No post a seguir a este, poderão ver a minha opinião sobre o ministro maduro. Mas aqui, agora, a conversa é outra, aqui a conversa é barra pesada: de um mea culpa que, infelizmente não está a ter o eco que devia na comunicação social, às consequências dramáticas que resultam de quem, acriticamente, burramente, não percebendo o erro, aplicou a receita à risca.
Ashoka Mody |
Ouvi hoje na TSF alguém de quem já aqui antes falei e, para que vejam com os vossos próprios olhos aquilo que ouvi, aqui transcrevo:
Numa altura em que o ministro das Finanças diz que quer seguir o mais perto possível o exemplo irlandês, um responsável do FMI que participou na elaboração do programa de ajustamento da Irlanda assume que a aposta na austeridade não resultou.
Trata-se quase de um "mea culpa". O chefe da missão do FMI na equipa da 'troika' que se ocupou do caso da Irlanda disse agora que a receita seguida estava errada e não funciona.
Ashoka Mody, que já deixou o FMI, referiu que, quando a crise surgiu, havia três soluções possíveis mas a opção recaiu na austeridade. Algo que não foi razoável nem produtivo.
Ouvido esta manhã pela televisão pública, o antigo chefe do FMI explicou que confiar apenas na austeridade foi um erro porque os riscos de insucesso eram muitos e, por isso, a Irlanda e Portugal estão a pagar uma factura pesada.
O responsável sublinhou que a solução passa agora por dar mais tempo aos dais países para pagarem às dividas; caso contrário, a alternativa é um sofrimento sem fim por parte das populações, uma cultura de dependência nacional e um enorme travão à consolidação da economia europeia.
Quanto ao que aconteceu e ao programa que ajudou a criar, Ashoka Mody assumiu as responsabilidades mas realçou que não está sozinho.
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Manuela Ferreira Leite ex-líder do PSD, ex-Ministra das Finanças (entre outras coisas) |
Já ontem, na TVI 24, numa entrevista conduzida por Paulo Magalhães, Manuela Ferreira Leite tinha arrasado a insensata e criminosa política seguida por Passos Coelho.
Foi clara ao demonstrar como esta política de austeridade sobre austeridade destrói o país impedindo-o de ser sustentável, levando ao aumento descontrolado da dívida, uma dívida impossível de pagar, levando a mais défice.
E deixou dito de forma muito marcante que um equilíbrio das contas públicas faz-se numa geração, não em dois ou três anos.
E manifestou a sua enorme preocupação com a vida desgraçada de tanta e tanta gente, tantos desempregados, sem possibilidade de voltarem a arranjar emprego, gente em apuros para garantir a subsistência.
Transcrevo alguns excertos relativos a outros temas abordados:
«Há aqui um dramatismo, uma teatralização. Acho que se há coisa má que pode ser feita às pessoas neste momento é assustá-las», lamentou Manuela Ferreira Leite».
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Enquanto uns assumem que se enganaram na receita que prescreveram, e outros alertam para os efeitos dramáticos desta política tão gritantemente errada, as consequências não se fazem esperar e alastram transversalmente por toda s sociedade, como uma doença grave, viral.
O comentário, que agradeço, do Leitor J ao meu post de ontem relativo ao Arqto. Ribeiro Telles tocou-me especialmente, tanto mais que aflora num tema a que sou sensível, o da reforma, melhoramento e dignificação do Parque Escolar - que, para além dos benefícios óbvios sobre o local de trabalho e ensino para professores e alunos, proporciona uma dinamização da economia local e um incentivo à excelência em todas as disciplinas envolvidas (arquitectura, engenharia civil, materiais de construção e mobiliário escolar, etc, etc).
Transcrevo esse comentário:
A arquitectura em Portugal é mediática e há um conjunto muito selecto, e realmente muito bom, de arquitectos que têm todo o destaque, O Ribeiro Telles faz parte desse grupo.
No entanto existem muito outros, em geral mais jovens, totalmente esquecidos pela divulgação.
Liceu Passos Manuel - uma nova vida depois da reabilitação |
A reabilitação do Liceu Passos Manuel, no âmbito da Parquescolar, mereceu à equipa projectista, o mais importante prémio na área da reabilitação de imóveis. O Arquitecto é o Victor Mestre, um extraordinário arquitecto já com muitas obras feitas e livros publicados, que recentemente foi obrigado a fechar o atelier por ter ficado abruptamente sem trabalho.
Vale a pena ver e divulgar. Carregar aqui
Uma notícia triste esta. Uma tristeza tudo isto. Por força da estupidez governativa, o país despreza o valor dos seus melhores. Uns abandonam o país, outros sofrem as consequências em silêncio. Um drama isto.
Um drama que tem que ser interrompido - até porque, os autores da receita, já assumiram que a receita foi um erro!
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Fico-me por aqui que isto já vai longo. Volto a lembrar que, se quiserem conhecer o CV do Maduro que sucede ao Relvas e saber o que acho desta mudança, deverão descer até ao post a seguir a este.
No entanto, convido-vos ainda a virem comigo até ao meu Ginjal e Lisboa, onde hoje Ruy Belo me estende a sua mão e me leva a escrever um texto a que talvez achem uma certa graça (um certo hot Jesus de certeza que achará...)
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E desejo-vos, é claro, uma bela sexta feira.
Divirtam-se e tenham esperança, sim? E, já agora, lutem por um futuro tranquilo, está bem?
ou esta gente é burra, ou como viram povo manso fizeram experiências.
ResponderEliminarEste Governo nem é amado à Esquerda, nem à Direita. Como Henrique Monteiro no Expresso on-line dizia, este Governo já não tem o mínimo de credebilidade. Acabou. Mas, ainda assim, lá vai atacando os mais fracos, vejam-se as medidas sobre os desempregados e doentes anunciadas pelo artista Gaspar.
ResponderEliminarIsto tudo é execrável! E com tanta gente válida mesmo da área do Governo, porque é que Cavaco não se decidde a tirar o tapete a Passos e "obriga" o PSd e o CDS a escolherem outra loiça? Ou provoca eleições? Bom, perante o quadro das sondagens (Expresso on line), seria "o fim da picada!"
P.Rufino
Não podemos ignorar que esta é e sempre foi, uma terra de patos bravos, apesar de ter dos melhores Arquitectos do Mundo.
ResponderEliminar:)
Olá UJM,
ResponderEliminarEste Governo por mais substituíções que faça, o "princípio activo" é o mesmo e está sempre lá, mesmo que mude de embalagem ou de rótulo. Deviam de ter consciência e reconhecerem o mal que estão a fazer ao País e ao Povo e pedirem desculpa, de joelhos, ainda enquanto é tempo!...
Hoje sai e fiquei aterrada, aterrorizada com os estragos e os rombos que presenciei, tanto a nível da construção imobiliária, como na restauração e ainda no comportamento das pessoas, desmotivadas, de braços caídos, apáticas e mal cuidadas, é mesmo uma degradação já inquantificável que nos arrepia, doe e dá vontade de chorar...
Obrigada UJM pela seu post, como sempre, muito encima e também muito revoltada como eu.
Um beijinho