Estou aqui danadinha para me atirar outra vez aos ignorantes que para aí andam delirantes com a ida aos mercados, como se ir pedir dinheiro emprestado (... e a dívida já ultrapassou uns inimagináveis e impossíveis de pagar 120%) a uns juros que também não temos como pagar e que, portanto, se irão somar à dívida, fosse coisa boa, boa, tão boa que nos levasse ao êxtase.
Os nossos rendimentos todos a serem cativados para pagar juros impossíveis e uma dívida incomensurável, uma dívida que não pára de aumentar... e toda a gente a deitar foguetes...?
Houve muitos investidores interessados...? Claro. Não havia de haver? Numa altura em que as taxas de juro na UE estão tão baixas, em que para ficarem com dívida alemã os investidores até têm que pagar (com juros na linha do zero ou abaixo disso na Alemanha, por exemplo), não haveriam todos de nos querer emprestar dinheiro quase a 5%? Agora que o BCE já mostrou que está de chapéu de chuva aberto para acolher os que estiverem debaixo de chuva, qual o risco? Nenhum. Então porque não haveriam de comprar esta dívida ou o dobro desta se os juros são tão apetitosos...?
Mas, enfim, como também percebo que, no meio do pantanal que atravessamos, até uma má notícia nos parece boa, e como este país parece estar todo de patas para o ar, já não digo nada. As pessoas andam deprimidas, precisam de boas notícias e de sinais de esperança e, por isso, se querem todos desatar a fazer uma big party com uma coisa destas (que em, situações normais, seria de lamentar), pois que a façam.
O problema é que estou com isto na cabeça e não me consigo concentrar para escrever sobre outra coisa.
*
Depois de puxar pela cabeça durante uns longo trinta segundos (que eu não sou dada a longas meditações), ocorre-me aqui falar de escritores.
Um cadeirão/estante assim é que eu havia de arranjar para mim,que maravilha |
Gosto muito de ler e de tudo o que rodeia o acto de ler. Por exemplo, já vos dei conta disso muitas vezes, gosto muito de livros, de livros aqui espalhados na minha mesa, de livros nas estantes à minha volta, de livros no chão ao lado da minha cadeira, de livros nos escaparates das livrarias. Livros. Gosto de passar as mãos nas capas dos livros quando deslizo como uma gata pelos escaparates. Gosto do cheiro dos livros. Gosto de sentir o papel dos livros. Fétiches, se calhar.
Gosto desta estante, tem um ar caótico que me agrada |
Gosto também de ver fotografias do habitat dos escritores. Há uns livros que ando para aqui cheia de vontade de comprar mas custam 47 euros cada e acho caro. Tenho conseguido resistir. Casa de escritores no Alentejo. Casa de escritores no Douro. Mas ali ando a folhear, ando e ando e lá vou eu vê-los uma e outra vez, cheia de vontade de perder a cabeça. Já tenho um livro do género e o que eu gosto desse livro, Casas d'Escritas. Lindo, lindo.
Casa de Escritores no Alentejo |
Mas também gosto de ver os escritores em pessoa.
Claro que não ando atrás deles e, se os vejo, consigo disfarçar a curiosidade. Mas, por minha vontade, punha-me a olhar descaradamente para ver se são pessoas com gostos normais, para ver como se comportam, para tentar perceber se, à vista desarmada, são seres diferentes dos vulgares mortais.
Mas a chatice é quando a gente olha e parece que não joga a bota com a perdigota.
Há um poeta de que gosto muito, muito. Os seus poemas são maravilhosos. Tenho todos os seus livros e só não coloco mais poemas seus no Ginjal porque geralmente são grandes e levam muito tempo a transcrever. Escreve sobre o amor com uma sensibilidade e uma mestria como poucos, vê-se que é homem que sabe como amar uma mulher.
Aqui há uns meses estava numa mesa ao lado da minha num conhecido restaurante de Lisboa. Disfarcei, claro. Mas, discretamente, ia deitando um olho pela lateral não fosse ele perceber e ficar incomodado (e também não fosse o meu marido reparar pois odeia que eu faça figurinhas deprimentes pondo-me a olhar, feita saloia, para figuras conhecidas).
Mas a questão é que o dito poeta, ao vivo, é pequenino, uma figura magra, ar apagado, a cabeça um bocado desproporcionada face ao tamanhinho do corpo. E todo ele se apagava. Na mesa, uma mulher agia histrionicamente, um outro casal estava animado, e ele, coitadinho, encolhia-se na cadeira, meio ausente. E todo o tempo eu estava a pensar que ele, para estar à altura da poesia que escreve, deveria ter, no mínimo, um palmo a mais e todo ele deveria ter mais corpo, mais largura, mais volume. No outro dia cruzei-me, outra vez, com ele. Ele subia umas escadas que eu descia. Passou ao meu lado, uma esquiva sombra, mal se dava por tão apagada figura. Não sei... Claro que ao escrever isto me estou a recriminar, outra vez a ser fútil!, mas agora dá-me ideia que, se voltar a ler aqueles belos poemas de amor, é bem capaz de me ocorrer um pensamentozinho rasteiro do tipo... garganta...!
Depois há um outro que eu sempre achei um gato, mas um senhor gato. Um escritor que, do que o via nas fotografias e na televisão, é alto, encorpado, belo rosto, um charme. Fui agora ver à wikiedia e, tal como eu pensava, é mais novo que eu, seis anos menos mas isso da idade não conta e ele é mesmo bonito.
Pois bem. No outro dia, quando fui ao Ikea comprar as estantes, lá andava ele. Sozinho, o carrinho cheio de coisas, a arrastar os pés, meio trôpego, cansado, estafado. Dava pena. Parecia ter mais uns vinte anos do que tem, uma coisa...! Acabado, acabado, dava ideia de precisar de fisioterapia, de mudar de vida, de deixar de fumar e de beber, de fazer dieta, de comer canja, de comer saladas, sei lá. O escritor que eu imaginava um dom juan ali estava, a precisar de alguém que o recolhesse e tratasse dele.
Há ainda um outro de que gosto muito e que costuma ter uma escrita autobiográfica. A gente lê o que ele escreve e tenta perceber o que o terá levado a passar por aquelas situações, ou a imaginar as injustiças da vida a que estará sujeito, ou temos vontade de o aconselhar.
Vi-o por duas vezes e fiquei admirada. Parecia bem mais velho do que a idade real, todo ele, e vestia-se também como se tivesse mais idade, como se fosse um vencido da vida, todo ele com pouca energia, uma ausência de vitalidade. E pensei, cá para mim, que, com aquela atitude, como poderia ele ter mais sorte na vida. Deu-me vontade de pegar nele e fazer um daqueles programas em que viram as pessoas do avesso: cortava-lhe o cabelo à escovinha, levava-o a comprar roupas completamente diferentes, submetia-o a um regime de alimentação e caminhadas. Dava a ideia de que se lhe tirasse de cima a carga pesada que parece transportar, poderia ser uma pessoa mais feliz.
Agora quando leio o que escreve, penso sempre que, para que a vida dele melhorasse consideravelmente, devia sujeitar-se a um revamping que eu lhe traçaria. Mas, enfim, talvez depois a escrita deixasse de ser como é - e entre uma vida feliz ou uma escrita interessante, acho que eu, como leitora, o deixaria infeliz mas a escrever bem.
Claro que, face ao que disse, não vou revelar de quem se trata. Nos três casos são escritores muito conhecidos. Mas fico na dúvida se, face a isto, não será preferível que os leitores não conheçam os escritores cuja escrita apreciam.
No entanto, já aqui falei e falo outra vez de Hélia Correia. Com ela, deu-se o contrário do que acima descrevi.
Aqui há tempos, via-a de vez em quando, almoçava às vezes no mesmo sítio que eu. E o que eu tive que me conter para não a ir maçar e pedir um autógrafo ou outra pepineira do género. Parecia que vogava no ar, que não andava com os pés nos chão, meia distraída, uma das vezes com um chapéuzinho na cabeça, com uma mochilinha, meio perdida. Ia pelo braço de um homem, talvez o marido ou companheiro, não sei, alguém que, com cuidado, a guiava. Mas depois, à mesa, já tinha um ar prático, normal. Gostei muito de a ver e só tenho pena de não a ter podido fotografar.
Claro que vi muitos outros na feira do livro ou em sítios assim mas isso é diferente, aí estão em exposição, perdem a naturalidade.
Também encontrei há muitos anos, na Sá da Costa, o Fernando Namora, estive a observá-lo e, depois, ganhei coragem para me dirigir a ele e pedir que me autografasse um livro que, estupidamente, ofereci ao namorado que tinha na altura. Como não casei com ele, fiquei sem o livro. Também conheci Antonio Tabucchi no dia do lançamento de um livro seu no Palácio Fronteira, um fim de tarde encantador onde circulava muita gente das artes e letras. Tenho esse livro autografado por ambos. Disso falei aqui no dia da morte do escritor. Mas nestes dois casos, por acaso, a pessoa não diferia do escritor tal como imaginava a partir de fotografias. De qualquer forma, por já não estarem entre nós, mesmo que a impressão não tivesse sido fantástica (o que não foi o caso) não o diria aqui.
Também encontrei há muitos anos, na Sá da Costa, o Fernando Namora, estive a observá-lo e, depois, ganhei coragem para me dirigir a ele e pedir que me autografasse um livro que, estupidamente, ofereci ao namorado que tinha na altura. Como não casei com ele, fiquei sem o livro. Também conheci Antonio Tabucchi no dia do lançamento de um livro seu no Palácio Fronteira, um fim de tarde encantador onde circulava muita gente das artes e letras. Tenho esse livro autografado por ambos. Disso falei aqui no dia da morte do escritor. Mas nestes dois casos, por acaso, a pessoa não diferia do escritor tal como imaginava a partir de fotografias. De qualquer forma, por já não estarem entre nós, mesmo que a impressão não tivesse sido fantástica (o que não foi o caso) não o diria aqui.
Gosto também muito de ver entrevistas ou documentários com escritores, de preferência onde se veja a casa deles. No outro dia vi um documentário sobre um dia na vida de Maria Teresa Horta, uma grande mulher, uma mulher de convicções. Deixo-o aqui e espero que gostem também.
(Vi agora no youtube que ainda só tinha tido 6 visualizações. Se fosse um palerma qualquer a esbracejar e a abanar o capacete ou a cair da cadeira abaixo já teria uns milhões de visualizações. Assim, como é apenas uma mulher inteligente a conversar, ninguém liga a mínima. Raios partam este mundo que andamos a criar.)
*
Convido-vos ainda a virem daí até ao meu Ginjal e Lisboa (que ainda está a votos no Aventar, não se esqueçam).... No Ginjal, hoje falo-vos de uns certos cavaleiros que, em dias de temporal, saem do fundo do mar espalhando o terror e o amor por onde passam. Depois, quando regressam ao fundo do mar, deixam atrás de si um rasto de luz. São palavras em volta das claras suspeitas de luz de Frederico Lourenço. A música é um outro momento feliz que junta uma criatura luminosa, Bernardo Sassetti, e Carlos do Carmo.
*
E, antes de me ir embora, quero ainda desejar-vos, meus Caros leitores, um dia muito feliz.
Partilho em parte da tua opinião, quando afirmas que não devemos conhecer pessoalmente os escritores que lemos.
ResponderEliminarE digo, em parte, porque temos a possibilidade de os conseguirmos separar enquanto pessoas, enquanto entidades físicas, dos textos que criam.
Tive já oportunidade de conhecer pessoalmente alguns escritores, e até de participar em viagens com 2, para elém de um cineasta e 2 conhecidos arquitectos.
A ideia que formo, acerca dos escritores, é a de que, a partir de determinada altura nas suas carreiras literárias, tal como os artistas de cinema, teatro, música, etc. criam uma imágem, ou deixam-se absorver por ela e a partir dessa altura, passam a ser dela escravos, ou cativos.
Quanto à Maria Teresa Horta, ao contrário da opinião de algumas pessoas, aquando da rejeição do prémio que o 1º lhe quis entregar, não me pareceu que a decisão ficasse a dever-se a um acto de coragem, mas sim, e sobretudo, a um acto de coerência e de amor-próprio. A decisão da Maria Teresa, revela uma consciência e uma atitude de não-deslumbramento que falha na maioria das pessoas.
Intriga-me a facilidade com que tanta gente se dispõe a receber das mãos dos nossos principais governantes, prémios e condecorações que, mesmo existindo mérito reconhecido, não faz o menor sentido, pelos motivos que a Maria Teresa aponta, serem entregues por esses governantes.
Quanto à farsa da ida aos mercados... mais valia que tivessem ido à merda. Não é por nada, só por uma questão de melhor enquadramento.
Isto não é bem a porca da politica, é mais os PORCOS na politica.
ResponderEliminarTambem levei ontem o dia irritada a pensar na festa da "ida aos mercados" e toda a areia que nos tentam atirar aos olhos.
Os portugueses não percisam ser todos economistas de carreira nem "engenheiros" financeiros para perceberem que continuam a quererem comer-nos por ignorantes extremos.
Farta deles, politicos de atalho, recusei-me ver a Quadratura do Circulo esta semana, mas por referencia de uma amiga e graças às novas tecnologias, estive há pouco a ouvir Antonio Costa. É a minha nova esperança.Só espero que o Sr (In)Seguro lhe dê a primasia sem lutas desgastantes.
Uma livraria é para mim um local de culto, gosto de passear-me por entre os livros tocá-los, abri-los, conversarmos e quando me diziam leva-me contigo vinha sempre mais do que um. Hoje é diferente, tenho outras prioridades, mas continuo a gostar muito de livros. E de certos escritores tambem, contudo ão gosto de os conhecer pessoalmente.
Essa figura tropega, cançada, quase acabada, tambem já a vi e fez-me muita pena temo a sua morte e gostei tanto de o ler.
Até logo e boas leituras.
Um dia, numa bonita cidade de um país do Leste europeu, aqui há uns anos, passeando por aqueleas ruas, entrei num café e ali, a certa altura, dei conta da presença de Jorge Amado e sua encantadora mulher, a Zélia Gattai. Não resisti em ir lá cumprimentá-los, dizer-lhe o quanto os admirava e respeitava, que enfim, era um privilégio, assim sem mais, ter tido a oportunidade de lhe poder falar ao vivo, de estar ali ao lado deles. Estavam com uns amigos brasileiros e estrangeiros e foram de uma amabilidade extraordinária. Mandaram-me sentar, falámos de Portugal (“que eu amo tanto, rapaz!”), do Brasil, quando lhe referi que meu pai tinha nascido, ainda que por mero acaso em Manaus - um história de meus avós bem interessante e divertida, antes de voltarem de vez ao Douro –achou um piadão e dizia para a mulher: “olha, este amigo tem costela do Brasil!” E deixei-os ao fim de algum tempo – a custo, pois tão simpáticos, que não queriam que eu fosse e ali ficasse mais tempo.
ResponderEliminarUns anos antes, quando viviamos então na Av.Duarte Pacheco, um par de anos depois de termos vindo do Porto, tive também a oportunidade de ver e assistir meus pais falarem com essa extraordinária personalidade que era o Vinicius de Moraes. Ele tinha ali no prédio uns amigos que visitava com alguma frequência e era um tipo divertidíssimo, uma simpatia, que meus pais adoravam.
Enfim, ocorreu-me estas recordações a propósito do Post.
Quanto a livros, comungo do mesmo interesse, já estantes, sou um pouco mais clássico. Vou ver se tiro uma foto de uma estante grande, de livros, que aqui temos, pois trata-se na verdade de um grande móvel de mercearia, antigo, que um dia, para as bandas de Sintra encontrámos e não resistimos a comprar. Lá estão as “bolsas”, ou buracos grandes onde estava o arroz, o feijão, as batatas, etc e as estantes para outros produtos, enlatados, etc assim como umas gavetazinhas, para colocar ainda outras mercearias. Ainda me recordo de ter visto este tipo de móveis, exactamente em mercearias. Hoje fazem parte do nosso imaginário, para quem delas se lembra de as ter visto. Assim, no caso, uma delas foi-nos, por um feliz acaso, parar ás mãos. Nós adoramos o velho móvel, que agora serve para outras funções: livros.
P.Rufino
Para além da beleza e do "charme", o simples facto de fazer pensar os que sabem pensar, é o maior mérito que um escritor pode exibir.
ResponderEliminarAbraço
É muito interessante essa coisa de fazermos dos escritores e figuras públicas que admiramos, uma espécie de deuses e depois são apenas pessoas normais.
ResponderEliminarTenho muitos livros de decoração. Gosto imenso. Já estive com esse livro das casas de escritores do Douro, na mão pelo menos em três ocasiões diferentes, e sítios diferentes e acabo por não comprar por achar caro. Tenho um feeling de que ainda vou ter esse livro. Tenho a certeza. É daquelas coisas...
O de escritores do Alentejo, não conheço.
Também gosto de ver casas de escritores, os objectos que utilizavam para escrever, saber coisas sobre eles.
Tudo o que diz respeito aos livros e ao mundo dos livros, encanta-me.
Gostei do pequeno video com a Maria Teresa Horta.
E este post já vai longo, mas acrescento apenas que acho lindíssimos esses móveis de mercearia de que fala o seu comentador. A mercearia da minha infância tinha um. A mercearia do Sr. João. Também já os vi em revistas ou livros de decoração.
Não me importava nada de ter um, são muito lindos.
Um beijinho
Olá Bartolomeu,
ResponderEliminarTambém acho que a atitude de Maria Teresa Horta foi, sobretudo, um acto de coerência mas, também, de coragem. Não é fácil enfrentar toda a comunicação social e todos aqueles assessores e toda essa gente e dizer, de peito feito, o que ela disse.
Quantos aos escritores há uma coisa que me faz um bocado de confusão. Parece-me que uma pessoa para escrever deve ter que se isolar ou, pelo menos, viver um pouco retraídamente. Ora alguns dão entrevistas, fazem colóquios, andam por aí em tudo quanto é encontro, feira, visita. Mas, enfim, eles lá sabem como conseguem gerir inspiração ao mesmo tempo que por aí andam.
Agora o que é um bocado perturbante é ver que a imagem e a atitude deles como pessoas não corresponde minimamente ao que imaginamos ao ler o que escrevem.
Nesses casos mais vale não os conhecer.
Um bom dia, Bartolomeu!
Olá Pôr do Sol,
ResponderEliminarTenho que rectificar uma coisa: não sei se o trôpego, cansado, acabado, de que estamos a falar será o mesmo. Este está mesmo acabadão mas não me parece que esteja ainda com os pés para a cova. Ainda é um homem novo e nem percebo como está naquele estado. Mas não me parece que esteja já mais para lá do que para cá. Se calhar estamos a falar de pessoas diferentes.
Uns dois ou três dias depois de o ter visto no Ikea vi-o na televisão e parecia fresco e giraço como sempre parece. Engana bem. O pior é vê-lo a andar, sem se preocupar com a imagem, todo estafado.
Quanto ao António Costa eu gostava que tivesse sido ele a ficar à frente do PS. Tem a garra que falta ao Seguro. Vamos ver se é desta que se chega à frente.
Um beijinho, Sol Nascente!
Olá P. Rufino,
ResponderEliminarAh que privilégio ter conhecido tão marcantes figuras. Que boa recordação deve ainda guardar. O que eu gostaria de poder conversar um dia com um grande escritor, conversar muito, poder perguntar como lhe vêm as ideias, se tem rotinas de escrita, se revê muitas vezes, etc.
Quanto a estantes: eu na minha casa também tenho estantes super clássicas. Agora tenho complementado com estantes direitas do ikea mas as primeiras são todas muito clássicas. Umas desenhei eu e foram feitas no norte.
Mas gostava de ter um loft, amplo, imenso, com estantes modernas, sofás amplos, paredes enormes. Gostava.
Essa sua estante deve ser linda. Para os lados de Sintra arranjam-se peças antigas maravilhosas. Tenho algumas em casa que vieram de lá.
Gostava de ver essa sua estante.
Um bom dia, P. Rufino!
Olá P. Rufino,
ResponderEliminarClaro. Um escritor é um ser especial pois escreve coisas que outras pessoas vão guardar na sua cabeça. Deve ser das actividades mais especiais e mais meritórias que há.
Não têm que ter charme ou ser bonitos.
O que me faz impressão é quando a gente só os conhece de fotografias e, pela obra e pela imagem que viu, imagina uma coisa e depois, ao vivo, não tem nada a ver com nada. Mas, enfim, é uma impressão irrelevante face à impressão relevantíssima que é a deixada pela sua escrita.
Dou-lhe razão, portanto.
Um abraço, jrd.
Olá Isabel,
ResponderEliminarEstá como eu: eu acho que ainda vou ter um daqueles livros. Tenho a esperança que vá para saldo ou que o ponham em promoção. São caros. Mas são uma tentação.
Acho que é isso: eu também gosto imenso de decoração, tenho uma pequena estante cheia de revistas de decoração e tenho muitos livros de decoração. Estes juntam a decoração à cusquice de se ver como é a casa de escritores que apreciamos.
Um beijinho, Isabel!
Olá UJM,
ResponderEliminarAchei este post muito interessante pela descrição que fez das aparências dos escritores com quem se cruzou... uma vezes ficamos deslumbradas outras um pouco desiludidas. Por vezes parecemos ser o que não somos e somos o que não parecemos, ou citando Albert Delpit " O mundo julga-nos não pelo que somos, mas pelo que parecemos ser"...
Gostei de ver o vídeo de Maria Teresa Horta e graças a este seu post, já tinha 11 visualizações quando o vi.
Também adoro livros de decoração, de casas de escritores e de estilistas, pois têm muita imaginação, mas alguns são muito caros. Esse da casa de escritores do Alentejo, não conheço, mas tenho alguma curiosidade em conhecê-lo, pois tenho raízes alentejanas.
Um beijinho grande, e obrigada mais uma vez por este post diferente.
maria eduardo
P.S.
Hoje não consegui votar no Blogue Ginjal e Lisboa, da nossa amiga UJM, pois quando clico na palavra Vote, aparece-me a seguinte frase: "this poll requires a captcha to register a vote"... mas não aparecerem as respectivas letras para identificar, fiquei na dúvida se estava a votar pela 2ª vez... o que não é permitido, e se calhar barraram-me o acesso por já ter votado... Acontecem estes enganos de simpatia!...
Se ainda não votou, pode fazê-lo (24horas por dia, pois alargaram o horário) até às 23.59.59 do dia 26.
Amanhã vou votar de novo, o meu voto e o Seu somam + 2.
Obrigada
Em tudo e em todos existem excepções.
ResponderEliminarEstou a lembrar-me por exemplo de Kátia Guerreiro que conheço pessoalmente e com quem já viajei por diversas vezes, integrados em comitivas.
É uma pessoa alegre, sem preconceitos, humilde, natural e que só se transforma um poucochinho, daquilo que é naturalmente, no momento em que sobe ao palco e encarna a alma daquilo que canta.
Olá Maria Eduardo,
ResponderEliminarIsto dos escritores só acontece porque vemos as fotografias ou as imagens nos livros ou na televisão e, depois, quando os vemos ao vivo (sem saberem que estão a ser observados) são tão diferentes do que imaginámos. Mas há quem seja como imaginámos. A Hélia Correia, por exemplo, é.
Mas isto aconteceria também se os meus leitores - que se calhar imaginam que eu sou de uma certa maneira - me vissem ao vivo. Poderiam também ficar admiradíssimos. Mas tem razão, o que interessa é como somos, não o que parecemos.
Quanto a isso da votação, com o meu marido aconteceu a mesma coisa e, por isso, não votou.
Os meus filhos não sei mas imagino que nem se tenham, outra vez, lembrado...
Obrigada pelo seu apoio.
Um beijinho, Maria Eduardo!
Olá Bartolomeu,
ResponderEliminar'Integrado em comitivas'...? Mas querem lá ver que estamos na presença de um artista...? De um político...? De um empresário de sucesso...?
E eu a pensar que estava 'apenas' na presença de um sonhador que se tinha tornado agricultor...
Que mistério ficou agora no ar...
Um abraço!
Só uma observação: ao reler o meu comentário, vi que escrevi"este post já vai longo" quando o que queria escrever era"este comentário já vai longo".
ResponderEliminarGosto da Carolina do Mónaco, uma mulher linda, que tem sabido envelhecer naturalmente, pois poderia ser como tantas que recorrem à falsa juventude.
Ainda a propósito do livro dos escritores, já me aconteceu várias vezes que ando com o sentido num determinado livro que "ainda" não compro, mas sei que o vou ter. E acabo por tê-lo sem esforço. Entende-me?
Um beijinho e bom fim-de-semana
Olá Isabel,
ResponderEliminarEu percebi que queria dizer que era o comentário que já ia longo.
Percebo o que quer dizer pois eu, muitas vezes, penso o mesmo. Penso, 'guardado está o bocado para quem o há-de comer' pois sei que, um dia, há-de surgir a ocasião em que quase me vem parar às mãos. é isso, não é?
E acontece-me isso com livros e com tudo.
Um beijinho, Isabel, e bom domingo!
É precisamente!
ResponderEliminarCom os livros e com tudo!