terça-feira, junho 04, 2013

No mais carnal das nádegas as marcas das frescas cuecas. E, a despropósito, nos festejos dos 2 anos de sucessos desgovernativos, referem-se alguns dos muitos ensarilhanços causados pelos quase 5.000 burrocratas que parece terem tomado de assalto o Estado, transformando-o na Cuba da UE. Liberais, eles? Qual quê? Têm lá eles competência para isso....?


AVISO

Os puristas da coisa, os que gostam de curtir dores académicas, devem fugir daqui a sete pés, já, o quanto antes. 

[Gosto de avisar para que não vos aconteça como ao pato Lombinha que vai a sítios por engano.]

*
Entretanto, para quem prefira um outro registo, informo desde já que no post abaixo temos um momento poético especialmente dedicado a todos os hyper-sabujos que têm alma de corno e cara de cu. 

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é séria. 


Atenção, portanto. 



                                                                                                                                   d'après Issa

no mais carnal das nádegas
as marcas
das frescas cuecas

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No mais cubanizado dos países da União Europeia faltam medicamentos para crianças. Não faz mal. O ministro já decidiu: o exército fabricará. Não sei se quando faltar comida nos supermercados, o desGoverno abrirá lojas do povo, talvez reconvertendo quartéis. 

(São tão incompetentes que, querendo ser liberais, fazem tudo tão errado que lhes sai tudo ao contrário: acabam a estatizar tudo! São tão giros!)

E faltam medicamentos porquê? Porque o desGoverno não paga e os medicamentos são exportados. 




E quando faltar o papel higiénico? Fazem o quê? Põem os soldados a reciclar papel de jornal? Lindo.

Querem menos estado mas contratam gente aos milhares: em menos de dois anos já lá vão para cima de 4.400. Boys e girls para todo o gosto. 

Não me admiro. 

Incompetentes como são, precisam de se rodear de quem faça alguma coisa. Mas incompetente que é incompetente, é incompetente em tudo o que faz e, portanto, até a contratar é incompetente, ou seja, só contratam incompetentes que, depois, resolvem que o problema não é da incompetência em si mas da incompetência na comunicação e vai daí arregimentam uns quantos jornalistas e outros artistas para trabalharem na imagem dos incompetentes. Mas, como são todos uns incompetentes, a coisa não resulta e, então, resolvem que o melhor é encomendarem uns estudos a entidades externas. Mas como são incompetentes não percebem nada do que lá vem escrito e, vai daí, encomendam a seguir uns pareceres a uns consultores para avaliarem os outros pareceres. E depois, perdidos na sua incompetência, ensarilhados uns nos outros - que isto de ter 4.400 incompetentes mais os ministros incompetentes e mais os secretários de estado incompetentes tudo junto é um enfarilhanço que não vos digo nada - ficam a olhar uns para os outros, a ponta do nariz a ficar redonda e encarnada, e sem perceberem onde é que falharam. Será que há por lá polícias sinaleiros para impedir que aqueles milhares de incompetentes se engalfinhem todos uns nos outros, se estampem uns por cima dos outros? Se calhar são tão incompetentes que até se esqueceram de contratar um polícia sinaleiro.

Problema, isto?! Qual quê?

Dizem os inteligentes da maioria PSD/CDS: isto agora é que está bom. O País agora é outro. 

Então não está?

Isto está tão bom que a dívida já está tão insustentável que até o Ricardo Salgado já gagueja e diz que se calhar, bem vistas as coisas, a gente não a vai poder pagar e que os juros, bem, os juros também deviam ser renegociados. Transcrevo: Ricardo Salgado, que discursou hoje no último painel da 'Grande Conferência JN', de comemoração dos 125 anos do diário nortenho, considerou "muito difícil" responder "à grande questão": "será que a dívida portuguesa é sustentável e vamos poder viver sem uma reestruturação da dívida?".

"Mas esta é a grande questão que vai ter que ser respondida. E aqui há o problema dos juros, que quanto a mim poderia ser revisto, uma vez que as taxas de juro estão em queda e que a Europa deveria ter em consideração essa realidade", defendeu.




Mas alto aí, parem tudo! Já não percebo nada disto!

Isto não é o que a malta do reviralho - aquela malta que gosta é de protestar e consumir, em vez de estar caladinha a empobrecer, a ver o país a definhar, mas caladinha, bem educadinha, a dizer bem da austeridade - anda a dizer desde o início dos tempos e que o Passos e o Gaspar dizem que não, nem pensar? Reestruturação da dívida?! Renegociar juros?!?!?! Heresia!

Adiante.

Nada de contrariar o ideólogo Maduro, tadinho, nem o inteligente Lombinha, e outros fofos que por lá andam... O País está muita bom. A realidade é que é uma desmancha-prazeres, essa filha da mãe. É que, apesar de subirem os impostos até mais não poder, a queda das receitas mantém-se... Ó que surpresa tão desagradável...! E o segundo rectificativo já está todo esfrangalhado, ó que chatice.

E os sacanas dos empregados que não páram de ficar desempregados... Ó pá que chatos.

Mas tirando isso e mais umas quantas insignificâncias (insignificâncias a que o Dr. Catroga costuma chamar outra coisa que aqui, neste contexto, até ficava a matar) o País está uma maravilha. Uma maravilha mesmo maravilhosa. Mesmo incompetentemente maravilhosa. Claro está que os ministros e secretários de estado já não conseguem falar em público, o povo perdeu-lhes o respeito, riem, chamam-lhes gatunos, palhaços, mandam-nos demitirem-se, mas, enfim, pormenores, amendoins. O país agora é que está bom, tão bom que a malta até lambe os beiços, a querer mais.




                                            esquivar-se à sintaxe e abusar do mundo,
                                            oh como em pedra trançada ficou dito,
                                            ígnea pedra até ao fim de tudo e mais que tudo isso infundido,
                                            lá onde fresca e unânime a terra que respira:
                                            ferida funda
                                            - e sem nada a ver com tudo,
                                            os burrocratas indizíveis




                                          e ali em baixo com terra na boca e mãos atadas atrás das costas
                                          alors qu'on peut écouter de la musique avant tout chose
                                          sob a força devastadora da poesia
                                          os burrocratas os burrocratas



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Os poemas são de Herberto Helder e fazem parte do seu último livro, Servidões - e eu avisei que isto não era acepipe para puristas: misturar o Herberto Helder com a choldra não é coisa que se recomende, eu sei, eu sei...

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Com vossa licença, relembro aos que têm alma de corno ou aos que estão a pensar num certo cara de cu que deverão procurar o post a seguir a este (Fernando Pessoa dixit, ora essa). 

Gostaria ainda de vos convidar a visitarem o meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa, a love affair. Hoje já sabem que não me recomendo pelo que não devem espantar-se com o que lá vão encontrar. O mote foi um outro poema de Herberto Helder que fala das dores académicas (...lá está porque é que, lá em cima, falei nelas). A música que, no Ginjal, vem a seguir é desconcertante - é o que tenho a dizer.

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E, antes que a coisa se desconjunte de vez, fico-me já por aqui. 
Mas desejo-vos uma bela terça feira. 
Divirtam-se, está bem? 
E, de caminho, partam a louça toda, virem a mesa, batam com a porta. Qualquer coisa.

10 comentários:

  1. Cara UJM,

    Eu disse-lhe que costumava vir aqui, e venho, mas não tenho comentado nada, porque já nem me apetece, seja o que for neste país.

    Hoje, numa insónia que não dá tréguas e que venço acordada, há 3 dias consecutivos, tanto mais que aqui em frente, na Gulbenkian, andam a fazer uma nova cafetaria e as máquinas já começaram a fazer barulho e faltam 5 minutos para as 6 da manhã. O país está louco, e sem respeito ou consideração seja pelo que for que afecte o cidadão contribuinte e esganado.
    Assim, li tudo o que escreveu nos últimos tempos e duma assentada.
    Pobre país.
    Governado por um idiota, retornado, cheio de ressentimento pelos funcionários públicos com quem teve de lidar, esquecendo que neste país, a sua espécie, teve tratamento prioritário, sobre quem cá vivia e procurava emprego e casa. Um farsante, que se rodeia de outros, uns cachopos, imbecis que estão a destruir o país, que é o nosso, não o deles.
    Dentro de meses, e depois desta "aventura", todos os Pedros, os Maduros, os Gaspares, os Relvas, e os lombinhas e acólitos desprezíveis que embarcaram neste programa de destruição, voltarão aos locais de onde foram chamados, por aí, algures no mundo, na Europa, mas com mais uma coisa a acrescentar ao CV.
    Quando um qualquer país, quiser dizimar, confiscar, escravizar, anular, matar a sua população e território, chamem esta equipa.
    Até podem levar a loura reformada da AR, o "mal menor" que foi arranjado para substituir o Nobre, aquele que apostava no tiro na cabeça e que agora anda a pedir contribuições para se governar na AMI, o mesmo que Passos não conseguiu eleger em nenhuma volta, por mais voltas que tivessem sido dadas. Portanto, lá apareceu a suricata.
    Todos eles, me parecem bichos, e tenho um de estimação para cada um que diz coisas. Catroga é um porco peludo, Mira Amaral uma cobra cuspidora, infectada pelo próprio cuspo, Cavaco uma ratazana morta, que convenientemente e de vez em quando, a Maria do presépio, das procissões e comissões, assenta numa estaca, armada em Peron, emitindo a voz da sua "Evita" fantoche, entre banalidades e cuspidelas que lhe asseguram os luxos de burgessa e as viagens com que jamais sonharia...
    Mas o que esta gente precisa é de tiros... Em todos eles.
    E se dependesse de mim, estariam todos mortos, acabava a palhaçada e
    nascia uma alvorada, porque estou farta e velha demais para ver o meu país acabar assim.
    TBM

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  2. "Mas o que esta gente precisa é de tiros... Em todos eles. ". O ter enfiado cravos em vez de balas deu nisto. Eles estavam aí, só precisavam de ser regados. Onde estão os genes bons do Portugueses (aí antes de 1926).

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  3. TBM,
    Assim mesmo. Dar cabo deles todos, deitá-los ao Tejo com uma pedra ao pescoço. Mas o povo é mole. Nada a fazer!
    P.Rufino

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  4. Com o devido respeito pela opinião, apenas gostaria de sublinhar que se tivessemos um Sistema de Saúde como tem a “Cuba” da América Latina estávamos certamente muito melhor(es).

    Abraço

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  5. "Este país, senhores, é um poço onde se cai, um cu de onde se não sai." João César Monteiro

    No dia em que se sair, dá para imaginar o que vai acontecer po aí fora...

    :)

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  6. Olá UJM,
    Um post que reflecte bem o estado em que Portugal se encontra devido à incompetência de todos estes incompetentes 'burrocratas' que estão empenhados em destruir o País, a matar a esperança e a enterrar os sonhos dos Portugueses!
    Apreciei muito deste seu post, aliás como sempre, assim como do comentário corajoso e desencantado da sua Leitora TBM... Estamos todos a perder a paciência e de pés e mãos atadas! Acabo de ver na TV um pobre homem que foi preso e algemado só porque ostentou um cartaz a pedir a demissão da Ministra da Agricultura... Que País é este?!? Já começamos a perder a nossa liberdade de expressão?
    Bem, até sempre UJM e obrigada pela sua disponibilidade e partilha.
    Um beijinho e continuação de boa semana.

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  7. ... entretanto...

    que ninguém ouse afogar a canalha
    no Tejo
    respeite-se as águas do rio

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  8. Caríssima UJM,
    num país de sabuja e sórdida política que esperam, do povo, os menestréis da bagunçada? Mãos batendo palmas ou lançando pedras?
    A ciclópica incompetência que os leva à contratação de outros mais incompetentes, em meios e por meios ainda mais incompetentes, tem uma explicação. Todos estudaram os abençoados malefícios da aplicação do “Princípio de Peter” que diz o seguinte: “somos promovidos até ao nosso nível máximo de incompetência”.
    Numa espiral magnética de sucesso atraindo sucesso, veremos na incompetência o mecanismo da negação, ou seja, cada insucesso atrai maior insucesso. Assim vamos, numa turbulência incontrolável, caindo na vertigem de inseguro pantanal.

    Quanto às carências hospitalares já são demasiadas, quer em bens de consumo essencial, quer em recursos humanos. Parece uma rábula do tipo: “Querida encolhi o País”.
    A burocracia da prescrição on-line no SAM é ridícula e obriga a muitos tiquetaques das teclas do computador e redobrada atenção. Já nem um fármaco genérico de marca laboratorial se pode prescrever, sem que nos questionem se vai ser “consumido” mais que 28 dias. Caso contrário não assume e obriga ao uso de simples DCI que não será Labesfal, Sandoz GP Generis, etc… o funcionário da farmácia venda o que quiser, de preferência o genérico mais caro, porque o negócio até está muito mau. Estes dias, no meu serviço já nem toners havia para se passarem pedidos de análises clínicas, na sala de enfermagem… ridículo!
    Quanto às taxas moderadoras…mais de 80% dos doentes pagam, mesmo bufando. Os isentos por doença oncológica só o são enquanto fazem quimioterapia e só nesse serviço. Até na urgência pagam. Enfim, um saque nacional ao som de subservientes vivas à Troika.

    Gostei do desabafo final da leitora TBM. Acho até que um tiro num deles, seria o bastante para instaurar o medo e abandono dos outros comparsas, mas não havendo tiros, haja pelo menos vozes de descontentamento e uma desobediência colectiva e ordeira às ordens emanadas dos incompetentes. Basta de tanto palco e pouca arte.

    Muita saúde e felicidades

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  9. Não posso estar mais de acordo com todos os comentários aqui deixados.
    Sinto na pele tudo o que foi dito, quer no que me diz respeito como reformada, quer com o desemprego do meu filho, licenciado, doutorado e a fazer agora o curso de Medicina para tentar uma vida, no mínimo, um pouco mais digna. E mesmo assim não temos a certeza de nada neste país que até lutou contra a ditadura, mas pelos vistos não consegue sequer soprar os desgovernantes para fora dos poleiros.
    No entanto também me questiono: e como será se as coisas forem a mal? E que acontecerá aos nossos filhos e netos? Nós que já passámos por momentos tão sofridos conseguiremos sair melhor desta empunhando armas? E será que como disse a TBM "nasceria uma alvorada"?
    Eu atemorizo-me com tudo o que tenha a ver com revoluções, mas que outra atitude poderá acabar com tantos interesses sujos? Sim, porque por detrás de tanta confusão escondem-se muitos interesses de quem prevaricou e finge que não está a ver.
    Saudações a todos os que, como eu, têm como objetivo a salvação do nosso querido país.
    Boa semana.

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  10. Aos meus congéneres e leitores de UJM,

    Quem me ouvir na minha indignação pensará que sou de esquerda e uma revolucionária radical. Não sou, mas esta gente, este governo, e outros anteriores, agudizam em mim uma faceta extremista. A análise dos anos de democracia, da falta de ética e de sentido de Estado da maioria dos políticos, é de enfurecer qualquer um.
    E a "alvorada" é apenas um sonho, sei que não será possível com o estado a que o país chegou por obra de péssimos políticos e governantes. Pela sua ganância, pessoal e política.
    Mas neste momento temos a pior das conjugações para uma resolução mais ou menos eficaz: A coligação, a péssima oposição, e o Sr. Aníbal... E os sinais que vêm da Alemanha são preocupantes para toda a Europa.
    TBM

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