A árvore foi a forma de te ver
e desci para abrir a casa.
De me teres visitado e avistado
entre os ramos
fizeste-me passagem
da folha ao voo do pássaro
do sol à doçura do fruto.
Para me encontrares me deste
a pequenez.
Primeiro roço-te Morrer de amor
as asas ao pé da tua boca
suspensas dos teus ombros
Desfalecer
imaginando apenas à pele
do sorriso
aquilo que depois
mergulho Sufocar
de prazer
e faço com o teu corpo
Trocar tudo por ti
se for preciso
Que palavra sobe desta brancura cega, deste olhar branco,
que palavra respira em teu olhar perdido sobre este centro deserto?
Que palavra aquece e esfria, da sombra à
luz, do teu corpo ao sol,
da tua sombra ao sol,
que palavra caminha, vive ou morre
no esplendor calcinado?
Onde quer que o encontres -
escrito, rasgado ou desenhado:
na areia, no papel, na casca de
uma árvore, na pele de um muro,
no ar que atravessar de repente
a tua voz, na terra apodrecida
sobre o meu corpo - é teu,
para sempre, o meu nome.
**
O primeiro poema é de Daniel Faria, o segundo e o terceiro são de Maria Teresa Horta (um pouco desformatados, como viram - mas o adiantado da hora, já passa das 2 da manhã, não me permite discernimento para os arrumar melhor), o quarto é de António Ramos Rosa e o último é de Maria do Rosário Pedreira.
O filme foi realizado por Pascale Ferran e é baseado na obra de D. H. Lawrence.
Este bailado do Grupo Corpo, grupo que, como sabem, pelo virtuosismo, sensualidade, graça, energia, tem, desde há muito, um lugar cativo no Um Jeito Manso, é coreografado por Rodrigo Pederneiras.
E, se ainda vos apetecer, gostaria de vos convidar a espreitar o meu Ginjal onde hoje me despeço da música de Boccherini e onde as minhas palavras se enleiam em torno do corpo do meu amor, levada pela onda de Maria Teresa Horta)
O filme foi realizado por Pascale Ferran e é baseado na obra de D. H. Lawrence.
Este bailado do Grupo Corpo, grupo que, como sabem, pelo virtuosismo, sensualidade, graça, energia, tem, desde há muito, um lugar cativo no Um Jeito Manso, é coreografado por Rodrigo Pederneiras.
E, se ainda vos apetecer, gostaria de vos convidar a espreitar o meu Ginjal onde hoje me despeço da música de Boccherini e onde as minhas palavras se enleiam em torno do corpo do meu amor, levada pela onda de Maria Teresa Horta)
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(Obrigada, Ana, por me ter enviado este filme!)
*
E, agora, se me permitem, transcrevo do Jornal de Negócios:
Na habitual coluna de opinião no "New York Times", intitulada esta semana de "A loucura da austeridade na Europa", Paul Krugman defende que as medidas de austeridade levadas a cabo por países como a Grécia, Espanha ou Portugal "foram demasiado longe".
"(...) a verdade é que estes cidadãos estão certos. Mais austeridade não serve nenhum propósito. Os verdadeiros intervenientes irracionais são os políticos, alegadamente sérios, que exigem cada vez mais sacrifícios", escreve o economista no jornal norte-americano.
"O que a opinião pública destes países está, de facto, a dizer é que chegaram ao limite: com a taxa de desemprego em níveis idênticos ao da Grande Depressão, a austeridade já foi longe demais."
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“Aparentemente”, diz António Lobo Xavier (CDS) , “o primeiro-ministro ficou surpreendido com a reacção dos portugueses” à proposta de aumento da TSU suportada pelos trabalhadores e diminuição da que é paga pelos empregadores. Daí que, diz, “o mais preocupante nesta crise é que” o primeiro-ministro parece que “não conhece o país, não conhece o que é que pensam as pessoas em geral”.
As manifestações de 15 de Setembro não foram, na visão de Lobo Xavier, apenas posições de “desagrado” para com a austeridade mas foram também “contra um discurso que não bate certo com nada”.
O facto de, dias antes do anúncio das alterações na TSU, o governo ter dito que estava tudo bem “mostra uma impreparação que aterroriza”, afirma ainda António Lobo Xavier. "Como é possível dizer que estava tudo bem, há um mês, e depois virem à televisão anunciar medidas destas", questionou.
*
E, por hoje, é isto. Desejo-vos um belo sábado. O destino somos nós que o fazemos.
Amiga:
ResponderEliminarJá disse e repito: Teresa Horta é uma das mulheres mais corajosas que conheço. Tem a coragem de fazer, dizer e escrever o que outras mulheres não são capazes nem de pensar.
Os poemas, os dela e os outros são lindos. São de uma enorme pureza apesar da carga erótica.
Lopes Graça, meu conterrâneo, voltou a ser preciso. O poema de Gomes Ferreira é tão lindo, que me comove.
Acordemos!
Só desejo que tudo corra bem hoje.
Abraço grande
Mary
ResponderEliminarOlá,
Gostei muito dos poemas e vídeos que publicou no seu post.
Hoje é Dia Grande, como diz, vamos acordar todos e lutar pelos nossos direitos e pelo nosso destino!
Um beijinho
Um 'mix' de sensualidade e de amor e também um clamor de esperança.
ResponderEliminarAbraço
Olá Mary,
ResponderEliminarConcordo consigo. Maria Teresa Horta é uma mulher inteira e frontal. A mesma frontalidade e coragem que tem ao expor a sua sensualidade, é a que tem para defender os direitos das mulheres, para expor a sua opinião política e para dizer não sempre que acha por bem dizê-lo.
Uma coisa que me espanta é como é que uma canção difícil de cantar como o Acordai! é cantada por tanta gente. Fica muito emocionante ouvir aquelas centenas de pessoas a cantarem a uma só voz.
Quanto a José Gomes Ferreira também é poeta merecedor de elogios... mas acho que, neste caso, a Mary queria referir-se a António Ramos Rosa cujo poema é de facto muito belo. Ou então a Daniel Faria (mas palpita-me que era ao primeiro que se referia).
Sobre a 'manif' já fiz a minha 'reportagem'...
Um abraço Mary!
Olá Maria Eduardo,
ResponderEliminarDe vez em quando tenho necessidade de intercalar a escrita com alguns momentos de tranquilidade. A beleza das palavras, a beleza da dança, a beleza da música e a beleza das interpretações são, para mim, pausas de que preciso.
Fico contente que tenha gostado.
Um beijinho, Maria Eduardo!
Olá jrd,
ResponderEliminarUm mix de coisas boas da vida e uma vontade de ter sempre vontade de a viver assim, desta forma, variada e boa.
Um abraço e um bom domingo!
Amiga:
ResponderEliminarReferia-me a José Gomes Ferreira, sim. É ele o autor da letra de "Acordai". Claro que também António Ramos Rosa é um grande poeta.
Abraço
Mary
Mary,
ResponderEliminarJá aprendi uma coisa hoje. Não sabia. E é caso para dizer uma vez mais que os bons e belos espíritos se encontram, ele e Lopes Graça. Que belo hino é o Acordai!.
Obrigada, Mary!
O destino somos nós que o fazemos, quando nos deixam...
ResponderEliminarGostei muito do bailado.
Já vi Lady Chatterly e gostei.
Hoje foi um intervalo agradável.
Um beijinho
Olá Isabel,
ResponderEliminarEu acredito que somos nós que o fazemos. Poderemos encontrar obstáculos, poderemos passar a vida nessa luta mas antes viver a lutar por uma causa do que viver lamentando a forma como se vive.
Eu também gostei de fazer uma pausa. De vez em quando preciso de um banho de imersão e, então, pego em poesia, em danças, em coisas que me lavam a alma. Fico mais tranquila, mais 'pronta para outra'.
Um beijinho, Isabel!