A semana passada queixei-me (que é como quem diz) de, na fisioterapia, aparecerem muitos homens depilados de alto a baixo (de alto a baixo é também como quem diz, pois só me posso pronunciar pelo que me é dado ver).
Pois bem. Não sei se foi de me queixar, se vieram com a chuva, a verdade é que hoje apareceram por lá uns quantos que eram autênticos ursos felpudos.
Logo na piscina apareceram dois, e eram autenticamente a versão peluda do cavalão e do pequeno jockey do outro dia: um grandalhão, grandão mesmo, entroncado, forte, mas mesmo muito forte, diria mesmo que a atirar para o anafado - e não é que estava coberto de pêlo farto de alto a baixo...? Barba aparada pegada com o pêlo do peito, das costas e dos braços (das pernas não vi porque só dei por ele já dentro de água).
A seguir, parecia brincadeira, apareceu um pequenino, provavelmente da mesma idade, mas de peso médio... e também todo ele pêlo. A este vi-o de corpo inteiro porque chegou depois de mim, um pequeno pin y pon peludo.
O urso grande andava com a água pelo meio do peito, passada larga, descia e subia a fazer os exercícios e parecia o tal de lock ness, uma coisa que só vista...! Ao lado, andava o outro que mal andava com a touca de fora, quase se afogando com as ondas que o grandalhão fazia.
Estava lá uma para aí da minha idade, talvez mais nova, que mal continha o riso. Ora eu tenho um problema. Quando estou com vontade de rir e a conter-me, se vejo alguém com vontade de rir, é como se me tirassem a tampa. Expludo a rir. Tive que me virar de costas para não ver o ar de riso dela nem os ver a eles. Passei a sessão da piscina toda numa aflição para não encarar nem com eles nem com ela, perdida, perdida de riso, capaz de me afogar a rir.
Depois, entro no ginásio e logo a seguir a mim apareceu-me um que mais parecia daqueles do wrestling. Um calmeirão que dava ideia de ter vindo do camião TIR directamente para ali. Calças de ganga, botifarras, tshirt de alças, grandes braçalhões... e todo ele pêlo hirsuto. Mal se podia mexer, coitado. Parecia um ursão vindo da floresta ali para o meio de gente toda vestida com roupinha do ginásio. Os flausinos, ao pé dele, pareciam uns frangotes de aviário já depenados.
A fisoterapeuta deitou-o na marquesa, ele quase rebolou quando aterrou, deu-lhe uma tareia, depois ajudou-o a levantar-se, pôs-lhe uma compressa gelada no ombro, depois uma massagem, e ele lá se foi embora de volta para a gruta (ou para o camião).
Quando eu vinha a sair, chegou outro, de perna grossa, calção curto e muletas. Quando deitei o olho às pernas, pasmei: também peludo.
Não sei. Alguma coisa se passou.
Um dia destes queixo-me que não há por lá homens a declamar poesia. A ver se na próxima dou com a piscina e o ginásio cheia de bardos. Ele há coisas...!
RuPaul e Martha Wash - It's Raining Men
Olá Tá.
ResponderEliminarPrimeiro, parabéns aos seus familiares. À mãe que tem a sorte de ter. Goze bem a sua companhia, aperte-a e dê-lhe muitos beijos porque quando já não o podemos fazer é como se nos faltasse um pouco de nós. Ao netinho,que seja muito feliz e que Deus o ajude sempre, porque Ele não fica amuado quando não o reconhecem e tudo faz para o acompanhar.
E quem se riu à séria fui eu depois de ter lido o que escreveu.
Estava mesmo a vê-la dentro de água, perdida de riso, e a conter-se para não dar nas vistas.
Quando se passa por uma assim até se fica cansada de tanto disfarçar.
Acho que bocadinhos como este depois de um dia de trabalho até conseguem para pôr a cabeça nas nuvens.
Continuação de boa disposição e alegria.
Abraços
Olá UJM,
ResponderEliminarO que eu me ri com esta entrada de peludos, cameirões, ursos felpudos, no ginásio, na piscina, e a saírem para reconherem às suas cavernas, grutas, camiões, etc.etc. e todos tão bem descritos por si, cada um melhor que o outro. Tem mesmo o dom de nos divertir e de nos pôr a rir...
Rir faz muito bem e hoje foi mesmo até fazer doer a barriga e fazer brotar a lágrima do olho!
Bem haja por ter tantos "dons"... e obrigada.
Um beijinho
Queria dizer: "e a saírem para recolherem às suas cavernas"...
ResponderEliminarpor pouco não saía um lindo palavrão!...
As minhas desculpas