito manso' ou 'blog um jeito manso' ou variantes do mesmo (mais abreviado, mais por extenso) ou, ainda, 'quem é a autora do blog Um Jeito Manso?'. A esta dúvida já tentei uma vez responder.
Mas depois há muitas outras, questões diversas, imprevistas, por vezes intrigantes, por vezes engraçadas.
Muitas vezes escrevem 'o passos coelho é um malandro' ou 'paulo portas não tem vergonha nenhuma' ou 'o ministro xxxx é gay?', coisas assim.
Mas também há as questões de ordem prática como 'como é que se fazem tapetes de arraiolos?' ou 'sopa de tomate' ou a que está no título desta mensagem.
As camisas dos homens devem ter vincos nas mangas?
Não sei porque é que o google mandou essa pessoa até aqui e receio bem que não tivesse encontrado resposta.
Por isso, para o caso, de a resposta não existir em nenhuma outra página deste blogue ou não ser clara e de alguém voltar a formular a mesma dúvida, respondo agora.
Não. Uma camisa de homem bem passada a ferro não deve ter vincos nas mangas
Aliás, se há coisa em que eu costumo reparar é nisso. São raros os homens que apresentam uma camisa engomada como deve ser. Penso que a maior parte das pessoas que passa as camisas de homem a ferro pensa que as mangas devem estar vincadas como as calças. Errado.
[Vestuário Giovanni Galli] |
No entanto, não é fácil. É bem mais fácil passar uma manga deixando um vinco. Eu própria, sabendo do preceito, a maior parte das vezes que passo a ferro as camisas, deixo o vinco (até porque sei que é um 'erro' que praticamente ninguém vai identificar como erro). Apenas quando estou especialmente apurada tenho o cuidado de deixar a manga sem vinco.
[Vestuário Giovanni Galli] |
Já agora - já aqui falei nisto mas volto ao mesmo - falo do vinco nas calças. Umas calças formais devem ter vinco, um único vinco, (calças de fato, calças cinzentas escuras para vestir com blaser, etc). Mas calças de sarja de algodão ou jeans ou calças de bombazina, etc, não devem ter vinco. Nas de bombazina ainda se tolera mas nas restantes nem pensar.
*
Espero ter respondido à dúvida.
Ainda cá volto.
Quando me lembro das fatiotas, das camisas, dos blazers, das gravatas etc, agora entregues à protecção (?) da "naftalina", também me lembro dos "vincos".
ResponderEliminarAgora é tudo mais, digamos, amarrotado...
:))
jrd,
ResponderEliminarE faz muito bem. Eu, mal chego a casa, também me dispo de tudo o que tenha a ver com saltos, roupas fashion, engomadas, aperaltadas. E o fim de semana é todo no maior dos à vontades. Não sei se quando me reformar vou arranjar vontade para me voltar a vestir como hoje me visto.
Um abraço!
UJM
ResponderEliminarArranja vontade, sim. O arranjo pessoal é em primeiro lugar para nós e depois para os outros. E eu duvido que deixe de gostar de si!
Inteiramente de acordo no que diz sobre as camisas e calças, com ou sem vincos.
ResponderEliminarNas calças é como diz. Assim procede quem sabe vestir. O mesmo quanto ás mangas das camisas que nunca se passam. E um homem que se preze deve saber passar as suas próprias calças e camisas - assim como deve saber cozinhar e não depender da mulher para tudo e mais alguma coisa. Nesta vida, aprendi a fazer tudo, até a limpar a casa e tal não me afectou coisa nenhuma. Pelo contrário. Se estou só e a tal for obrigado, faço tudo, como já me sucedeu, onde tive de viver. Um homem não deve depender da mulher para lhe engomar as calças e as camisas. Nesta vida devemos ser o mais possível auto-suficientes. No maior número de coisas e situações possíveis. Assim aprendi e assim me mantenho. Ás vezes, as circunstâncias levam-nos até a improvisar. Recordo de que, aqui há uma meia dúzia de anos, por razões de trabalho, tive de viajar bastante durante esse ano, ao ponto de em cerca de 12 meses, ter estado em casa pouco mais de 1 mês, no computo final desse ano. Chegava muitas vezes a um Sábado de manhã e na manhã de Domingo já tinha de partir novamente. Essa situação levou-me a pensar que levar constantemente uma mala grande era um incómodo e cansativo. Acabei por engendrar uma solução: levar menos roupa e quanto ás camisas lava-las á noite no quarto de hotel, em água bem quente da torneira da banheira, pô-las a secar num cabide, depois de bem as esticar e de manhã estavam prontas, ou para voltarem á mala, ou para serem vestidas num outro dia. Aprendi a retirar as rugas das camisas deste modo, sem precisarem de serem engomadas. Depois minha mulher desencantou-me um mini-ferro de engomar e a coisa foi ainda mais simples. Um tipo tem de aprender a desenrascar-se, nunca descurando mantendo um mínimo de elegância. Não custa nada. E aprende-se. Nesta linha de actuação, nossos filhos hoje, vivendo a vida deles, sabem fazer de tudo: limpar e aspirar a casa, cozinhar, cuidar da roupa deles, sem recurso ás namoradas ou da rapariga que com eles vivem. São totalmente auto-suficientes. Como o pai. Quanto ás mulheres – a melhor coisa que Deus inventou! – servem para muitas outras coisas, para nos fazerem companhia, para nos apaixonarmos por elas, para as nossas cumplicidades, para juntos nos divertirmos e convivermos, a sós, ou com amigos, para tantas e excelentes coisas, que é um desperdício aproveitarmo-nos delas para passar camisas e calças, ou cozinhar. Prefiro a opção de a surpreender com um petisco feito por mim, ou leva-la a passear e ficar eu com a tarefa de tratar das minhas coisas pessoais. Mas, enfim, cada um é como cada um.
P.Rufino
Bom dia! Parabéns por pensar assim, ainda existem homens de verdade,não são todos que pensam dessa forma;sua mulher é uma felizarda com todo o respeito!!
EliminarOlá jeitinho,
ResponderEliminarSó para dizer que cada vez gosto mais do P. Rufino. Gosto muito de ler as suas opiniões, e quase sempre estou de acordo. E quanto ao assunto em causa tendo eu dois filhos rapazes, embora ainda pequenos,quero que eles sejam auto-suficientes e faço por lhes ensinar de tudo um pouco.
Beijinho para a jeitinho e para P. Rufino.
Ana
Obrigada por ter confirmado o que eu tinha como preceito. Sou da geração em que não se faziam as coisas de qualquer jeito. As camisas de homem eram engomadas e com goma francesa à mão e depois de quase secas passavam-sr a ferro com perícia e sem fazer vinco nas mangas. Hoje tive uma discussão sobre o assunto e fiquei-me na minha humilde sabedoria fruto da experiência de mais de 50 anos. Estou mais confiante e feliz por saber que o meu conhecimento é válido.
ResponderEliminarObrigada.
Maria de Lá-Salete