Para reflexão, aqui deixo quatro pontos que, de certa forma, ilustram o estado das coisas.
1.
Sobre o inexistente desGoverno de Passos Coelho que, ou não faz nada ou, quando actua, ataca ferozmente a população, tentando destruir o futuro do país, transcrevo da boca de um ex-secretário geral do PSD e influente comentador:
Marcelo Rebelo de Sousa teceu este domingo fortes críticas ao Governo por causa da reunião do conselho de ministros de sábado em Alcobaça, considerando que foi «uma reunião às escuras» e que se traduziu em «mais um tiro nos pés» do Executivo.
No habitual espaço de comentário na TVI, o antigo líder do PSD disse que a reunião, organizada «com pompa e circunstância» para assinalar os dois anos do Governo e para discutir o guião para a reforma do Estado elaborado por Paulo Portas deu em nada.
«Cada cavadela sua minhoca! O que é que aconteceu? Nada!», exclamou.
2.
Sobre a qualidade e validade da droga de políticas que têm estado a ser postas em prática, já todos, incluindo os que as têm posto em prática, reconhecem a porcaria que está a ser feita.
Todos?!?! Ou disse todos??
Enganei-me. Ainda há uns quantos indivíduos de cuja inteligência já poucas dúvidas temos, que ainda não perceberam e continuam a defendê-las, Ou então, parvinhos, acham que podem manter a mesma política e limitar-se a mudar o palavreado que as envolve (consenso, esperança, investimento, bla, bla, bla). transcrevo um excerto::
As tensões que têm vindo a público entre Bruxelas e o FMI, devido aos problemas nos resgates a vários países, podem ditar o fim da troika, noticia este domingo o diário espanhol El País.
Na manchete do jornal lê-se «A troika entra em crise devido às tensões entre Bruxelas e o FMI», com o jornal a citar várias fontes comunitárias para quem a equipa constituída por Comissão Europeia (CE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) tem os dias contados.
Segundo «fontes próximas do FMI», a Europa «continua em Estado de negação com a Grécia», que necessita de uma nova reestruturação da dívida, e também «com Portugal e Irlanda», que vão precisar de outro tipo de apoios e «algo mais no caso português». Quanto ao Chipre, diz a mesma fonte, está no «caminho do desastre».
«Morte à troika» resume de forma mais dura um alto funcionário de Bruxelas, que diz que este vai ser o resultado dos erros cometidos nos resgates aos países da periferia europeia, sobretudo na Grécia e no Chipre e, em menor medida, em Portugal e na Irlanda.
Por estes motivos, diz o El País, o casamento entre Bruxelas e o FMI está à beira do divórcio, talvez porque começou mal.
Em 2010, explica o jornal, com a Grécia em graves problemas, a Comissão Europeia apresentou aos Estados-membros o esboço de um Fundo Monetário Europeu para gerir resgates, mas a Alemanha negou de imediato. Berlim não confiava na CE devido à sua inexperiência em resgates e receava os riscos de politização.
No entanto, lê-se no El País, a excelência técnica da troika acabaria por não surgir o que levou recentemente a acusações mútuas entre a CE e o FMI, com o BCE a estar semiausente da discussão
No início de junho, o FMI fez mea culpa, num relatório em que admitiu «erros notáveis» na abordagem do programa do primeiro resgate financeiro à Grécia (2010), o que foi visto como um ataque a Bruxelas.
O Fundo veio ainda dizer que é impossível lidar com uma miríade de primeiros-ministros, ministros das Finanças, comissários, funcionários do Eurogrupo e falcões do BCE e que o programa de ajustamento feito em Atenas se baseou em pressupostos irrealistas.
Bruxelas não gostou da deslealdade e, a 7 de junho, o comissário europeu para os Assuntos Económicos acusou o FMI de «lavar as mãos e deitar a água suja para os europeus».
Apesar destas palavras duras, em público, Olli Rehn continua a afirmar que os programas seguem no bom caminho, mas já em privado, escreve o El País, fontes comunitárias assumem que o resgate à Grécia «não funciona» e preveem uma nova reestruturação da dívida como pede a instituição liderada pela francesa Christine Lagarde. E dizem que também os resgates de Portugal e da Irlanda deixam muitas dúvidas.
3.
Sobre a opinião que começa a generalizar-se sobre a actuação da Comissão Europeia, em particular sobre a actuação do cherne-camaleão, transcrevo:
A votação na extrema-direita ronda os 47 por cento numa eleição legislativa parcelar e os franceses andam com os nervos à flor da pele.
"Durão Barroso é o carburante da FN", disse esta tarde o ministro francês da Indústria, Arnaud Montebourg, a propósito da polémica sobre as declarações do presidente da Comissão europeia sobre os "reaccionários" que defendem a excepção cultural nas negociações comerciais entre a UE e os EUA.
O ministro francês acha que a principal causa da subida da FN em França não são os escândalos, nem a subida do desemprego, nem os problemas com o poder de compra, nem os escândalos, nem os conflitos provocados pelas religiões. "A UE exerce uma pressão considerável sobre os Governos democraticamente eleitos, é inaceitável, temos um presidente da Comissão que diz 'todos os que são contra a mundialização são reacionários'... temos uma UE imóvel, que não mexe, que não responde às aspirações populares dos europeus, que dá força aos partidos nacionalistas, aos anti-europeus da UE", explicou Arnaud Montebourg.
4.
Angela Merkel: incensada, amada, odiada Perante os nabos e servis que encontra pela frente, ela vai fazendo o que quer |
E para ver se os palermas e parvinhos que ainda não perceberam o que se passa e continuam a achar que austeridade, aumento de impostos e ser pobrezinho é que é bom, aqui vai um valente balde água fria. Merkel, a guru dos luso-talibãs da austeridade, promete dar mais subsídios e não aumentar impostos. Ouviram, seus parvalhões que para aí andam a dar cabo da vida a toda a gente a troco de coisa nenhuma? Transcrevo uns excertos, para ver se percebem.:
A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu aumentar os subsídios para os agregados familiares e restabelecer as reformas das domésticas, em caso de vitória nas eleições legislativas de 22 de setembro.
No documento, de cerca de 130 páginas intitulado «juntos pelo êxito da Alemanha», a União Cristã-Democrata (CDU) e o pequeno partido irmãos da Baviera, a CSU, definiram também que o modo de cálculo do imposto sobre os rendimentos deverá beneficiar progressivamente as famílias com crianças, apesar de não esquecer o rigor orçamental.
Para a líder conservadora, que vai lutar por um terceiro mandato de quatro anos, a família constitui «o coração da sociedade» alemã, comprometendo-se a não aumentar os impostos, garantindo que este programa eleitoral «não implicava uma nova carga suplementar nem para os cidadãos, nem para o mundo económico».
«Acreditamos que ao motivar o nosso setor das Pequenas e Médias Empresas, ao motivar as nossas famílias, a possibilidade de chegar a um aumento dos rendimentos fiscais são maiores, do que se criarmos a desmotivação através de um aumento dos impostos», garantiu.
A chefe do governo alemão lembrou também os cinco milhões de desempregados quando chegou ao poder, em novembro de 2005. «Hoje temos menos de três milhões (de desempregados)», disse.
Angela Merkel, que goza de uma popularidade recorde, vai ser ser o centro da campanha eleitoral dos conservadores alemães.
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As imagens, inspiradas como sempre, provêm do blogue We Have Kaos in the Garden
(A ver se ainda cá consigo voltar hoje)
Olá UJM,
ResponderEliminarSó hoje tive tempo de dar uma passagem pelos seus posts mais atrasados e não posso deixar de lhe agradecer este seu artigo abordando vários temas todos muito interessantes! Segundo ouvi, a reunião do Governo no Mosteiro de Alcobaça foi coisa nenhuma, só serviu para perturbar um casamento que estava aí a decorrer. Pobre noiva que ficou assustada!...
Angela Merkel promete dar mais subsídios e não aumentar os impostos!... enquanto que em Portugal a austeridade e o empobrecimento não param de crescer... porque os nossos carrascos continuam a dormir. Portugal, segundo o Washington Post, é um país triste e sem vitalidade!...Pois somos, porque temos razões de sobra para estarmos desmotivados!
Obrigada por esta sua análise.
Um beijinho