quarta-feira, julho 03, 2013

O que vai fazer Paulo Portas depois de ter apresentado publicamente uma demissão irrevogável e depois de Passos Coelho o ter apresentado ao País como um traidor? Parece que depois de ter levado uns açoites dos seus correlegionários do CDS, vai de mansinho, piu, piu, falar com Passos Coelho para lhe propor um novo tipo de relação. Vai impor condições, vai isto, aquilo e o outro. Piu, piu. Nem sei o que diga a isto tudo. Ou Paulo Portas é o retrato de um homem cuja vida se confundiu há muito com um partido, sem vida própria, sem capacidade de discernimento, ou então, perdeu a noção do ridículo. E quanto aos mercados...


O que esta gentinha do CDS e PSD que vive assustada com medo de ir a votos e sofrer um vexame memorável ainda não percebeu é que aquilo de que os mercados têm medo é de ficarem a arder e o que os assusta é verem o ouro nas mãos dos bandidos. Ou seja, não há hoje maior factor de instabilidade e segurança do que esta tropa fandanga que se alapou no Governo, na AR e arredores. 

Se hoje o País perdeu mais de 2 mil milhões de euros, como ouvi há pouco na rádio, isso tem um responsável principal: Cavaco Silva. Vendo os estertores que assolam este Governo a cada momento, vendo a paralisia e incapacidade deste Governo, mantém-no em funções, deixando que a dívida cresça assustadoramente. Não vai ser possível pagá-la, ah pois não. Mas não vai ser possível pagá-la porque todos os dias este Governo, com o beneplácito de Cavaco Silva, a faz crescer descontroladamente, ao mesmo tempo que arrasa a economia, impedindo-a de gerar massa monetária suficiente para amortizar a dívida.


Quanto ao resto, só me ocorre dizer que isto é triste demais. Triste até do ponto de vista pessoal.

Não é só a Política feita em cacos, é também o carácter desta gente exibido em cacos perante todos nós.

Paulo Portas consegue ainda ver-se ao espelho? Não sente dó de si próprio quando se olha nos olhos?

De Passos Coelho não falo: há princípios que para sim são básicos e dos quais ele nunca deve ter ouvido falar.

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Vou dar uma curva. A ver se à noite tenho paciência para aqui voltar de novo.


4 comentários:

  1. Boa noite Um Jeito Manso.
    Também fui dar uma curva ao seu outro blogue para tentar desanuviar da loucura dos homens que nos deixam de rastos. Mas... nem ontem nem hoje Um Jeito Manso? Onde estão as flores, o Tejo, os gatinhos, as casas sem portas do Ginjal?
    Percebo, os espinhos, as águas turvas, o Coelho, o Portas e o Mangas deixam-na exaurida.
    É muito triste!

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  2. O que se tem vindo a passar nos últimos recentes dias, faz-me pensar que, afinal e ao contrário do que pensava, ainda não aprendi muito desta vida. A decência, um conceito que cada vez mais vai perdendo sentido nos dias de hoje – o respeito, esse está já em erosão – perdeu-se. O discurso do PM, a querer manter-se no Poder, a todo o custo, foi um filme muito mau. Mas, esta de Paulo Portas ter, depois do que disse e escreveu ao PM, ido, esta noite (esta coisa de haver encontros nocturnos, como as corujas, faz-me pensar que esta malta não é normal) a S.Bento, não a impôr condições (como muito simpaticamente aqui a estimada UJM refere, por gentileza), mas a implorar essas mesmas condições, com as nalgas a arder dos efeitos da Comissão Política do seu CDS, faz pena, torna-o ridículo e, sobretudo, desautoriza-o perante todo o seu eleitorado. E perante toda a gente. Este governo perdeu, de facto, a sua credibilidade, a sua autoridade, a sua razão de ser. Estes rapazes, Passos, Gaspar, Portas, etc, deveriam ter estado a ouvir a excelente entrevista que Adiano Moreira, com 90 anos – mas muito mais lúcido do que todos eles juntos! – deu, há pouco, na TVI24, ao jornalista Paulo Magalhães. E talvez aprendessem algumas coisas, coisas de Estado, princípios e respeito por quem é governado – nós. Esta cena de se querer prolongar o que não é prolongável, manter um “doente terminal indefenidamente ligado ao aparelho” (o Governo), é lamentável. O País e as pessoas que o compõem, ao contrário do que pensam estes garotos, têm plena consciência da gravidade da situação e percebem, muito bem, que esta rapaziada já não serve. Jorge Sampaio, sempre muito comedido nas suas palavras, disse, há pouco, ao que ouvi na TV, que um acto eleitoral é aquilo que deve ter lugar, perante o ridículo, patético e grave destes acontecimentos, como forma de resolver a situação e de devolver credibilidade ás nossas instituições, deste modo voltando a permitir que possamos continuar a negociar a nossa situação economico-financeira com os nossos credores. Todavia, a decisão depende de Cavaco Silva. Que tem ou faz, como sabemos, uma leitura minimalista da Constituição. Temo que ainda iremos continuar a andar neste pantano por mais algum tempo. O Professor MRS, ao que lhe ouvi hoje, na rádio, é favorável a esta situação de podridão, defendendo que assim se arrastasse até ao próximo Verão. A lucidez vai, cada vez mais, perdendo terreno. Cara UJM, a sua voz, aqui deixada neste seu Blogue, é importante, assim como todas as outras que vão alertando para este estado de coisas. Quanto mais vozes, escritas ou faladas, melhor!
    Tenha uma boa noite...sem sobressaltos!
    P.Rufino



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  3. Caro(a) Anónimo(a),

    Acabei de escrever lá no post que o seu comentário me deu vontade de ir até lá, ao Ginjal, respirar um pouco de ar puro. Mas o que se tem passado é isso mesmo: estas tretas deixam-me mesmo exaurida.

    Mas vou tentar. Muito obrigada por este empurrão. No entanto, sinto-me um bocado esgotada, não sei se vou conseguir escrever alguma coisa de jeito.

    Um abraço!

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  4. P. Rufino, olá,

    Verá pelo que acabei de escrever que estamos - uma vez mais - em sintonia. escrevi sobre o que aqui também diz.

    Sabe que isto me deixa até um bocado triste? São vergonhas a mais. Poucas-vergonhas a mais. Não há limites para a indignidade desta gente?

    Obrigada pelas suas palavras, P. Rufino!

    um abraço.

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