O mais crescido que acabou de fazer 5 anos já é pro no Youtube. Os outros dois, a prima que fez agora 3 anos e o irmão que ainda não tem dois anos e meio, vão escolhendo o que querem ver e ele vai operando. E dançam e cantam e fazem as coreografias e o quarto elemento, o bebé, que fez 1 ano, bate palmas e ri.
Mas a pen, a internet móvel, é uma tentação. Uma coisinha saída do computador e com uma luzinha a piscar, ui, ui. Por isso, volta e meia, no meio da excitex, lá sai a pen do sítio. Drama...! Pára o filme, pára a música. Os outros recriminam o mal comportado e ele (ou ela) apressam-se a voltar a enfiá-la rapidamente no orifício. Como não estou propriamente sempre parada ao lado deles sem nada que fazer para os poder controlar ao segundo, e os pais aproveitam o facto deles estarem entretidos para lerem o jornal ou conversarem ou encostarem-se a qualquer sítio de olhos fechados, esta peripécia aconteceu várias vezes.
Resultado, agora que me sentei aqui vi-me aflita para esta coisa arrancar, dizia que não reconhecia o dispositivo. Já se foi abaixo várias vezes e sempre isto. Depois lá lhe dou uns toques, lá esta geringonça arranca, e assim sucessivamente. Estas coisas não se podem retirar assim à papo-seco. Enfim.
Mas estão lindos, todos de cabelinhos cortados.
O meu filho até pôs música cubana enquanto eu estava em serviço, diz que eu lhe faço lembrar os barbeiros de Cuba que cortam os cabelos numa cadeira à porta de casa ou em barbearias que parecem tudo menos uma barbearia. Cada um dos quatro, à vez, numa cadeira, em frente do espelho grande da sala, a porta de vidro aberta, mais parecia, de facto, que estávamos na rua. O bebé cortou pela primeira vez o cabelo, estava com uns caracolinhos que pediam já uma aparadela, agora já parece um rapazinho, todo betinho.
O ex-bebé é o melhor cliente. Tem uns caracóis espessos, um cabelo forte que só visto mas, como adora que lhe mexam na cabeça, ali está muito compenetrado, costas direitas, imóvel. E quer que eu lhe vá molhando o cabelo e penteando, tudo para fazer render. Posso estar ali meia hora a cortar-lhe o cabelo que ele nem se mexe, de gosto, quase em transe. O mano mais crescido, que tem uma espessa cabeleira, já é mais impaciente. Está sempre a perguntar se está quase. A prima gosta mas só até certo ponto. Como, enquanto está naquilo, está a ver os primos nas deles, e como gosta de andar sempre a participar nas brincadeiras deles, às tantas já quer é sair dali.
O meu filho também queria que eu me ocupasse dele mas agora não temos cá a máquina e eu a ele não me arrisco a cortar-lhe o cabelo à tesoura, tem um cabelo forte, espesso, e com alguns remoinhos, não é fácil ficar uniforme, cortando-o à tesoura. A minha filha, como lho cortei há pouco tempo, diz que agora só em Outubro. O meu marido também precisa mas foi a mesma questão, a falta da máquina e também não dá para cortar à tesoura. Logo trato disso. Mas, para além do bebé que foi a primeira vez, ganhei uma outra cliente: a minha nora. Cortei um pouco em altura e escadeei-o, ficou giro, com movimento. O meu filho ficou a ver e acho que fotografou, disse que nunca tinha visto ninguém a cortar o cabelo à mulher e percebi que estava a gostar de ver.
Tirando isso, fiz para o almoço um estufado strogonoff de carne e lulas (acho que as lulas conjugam muito bem com a carne; e o sabor do molho tomate, que faço à parte e junto depois, e dos coentros que junto no fim, dão ao molho e ao conjunto um sabor bem apaladado) que acompanhou com arroz. Depois comemos pão-de-ló daquele que tem ovos moles no meio, e melão.
Como durante a semana tinha havido mais um aniversário, aproveitámos para cantar outra vez os parabéns a você.
Mal me despachei da arrumação da cozinha a seguir ao almoço, pus logo o jantar a andar: cachaço de porco à italiana (à italiana, é como quem diz, pois improvisei um bocado). No próprio tabuleiro do forno - porque eram três peças grandes e só ali é que cabiam, pus um fio de azeite, lâminas de alho, folhas de louro fresco e umas pedras de sal. Assentei as três peças de cachaço e pus mais lâminas de alho, louro e pedras de sal. Reguei com um pouco de vinho e com mais um fio de azeite. Salpiquei com orégãos e coloquei umas pontas de alecrim.
Coloquei o tabuleiro no forno a 80º e assim esteve durante 5 horas. No fim virei e subi a temperatura para 180º e esteve talvez mais uma meia hora (ou um pouco menos, não sei) para ficar crocante por fora.
À parte, o meu filho depois fez um refogadinho de alho e cebola, com pequenos cubos de bacon, ao qual juntou feijão preto.
Comemos a carne, que estava macia e muito saborosa, com arroz branco e com o feijão que estava delicioso. Havia também uma salada de tomate. Para fruta tive melão e figos e, para doce, tarte de maçã de Alcobaça. E voltámos a cantar a plenos pulmões os parabéns a você.
O bebé ainda apenas petisca as coisas mais simples, arroz, por exemplo. Tirando isso, comeu uma sopa de legumes com frango e papa de fruta (tirando, ao lanche a papa de iogurte, fruta e bolachas, essas coisas). Come como um leão e, depois de comer como se não houvesse amanhã, atira-se com gosto a brutas fatias de pão que despacha enquanto o diabo esfrega um olho.
Para o lanche, o meu filho fez umas deliciosas panquecas de aveia (uma mistura de aveia, farinha, leite, ovos, que faz numa pequena frigideira própria para panquecas) que foram comidas ou com banana e mel, ou com doce de frutos vermelhos e queijo que acompanhámos com sumo de manga. O bebé também provou as panquecas e gostou e também comeu queijo e também gostou. As crianças, para além das panquecas, comeram também iogurte.
Tirei muitas fotografias ao longo do dia mas não tenho energia para as passar para o computador.
Com o entusiasmo que sempre têm quando cá estão todos para um fim de semana completo, nem dormiram a sesta pelo que também não conseguimos parar um bocadinho.
Há bocado, quando se retiraram para os seus aposentos (não percebo que pilhas são as deles, que brincam, saltam, correm, e não se cansam até às tantas da noite), e depois de ter ido despejar o lixo, o meu marido sentou-se aqui no sofá a pagou instantaneamente. Eu tentei ler o Expresso e ainda consegui ver em diagonal algumas coisas mas, volta e meia, adormecia. Depois ele arrastou-se, a dormir, para a cama e eu vim conversar aqui um pouco convosco.
E agora, que esta coisa da internet móvel, finalmente parece que estabilizou, vou acabar pois tenho que ir descansar que amanhã a alvorada é cedo e já são quase 2 da manhã.
Este texto está extenso e sem fotografias, deve ser uma seca de todo o tamanho mas não consigo mesmo estar a ocupar-me agora das fotografias, estou a cair de sono.
Desejo-vos, meus Caros leitores, uma belo domingo!!!!!!
Seca nenhuma!!!
ResponderEliminarAdorei as ementas, talvez até experimente as lulas com carne.
Cá por casa nem miúdos nem graúdos são dados a grandes refeições.
Essas suas, são de fazer crescer água na boca.
O que eu gosto da descrição dos cortes de cabelo!!
Ah, ontem esqueci-me...ri-me imenso com a sua saia esvoaçante em pleno Chiado!!
Mais uma vez obrigada por todas estas partilhas.
Desejo-lhe um domingo tão feliz e movimentado como foi o sábado.
Um Grande Abraço.
MCP
Olá jeitinho,
ResponderEliminarPodia dar-nos a sua receita das lulas com carne,fiquei com água na boca.
Beijinhos Ana
É gratificante 'ver' essas overdoses' de felicidade.
ResponderEliminarFazem sorrir muito, é muito bom. Muito, mesmo.
Olá UJM,
ResponderEliminarQue apetite que me abriu! Fiquei mesmo com água na boca!
Obrigada por esta deliciosa partilha com tantos ingredientes e sabores: Cortes de cabelo, culinária, alegria e muita felicidade... Tudo num só post! É extraordinária! Como consegue ter essa vitalidade toda, Meu Deus?! E depois de um dia tão cheio ainda teve energia para vir conversar connosco! Tem mesmo o dom de comunicar, de se repartir e partilhar. Estou-lhe muito grata por estas conversas em família, sempre tão gostosas, mas... se me permite... quando é que nos diz que vai pôr ou pôs o seu sono em dia? Não somos assim tão egoístas!
Por agora deixo-lhe um beijinho e desejo-lhe um sono reparador.