Miguel Gonçaves, embaixador do Impulso Jovem, escolhido por Miguel Relvas através do YouTube, o verdadeiro cromo: isto será mentira atrasada do 1 de Abril ou é mesmo mais uma macacada do Relvas? É que é mau de mais para poder ser levado a sério.

Vinha no carro a ouvir a rádio e o que ouvi era mau demais para ser verdade. Um tal de Miguel Gonçalves, com conversa de videirinho, uma conversa tão fiada que até doía. A seguir ouvi o Relvas com aquela voz de videiro-mor e pareceu-me que um patrocinava o outro e tão chico-esperta era a conversa de ambos que não percebi quem patrocinava quem.

Agora vi, de raspão, no telejornal e a coisa é mesmo de susto. O Relvas escolheu-o, via Youtube, para ser o embaixador do Impulso Jovem - ouvi-o a confessar com ar de quem se acha high tech. 

Não queria acreditar. 

Fiz agora uma pesquisa na internet e fui parar a uma entrevista que fizeram ao dito Miguel Gonçalves e não é de susto: é caso para pânico, mesmo. 

Só banalidades, tontices e, mais grave, não sabe falar. Uma coisa pavorosa. Uma piroseira de todo o tamanho. 

Exemplifico com um excerto (MM o entrevistador, MG o novo embaixador, o guru do Relvas)

MM: Em que consiste o projeto “So you think you can pitch”? Define-o em poucas palavras…

MG: O “Pitch” possibilitou-nos o contacto, em profundidade, com o mercado de trabalho, com mais de 1000 pessoas, entre os castings, que querem trabalhar. E, ao mesmo tempo, com muitas empresas, mais de 150. Em acréscimo, houveram, também, muitas palestras e muito trabalho desenvolvido com universidades. Então, fomos percebendo que há um conjunto de ferramentas, de técnicas e estratégias, que as empresas colocam no terreno, e que faz sentido trazer para a esfera individual, e aplicá-las no trabalho. O “Pitch” levou-nos a desenhar um novo interface entre empresas e clientes, resultando na geração de imensas oportunidades de negócio. Mais de 80 pessoas geraram valor e colaborações com empresas. Em poucas palavras: é um evento cool, trendy e bem-disposto, que junta empresas com pessoas que querem trabalhar.

MM: Tens conhecimento de algum caso de sucesso, que te tenha marcado realmente, depois de inscrito no “Pitch”?

MG: (...) Outro caso é o da Rita Bastos, com quem trabalhamos a ideia do identificas, priorizas e escolhes. Isto é: identificas as tuas opções todas, priorizas por ordem, escolhes uma e trabalhas naquela. Neste momento está a trabalhar na F3M. São imensos os casos de sucesso.

MM: Nunca se ouviu falar tanto em empreendedorismo como nos últimos tempos. O que achas que tem motivado as pessoas?

MG: A necessidade. A necessidade é uma das grandes virtudes da condição humana. Se há coisa que nos empurra para a frente, enquanto macacos, é precisar de alguma coisa. 

(...)

E a coisa continua, de mal a pior. 

Se, numa entrevista para admitir alguém para meu colaborador, me aparecesse um cromo destes pela frente, mandava-o dar uma volta em grande estilo, mas que nunca mais na vida me aparecesse pela frente, xô!

E, depois daquele arrazoado todo, nem percebo que raio faz ele. Põe pessoas em contacto umas com as outras? Pratica o pitch? Mas que raio é isso?

Raios partam isto: um ministro que escolhe um artista destes, que lhe dá palco, um cromo que não diz uma que se aproveite...!? Sorte macaca a nossa, caraças.