quarta-feira, maio 08, 2013

Enfie a linguinha na orelha - diz ele à polaquinha


No post abaixo falo-vos de como os alemães se devem estar a atirar para o chão, a rir por verem a palermice dos portugueses todos contentes por irem pagar mais uma pipa de massa em juros do que eles, alemães, pagam e falo também da alegria do Gaspar todo deleitado com o ajustamento tão mais bonito e tal e coisa. Cenas.

Mas isso é no post a seguir a este. Aqui, agora, a conversa é outra. Vamos descontrair. Só um bocadinho que a noite já vai avançada.

*

Cinco da tarde. O anúncio pelo telefone:

- Como está você? 

De saia ou vestido? Bem curto? Perna de fora? 

O que está aparecendo? Sente um ventinho? Toda arretada? De sutiã? Nem precisa. 

E calcinha? De que cor? Transparente? Dá pra ver o pente? 

De saltinho alto? Boquinha pintada? Cabelo solto? 

O que vai me fazer? Diga, amor. Me beija? Desde a pontinha da orelha? 

Ai, sua diabinha. Até onde? Me deixa bem tarado? Faz tudo o que eu peço?

Sei de uma nova posição. Diferente. Nunca mais será a mesma.


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O texto em itálico é um excerto, um pequeno amuse-bouche,  de 'A Polaquinha' de Dalton Trevisan, Prémio Camões 2012. 


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Convido-vos ainda a virem comigo até ao meu Ginjal e Lisboa onde as minhas palavras voam como um pó feito de saudade em volta de um poema de Gastão Cruz. A música continua a ser a maravilhosa música do Mali, Ali Farka Toure.

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E tenham, meus Caros Leitores, uma quarta feira muito feliz! Haja alegria! 

2 comentários:

  1. dos blogs que vejo de manhã"com este tempo no Norte", este levantou-me a moral, yooo.

    Muito bom

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  2. A polaquinha?
    Se o "puritano" Walessa sabe, mete-a dentro...

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