O coelho ou o seu amigo macaco ou até, talvez, a assessora de imagem, ou o assessor número 66, sabemos lá, mandaram distribuir uma cartilha para os papagaios e papagaias repetirem quando alguém lhes fizer uma pergunta inconveniente. Nada de dar respostas sinceras, nada de dar respostas inteligentes, nada disso, apenas repetir, tal e qual, o que a bula distribuída prescreve.
Isto revela insensibilidade social? Isto é um imposto? Mas isto não é tudo ao contrário do que os Juízes do Tribunal Constitucional disseram? E as medidas do BCE? Não eram todos contrários a elas? Mas não são boas notícias as que chegam de lá?
Tudo previsto, respostas para tudo. Os papagaios e as papagaias só têm que repetir as palavrinhas que os especialistas prepararam para eles decorarem.
Mas ou porque o coelho, sempre que pode, e convencido que devia era ter persistido naquilo de ser barítono, se põe a cantar ópera ou cantigas populares, ou porque são todos muito incompetentes, os papagaios e as papagaias, em vez de aparecerem com as respostas esperadas e que todos tinham sido obrigados a decorar, para gáudio de todos, desatam a cantar árias, músicas infantis, graçolas.
O caso está a deliciar a comunicação social, inclusivamente a imprensa estrangeira que, depois de ontem se divertir a relatar o caso das dezenas de milhares de comentários à mensagem ridícula do coelho no facebook, hoje reproduz as respostas dos papagaios. A gargalhada é geral.
Este canta ópera
Outros, a julgar pela imaturidade do que dizem e fazem, são tão infantis, têm tanto tempo livre (pelo menos não se lhes conhece trabalho que se veja) que optaram por cantar o Atirei o pau ao gato
Mas há um que é especial, toda a gente lhe reconhece inteligência, desde há anos que adquiriu a habilidade de se deslocar entre as pingas da chuva, nunca se molha(va), está sempre estrategicamente ausente, faz de conta que discorda e depois, hipocritamente, esconde-se através de palavras ensaiadas e, ridiculamente, aparece, sorridente, ar de menino mais espertinho que os outros, dizendo que o que toda a gente vê, afinal não é o que é - mas toda a gente, de repente, deixou de o levar a sério. Fala sempre com muita segurança mesmo de assuntos que o deveriam envergonhar. Alia-se a quem calha para atingir os seus objectivos, mesmo àqueles que em tempos teriam sido seus adversários ou, se nos reportarmos aos tempos do jornalismo, alvos a abater.
Podemos achar-lhe graça, diz coisas com espírito, consegue ser simpático, tem um ar mais urbano que os outros. Mas é tão culpado pelo estado das coisas como o coelho ou como o macaco ou como os colegas papagaios. Comporta-se ainda como se fosse alguém importante mas, especialmente com o que tem acontecido nos últimos dias, toda a gente já percebeu que não passa também dum vulgar papagaio. Temos pena.
No meio da gargalhada que se vai espalhando pelo País, o lapin crétin (ou seja, o coelho cretino) continua sem perceber a quantas anda.
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E, por hoje, mais nada. Não consigo falar a sério no meio desta galhofa toda.
Mas vocês, que são muito ajuizados, vejam se conseguem ter um belo dia. A sério...
Amiga:
ResponderEliminarAmei os papagaios. Ainda estou a rir.
Bom começo de dia.
Falando de animais, detesto coelhos. Parecem fofinhos, mas são uns inúteis.
Nem comê-los consigo, quanto mais engoli-los.
Os papagaios ao menos fazem rir.
Beijinhos
Mary
Se o "outro" não passasse de um mero Cavaco, já tinha aplicado uma valente cajadada nesse Coelho arrogante e ditador... mas como o homem se julga profeta, ou adivinho do futuro... nunca se acha no presente.
ResponderEliminarOlá,
ResponderEliminarAbri o PC de manhã e andei todo o dia a lembrar-me destas estórias dos papagaios e das papagaias que não decoraram a cartilha,etc.. que achei o máximo de humor, (neste dia em que se aguardam mais medidas de austeridade, de temer e tremer) e os vídeos foram muito bem escolhidos para ilustrar esta papaigada toda! O papagaio a cantar o"atirei o pau no gato" e o "Einstein" com as suas imitações geniais...bem se pode aplicar, cada imitação a seu papagaio!
Obrigada, gostei muito.
Um beijinho
Olá Mary,
ResponderEliminarNão sou de generalizar. Também não sou fã dos ditos animais mas pode um dia haver algum que me convença, um que seja fofinho e útil. Agora uma coisa sei eu: este não o usarei nem na culinária nem em lado nenhum. Este que parece fofinho mas é, de facto, um inútil sem qualquer préstimo. E só não digo em relação a este em particular que também não o como nem engulo porque a língua portuguesa é muito traiçoeira. Mas, no fundo, é isso. Não se tolera mais o que anda a fazer, dando cabo da vida de toda a gente e para nada. O desemprego aumenta, as falências aumentam, a economia desanda, o défice não baixa e... a dívida está mais alta.
Eu acho que este coelho e o resto da papagaiada têm que ser postos a andar mas a alta velocidade. Mais uns meses e arrasam o país de uma ponta a outra.
E agora, no fim: fartei-me de rir com o seu comentário. É um típico comentário da nossa grande Mary. Adorei a sua reguilice e o seu fantástico sentido de humor.
Beijinhos, Mary!
Olá Bartolomeu,
ResponderEliminarPois é, os antecedentes de Cavaco não nos levam a acreditar que dali poderá vir algo de bom. Mas face à desgraça que alastra a grande velocidade, de que outra maneira pode este mal ser interceptado?
Eu acho que isto pode ir lá se o Portas resolver demarcar-se e romper a coligação e, face a isso, Cavaco não tiver solução senão convocar eleições, depois de perceber que já ninguém apoia este governo que é de uma indigente mediocridade.
Vamos ver. Mas temos que ser mais activos, para que não se passe a imagem que somos um bando de carneirada que aceita passivamente todas as afrontas (inúteis) que nos andam a fazer. Pelo menos é o que eu acho.
Olá Maria Eduardo,
ResponderEliminarEu ontem, quando tive conhecimento daquela cartilha distribuída nos gabinetes ministeriais, pensei logo que os fulanos do governo não são bons da cabeça, até se tratam uns aos outros como papagaios. É tudo tão ridículo, tão disparatado que, a mim, dá-me vontade de gozar, de me rir e só tenho pena de não estar frente a frente com eles, apetecia-me mesmo rir-lhes na cara, eles a dizerem aquelas atoardas e eu rir a bandeiras despregadas. A maçada disto é que, enquanto não forem corridos, vão continuar a dar cabo da nossa vida e isso não dá nenhuma vontade de rir.
Hoje é mais IRS para todos e mais uma facada nas pensões de reforma. É o que eu disse no outro dia: querem sangue. Com falinhas mansas, vão-nos sangrando a todos (a todos não, apenas aos trabalhadoras e pensionistas).
Papagaios de uma figa é o que eles são! Mas os papagaios de verdade são uns pândegos e estes são sinistros. E o coelho e o relvas ainda o são mais.
Espero que seja por pouco tempo e forço-me a pensar nisso para sentir alguma esperança.
Um beijinho, Maria Eduardo!
Um poste muito original.
ResponderEliminarHá aqui muito material para a próxima remodelação governamental:
O primeiro iria para a koltura substituir o Xico Zé.
Os segundos para a Administração Interna, dar com o pau no pessoal.
O terceiro para o lugar do Relvas porque me palpita que a "coisa" é falsa(ali há ventríloquo...).
Finalmente ao Coelho, mantinha-o no lugar (só podia) mas, punha-lhe uma vela no Caiaque para o ajudar a vencer a corrida.
Abraço
Olá UJM,
ResponderEliminarApós curto silêncio, em que pura e simplesmente decidi hibernar um pouco, numa ausência quase total de mim próprio, regressei, qual filho pródigo, para partilhar um pouco das ideias que me sufocam em tempos de tamanha austeridade.
Espero que esteja melhor das suas mazelas, o que deduzi da sua viagem ao Algarve, onde colheu aquele raminho vivo de mexilhões que tive o virtual prazer de tocar, com alguma curiosidade e macieza do olhar. Senti a frescura das suas palavras e imagens!
Li e reli os seus textos, a sua lide, de repetidas folias, com as crianças, numa azáfama de avó jovem e babada, mas que muito bem ficou nas “fotografias”. Também sou avô, como sabe, e tive ensejo de me lambuzar com a companhia de uma neta, já crescidinha (11 anos) em férias. Estando no sul, mais concretamente em Beja, onde a semana passada fiz a minha vindima, acabei por cumprir uma promessa a essa neta. Findo o “lavar dos cestos,” fomos, na 4ª-feira, ver, em Albufeira, a FIESA, belíssima exposição de construções com areia e, de seguida, esticamos a corda até Portimão onde convivemos com os excelentíssimos Dinossauros, outra curiosa e educativa exposição. Tudo entremeado com um belo almoço no “Buganvília”, em Alvor, onde há muitos anos costumo deliciar-me, com os cozinhados do meu amigo Sr. Manuel, um arcuense dos quatro costados.
Fiquei deliciado e mais instruído com a sua lição de economia (mulheres ao poder!) e, hoje, a sua ironia e humor sobre o verborreico psitacismo dos inoperantes gestores dum país em queda livre, graças ao “troikano” empurrão. Essa da cartilha, faz-me lembrar o breviário que os silentes monges empunham com amor e muita disciplina, para que as palavras sejam soltas em uníssono. Com os políticos, já não se trata de disciplina partidária, mas governativa, já que o elenco é bipartidário. Apesar de cada um ter o seu poleiro, o cacarejar é mesmo unissonante…até ver!
Estou a ficar pior que lapa, pelo que lhe continuarei a desejar muita saúde e inspiração para os seus belos e elucidativos textos.
Até breve.
Olá Jeitinho,
ResponderEliminarEstamos mesmo entregues à bicharada
Já a sua bicharada é divertida, faz-nos rir e é bastante mais capaz.
Parabens pela sua capacidade de rir destas coisas, que nos contagia.
Vamos aguardando que Belém acorde, que não seja só para dizer que bem avisou e que de lá venha algo que de uma cajadada apanhe o coelho e a sua relva.
Um beijinho.
Olá jrd,
ResponderEliminarJá me fartei de rir com as suas sugestões. Só não sei se o Passos ia a algum lado com a vela. Eu fazia que ele fosse 'de vela' era para bem longe daqui. Talvez um par de patins debaixo do barco e, ok, vá lá a vela, mas que tal atá-lo também a um balão de ar quente, sei lá, tudo o que nos lembremos, para ver se ele desanda para bem longe.
E que leve o Relvas e o Gaspar e o resto.
E, que num atrelado, leve o Portas.
Eu ainda estou capaz de me pôr a soprar e a empurrar a ver se ajudo a que se afastem rapidamente.
Um abraço, jrd!
Olá dbo,
ResponderEliminarQue contente fico por receber, de novo, a sua visita. Lá vi no outro dia o seu manifesto, quando regressou às suas lides clínicas. Espero que as actividades agrícolas tenham sido compensadoras e que os passeios revigorantes.
Ainda um dia hei-de ver também as esculturas de areia. Imagino o que se a sua neta adorou.
E ainda bem que recebeu ainda fresquinhos a rescender a maresia os mexilhões. Lá andei aqueles dois dias pelos Algarves, convencida que já estava quase boa e, afinal, a coisa desandou um bocado, não sei se foi por andar na areia, se por nadar demais, estou aqui um bocado atrapalhada. Talvez não seja nada de mais mas esta recuperação tem sido uma chatice das antigas, não esperava nada que fosse assim. Adiante que não gosto de falar de maleitas e de conversas destas deve o meu Caro estar mais que farto, todo o santo dia a lidar com gente doente.
Pois a mim o que me põe mesmo doente é esta gente que anda a dar cabo do país como se isto fosse o quintal deles, onde pudessem por mata-ratos a ver se dão cabo da população.
Vou-me ficar por aqui porque estou a escrever-lhe depois de ter acabado o meu post diário e já passa das 2 da manhã, imagine. Tomara que seja fim de semana para poder pôr o sono em dia.
Fiquei contente com o seu regresso mas acho que já disse isso.
PS1 : Já tomei nota do nome do restaurante e, quando voltar ao Algarve, vou lá. Obrigada.
Olá Pôr do Sol,
ResponderEliminarEu faço ideia as congeminações que o Aníbal e a Maria fazem os dois à volta desta crise... mas era bom era mesmo que desatassem à cajadada ao coelho da próxima vez que ele lá for. Quanto ao relvas-vai-estudar acho que a D. Maria nem o deve entrar no palácio, deve temer que ele lhe suje os tapetes (e aí dou-lhe razão que o vai-estudar-ó-relvas não deve saber que não se deve levar lama para dentro de casa.
Rir-me, eu rio, mas por dentro ando bem apreensiva com o rumo que isto está a levar. Isto piora de dia para dia e eles não aprendem nem têm vergonha.
O que vai ser de nós se eles se aguentarem lá por mais um ano, já pensou?
Eu nem quero pensar nisso.
Um beijinho, Sol Nascente!