Em dia de anedotas e outros xaropes que nos são servidos pelos amigos de Passos Coelho - refiro-me aos dois posts a seguir a este e nos quais falo da anedota do Relvas como Comissário para a Língua Portuguesa e a novos desmentidos relativos às pantominices da Pinókia Albukerka - soube-se agora de mais outra.
Passos Coelho quer o seu governo bem recheadinho de peritos em SWAPs. Já não nos bastava a ex-Secretária de Estado, actual ministra (palpita-me que por pouco tempo) - agora sabe-se que Joaquim Pais Jorge, recém empossado Secretário de Estado do Tesouro, também tem a escola toda nesta matéria, o rabo verdadeiramente pelado.
Este agora é verdadeiramente a raposa dentro de um galinheiro. Aliás, é mais um. Aliás, aquilo lá infestado verdadeiramente por tanta raposa. Aliás, nem sei se todas as indefesas galinhas não foram já quase todas dizimadas. Vejo tantas penas no ar.
Medo. Tenho medo. Esta gente é perigosa. Muito perigosa. |
(...) depois de a revista “Visão” ter noticiado que o actual governante propôs ao Governo de José Sócrates, enquanto funcionário do Citigroup, um produto financeiro que permitia “maquilhar” as contas públicas de Portugal.
Joaquim Pais Jorge, em Julho de 2005, à data director do Citibank Coverage Portugal, terá proposto ao gabinete de José Sócrates a venda de três contratos de “swap” ao Citigroup, com base em derivados financeiros.
“Os Estados geralmente não providenciam [ao Eurostat] informação sobre o uso de derivados”, dizia o documento entregue no gabinete do então primeiro-ministro – e também ao Ministério das Finanças e ao IGCP, organismo que gere a dívida pública. “Os ‘swaps’ serão, efectivamente, mantidos, fora do balanço”, acrescentava o documento. O Eurostat é o gabinete de estatísticas europeu que calcula o défice orçamental e a dívida pública dos Estados-membros.
A sugestão foi então rejeitada pelo Executivo de José Sócrates e, numa altura em que a polémica dos “swaps” continua viva devido às audições contraditórias de Maria Luís Albuquerque e do antecessor na secretaria de Estado Carlos Costa Pina, é noticiado mais um contorno neste escândalo.
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Joaquim Pais Jorge e os swaps tóxicos - o Governo Passos Coelho começa a deixar bem claro ao que anda |
Mas os media acrescentam mais alguns pormenores. e, todos eles, pormenores picantes. Transcrevo:
A nova ministra das Finanças escolheu um homem swap/PPP para a ajudar na difícil tarefa da condução dos destinos financeiros de Portugal. Joaquim Pais Jorge, o novo secretário de Estado do Tesouro, era director do Citibank quando esta instituição financeira, agora sob suspeita da Comissão Europeia por cartelização no mercado das swap, assinou dois destes contratos com empresas públicas nacionais.
O primeiro foi firmado em Novembro de 2007 entre o banco e a Administração do Porto de Lisboa. com vencimento a 22 de Outubro de 2027, e regista actualmente perdas potenciais de 9,3 milhões de euros, enquanto o segundo, assinado em Fevereiro de 2007, com maturidade a 22 de Julho de 2014, tem hoje perdas potenciais de 28,7 milhões de euros. O Citibank, já depois da sua saída, assinou ainda um outro contrato swap com o Metro de Lisboa, com perdas potencias de 28,7 milhões de euros.
O currículo de Joaquim Pais Jorge tem outra peculiaridade. Entre 2009 e 2012 foi director da Estradas de Portugal encarregado do departamento económico e financeiro da Direcção de Concessões. Nessa qualidade, é um dos nomes referidos na investigação da comissão parlamentar às PPP, cujas conclusões vão seguir para a Procuradoria-Geral da República. O novo secretário de Estado de Maria Luís de Albuquerque integrou a gestão de Almerindo Marques, que chefiou a Estradas de Portugal entre 2007 e 2011, e é um dos alvos do relatório da comissão de inquérito.
"A EP foi conivente com a opção política vigente, alheando-se do seu papel técnico de assessoria a uma decisão política bem fundamentada e consciente e massificou o recurso às Parcerias Público Privadas no sector rodoviário", lê-se no relatório redigido pelo deputado social-democrata Sérgio Azevedo, considerado pelo CDS com um retrato fiel dos acontecimentos, e que já está no Ministério Público por se considerar poder existir matéria de foro criminal.
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É pois este menino que Passos Coelho e a sua professora especialista em SWAPs escolheram para gerir o Tesouro. Bonito serviço que está aqui armado, não acham?
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Cheguei aqui com vontade de armar uma farrinha e, afinal, fui assediada de tal forma por estas cagarradas passianas que me vi forçada a desviar-me do meu caminho e a ter que ficar a tratar deste nauseabundo expediente. A ver se amanhã faço, então, a festa.
E, entretanto, desejo-vos uma bela sexta feira.
Quando uma pessoa como António Barreto, aparece quase vencido, sobre o que se passa neste País, começo a ficar preocupado.É que eles fazem e sabe-se e não se passa nada.
ResponderEliminarEsta história dos SWAPs, estou em crer, mais dia menos dia, ainda acaba por dar em mais umas demissões. O que é espantoso é Passos convidar para o seu governo gente diminuída, para não dizer manchada, politicamente. Este Secretário de Estado é outra areia na engrenagem deste governo. E lá se multiplicam Ministros (como Aguiar Branco, por exemplo) e Sec. Est. (como o “Lombinha”, no seu briefingzinho) a tentar limpar aquilo que nenhum detergente, por melhor que seja, consegue.
ResponderEliminarE depois temos o Portas da Feiras a fazer a cena de grande amigo da Albuquerque dos Swaps. Tudo isto é uma porcaria. E, a completar a confusão, temos ainda as situações em que se viu envolvido o Machete do MNE, mais os ganhos, elevados que obteve através daquela promiscuidade entre SLN e BPN (que já Belém tinha igualmente beneficiado e nunca esclarecido devidamente).
“Quim” Pais Jorge e Maria L. Albuquerque são uma combinação que só revela a porcaria em que se meteram e agora se preparam para defender – a todo o custo.
Sinceramente, oxalá que a PGR possa pôr um travão neste “deboche”. Já que mais ninguém põe!
Já agora, a talhe de foice, acresce dizer que numa Democracia e num Estado de Direito, todo o cidadão (eleitor e contribuinte) pode, em qualquer altura, mover uma acção, ou, fazer uma Participação crime contra um representante de um orgão de soberania (por exemplo, contra um governante), com a devida fundamentação legal.
Alguns dos que nos governam, se calhar equivocaram-se e julgaram, erradamente, que iam fazer parte de um Circo (com todo o respeito que o Circo e os seus dignos profissionais me merecem), ao invés de um governo.
Haja alguém então que os chame à pedra! Já não é sem tempo!
P.Rufino