Afinal está explicado: Cavaco Silva come erva! (Marcelo Rebelo de Sousa dixit na TVI, ao explicar, a uma Judite de Sousa que estava uma autentica 'woman in red', os silêncios do nosso minimalista Presidente)

Este domingo, Judite de Sousa apresentou-se toda de encarnado, de alto a baixo: fato de calças e casaco encarnado-benfiquista, camisa encarnado um pouco mais desmaiado e os lábios, ah os lábios senhores, os lábios estavam de encarnado mais do que flamejante. 

Um exagero. Até o meu marido a quem toda a gente da televisão o deixa indiferente, a olhou de lado e resmungou, '... mas, de facto, ela hoje abusou'.

Li na imprensa que a Manuela Moura Guedes, animada com o aplauso que recebeu na festa da TVI, lhe anda a fazer a vida negra, contestando-a fortemente enquanto sub-directora de informação. Eu, se fosse a pobre da Judite, até tinha pesadelos. É que ter a Manuela Moura Guedes como inimiga deve ser o horror dos horrores, uma pessoa deve correr o risco de levar uma dentada dela, credo. 

Judite de Sousa, na sua versão Woman in Red

Mas, adiante que a Judite hoje até conduziu razoavelmente o irrequieto Professor na sua domingueira presença. 

E, uma vez chegada à parte do Prefácio aos Roteiros, o grande momento comunicacional do nosso extraordinário Presidente, um gesticulante Prof. Marcelo, ao tentar explicar a misteriosa actuação de Cavaco Silva enquanto Presidente da República, começou por dizer que o ano passado sua excelência tinha dedicado o dito prefácio a dizer mal de Sócrates e que, desta vez, tinha dedicado o prefácio a justificar a sua discreta actuação.

Marcelo Rebelo de Sousa, arregala os olhos, gesticula, funga -
tudo para ver se consegue defender o indefensável

E, ao querer justificar o silêncio de Cavaco, desdobrou-se em argumentos: Cavaco Silva tem uma interpretação minimalista do que são os poderes presidenciais, Cavaco Silva nunca enganou ninguém pois nunca prometeu dissolver assembleias ou derrubar governos e só o fez com Sócrates porque o governo caíu na assembleia, e, finalmente, porque Cavaco é herbívoro, não é carnívoro, que ninguém espere vê-lo refastelado depois de ter comido carne, porque o que o homem come é erva.

Boa: andava eu à procura de explicações metafísicas quando, afinal, a coisa é simples. Cavaco Silva come erva. 

A julgar pelo que o seu Conselheiro de Estado, Prof. Marcelo, diz, se calhar em vez de apararem a relva no Palácio de Belém, soltam-no e ele, disciplinado e trabalhador como é, vai por ali fora, 10 horas por dia, a comer a relva toda. Boa. 

Chato é o Relvas ser só Relvas de nome, senão isto ainda podia ter um lado positivo, ainda podíamos ter o nosso presidente a comer o nosso ministro da presidência. 

[Bom, fico mas é por aqui porque o verbo comer tem mais do que uma leitura e não quero lançar a confusão, ainda por cima numa altura em que o Relvas está casadoiro (o que vale é que já anunciaram há uns dias que adiaram a boda devido à greve da TAP - será que não disseram: 'derivado à greve da TAP'? - senão ainda ficava com um peso na consciência pensando que a Menina Marta tinha lido isto e começado a desconfiar)].

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Este é para aí o meu quarto ou quinto post de hoje pelo que vos convido a deixarem-se ir por ai abaixo que hoje há pano para mangas. Como o que podem aí ver não é de minha autoria, estou à vontade para dizer que é muito bom, imperdível mesmo. 

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E, como se não estivesse a abusar fortemente da vossa paciência, convido-vos ainda a virem daí até ao meu Ginjal e Lisboa, a love affair.

Hoje as minhas palavras voam em volta de uma árvore nua onde não pousam nem sequer aves inventadas mas por onde pairam as palavras de Carlos de Oliveira. A música é de Manuel de Falla e é uma grande interpretação no violoncelo de Mischa Maisky.

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Desejo-vos, meus Caros leitores, uma bela semana, a começar já por esta segunda feira. 

Saúde, alegria, força e muita sorte - é o que vos desejo!