terça-feira, julho 17, 2012

Sobre o amor conjugal (palavras de António Lobo Antunes e o exemplo de Nelo e Idália). E, ainda, Adelaide dita pelo autor


Estou casada há vinte e quatro anos e não sei se gosto ou se me habituei. Não morro de entusiasmo com a ideia do meu marido voltar todos os dias para casa às seis e meia sete mas também não é desagradável. Não me apaixona o facto de passar o mês inteiro de férias com ele e os pequenos mas também não me arrependo por aí além. Fazer amor não é a coisa mais apaixonante do mundo mas também não posso dizer que seja um frete.
(...)
Chego a pensar que gosto se o comparo com outros homens, com os maridos das minhas amigas por exemplo, com os meus cunhados, chego a pensar que me habituei quando vejo um filme com o Robert de Niro. Não é que o Robert de Niro seja bonito ou assim: é o sorriso, é a maneira de olhar, é o vazio que fica em mim ao acenderem as luzes e em vez do Robert de Niro, o Zé Tó ao meu lado no automóvel, o Zé Tó a perguntar-me em português se a mulher a dias lhe passou as calças cinzentas, a torneira do quarto de banho a correr, eu deitada, e o Zé Tó, em pijama, quem se estende à minha esquerda com aquelas revistas de jipes todo-o-terreno que ele adora ler, é o Zé Tó quem me dá um beijo, quem apaga a luz, é o calcanhar do Zé Tó que me toca a perna, é o Zé Tó que adormece com uma rapidez que me irrita e me deixa sozinha no escuro a olhar o tecto à espera do sono que não vem, que não há maneira de vir, que demora séculos a chegar. Claro que se o Robert de Niro aqui estivesse não o queria para nada.
(...)
  a ausência de discussões, o bom feitio do Zé Tó, ainda bem que você julga que não me devo questionar sobre se gosto dele ou se me habituei, ainda bem que me convidou para jantar só que eu jantar não posso, doutor, que desculpa ia dar ao Zé Tó diga-me lá, podemos mudar para um almoço sexta-feira num restaurante que não seja perto nem do seu consultório nem da minha casa, de preferência sem pessoas conhecidas, eu até sinto que você tem qualquer coisa do Robert de Niro, o sorriso, a maneira de olhar, mal entrei no seu gabinete pensei logo
  - Este psicólogo tem qualquer coisa do Robert de Niro aposto que nos vamos dar bem
  e agora sou capaz de jurar que nos vamos dar bem, sou capaz de jurar que a seguir ao almoço nos vamos dar lindamente.

*


*

Não sei há quanto tempo estou aqui sentado à tua espera. Um quarto de hora? Meia hora? Mais? Penso: se passarem dez automóveis encarnados e ela não vier, vou-me embora. Penso: conto de uma a trezentos e se, chegando aos trezentos, não apareceres, peço a conta. Passam doze automóveis encarnados e fico. Cheguei aos quatrocentos e vinte e três e continuei à espera. Recuo dos quatrocentos e vinte e três para o zero na certeza que aos cento e cinquenta te vejo chegar, acenando entre as mesas da esplanada, um problema no emprego, um telefonema da tua mãe, o drama de arrumar o jipe no parque de estacionamento. Mas como o baton te escorrega da boca para a bochecha e me dá ideia que, para além do perfume, cheiras a loção de barbear, tenho alguma dificuldade em acreditar em ti. Digo
    - Trazes o baton na bochecha
    os teus olhos mudam sem deixar de olhar-me, tiras o espelhinho da carteira, verificas a bochecha, pedes-me um lenço de papel, limpas o batom, procuras o tubo prateado numa confusão de chaves e agendas, refazes a boca mais devagar do que o costume em busca de uma justificação, guardas tudo na carteira, sorris porque encontraste uma mentira, os teus olhos mudam de novo, a tua mão poisa na minha, pedes não sei quê ao empregado, a mão troca a minha mão pelo teu queixo, explicas que devido à suspensão do jipe o baton errou o alvo (...). A mão abandona-me o queixo, belisca-me a orelha e ao beliscar-me a orelha quase acredito em ti. A parte que ainda não acredita insinua
    - Cheiras a uma loção de barba diferente da minha
    a mão que me esfregava o lóbulo hesita, ofende-se, a tua cadeira afasta-se indignada, reparo que te farejas a pretexto de fungares, que tropeças no cheiro, que te afastas um pouco mais para que eu deixe de sentir a loção, que tentas uma ironia qualquer
    - Estive a rapar o bigode
    que, como de costume, te defendes atacando-me
    - Não é possível viver com um homem que desconfia de tudo
    que tentas resolver o assunto ofendendo-te
     - A tua falta de confiança magoa-me
(...)
Aproximo a cadeira da tua e peço-te perdão. Logo, se estiveres para aí virada
     raramente estás para aí virada
     é possível que a gente tal e coisa, e a seguir tu de nariz no tecto numa espécie de careta
     e eu, sem reparar no teu chupão no braço
     nunca consentes que te chupe o braço
     eu, apesar do teu chupão no braço, a acomodar-me melhor na almofada, sentindo-me
     como direi?
     satisfeito, Fernanda, satisfeito.

*


*

O primeiro excerto pertence à crónica 'O amor conjugal' do Primeiro Livro de Crónicas. O segundo pertence à crónica 'Não ligues às minhas picuinhices' do Segundo Livro de Crónicas. Lembro que António Lobo Antunes, a nível de crónicas, já vai no quarto volume. 

Pessoalmente acho as crónicas de António Lobo Antunes uma excelente leitura (e acho os seus romances, desde há algum tempo, uma seca. Acabo por os deixar de lado ao fim de uns dias de luta).

*

E, vocês, meus Caros Leitores, desculpem esta minha onda de transcrições. Não tenho paciência para falar do Relvas (e, a sério: a bem da consciencialização de quem ainda não percebeu o desastre que é este Governo, acho que Passos Coelho faz mesmo muito bem em aguentá-lo porque aquilo é tudo tão irremediavelmente mau que é bom que haja bem visível, à vista de toda a gente, uma caricatura como o Relvas) e quase tudo o que vejo na televisão me maça.

Hoje ouvi que o Moita Flores suspendeu o exercício da função de presidente do município de Santarém. Invocou razões de saúde e pressões literárias. Como?!?!?!? Fiquei aqui de queixo caído durante um bocado. Isto só visto. Razões literárias...?

Por aqui, pelas televisões, pode ele andar sempre que há um qualquer crime para comentar. Para isso tem saúde e agenda livre (agenda livre face aos compromissos literários). Entretanto, anunciou que está disponível para se candidatar por Oeiras. Ou seja, entre as idas à televisão e os livros e as séries de televisão, faz umas perninhas nas Câmaras. É este o espírito destes fantásticos políticos.

No outro dia tinha visto um rapazola qualquer a dizer que a culpa do Relvas se ter portado como um chico-espero era do Mariano Gago e que mau mesmo era o que Sócrates tinha feito, desculpabilizando de forma bacoca e disparatada o seu correlegionário Relvas. Ora isto seria apenas estúpido se o rapazola fosse um qualquer apanhado à má fila, no meio da rua, por um repórter daqueles que gostam de ouvir opinar quem quer que passe na rua; mas não, parece que é o líder da Jota (JSD, claro), ou seja, um secretário de estado, quiçá directamente ministro, em potência. Deprimente.

Depois vejo a revolta nas ruas de Espanha e vejo a bonomia passiva dos portugueses, muitos ainda a apoiar estas políticas de miséria. Não que eu apoie a violência, claro que não. Mas defendo a indignação, a manifestação da indignação. Esta bovinidade mansa dos portugueses às vezes chateia-me. A empobrecer e a estupidificar... e tanta gente ainda tão conformada.

Por isso, para não vos maçar com a minha chateação, prefiro dar a vez a quem escreve bem.

*

E ainda: gostaria imenso de vos ter lá no meu Ginjal e Lisboa. Hoje as minhas palavras são m´suica em volta de um belo poema de Eugénio de Andrade. E, porque se fala de música, há festa: inicio hoje a semana dedicada a Béla Bartók e a vibração está no ar.

*

E, assim sendo, desejo-vos uma bela terça feira. Alegria e muitas bebidas frescas!

12 comentários:

  1. ERA UMA VEZjulho 17, 2012

    Olá Jeitinho

    Não conheço os livros de crónicas de Lobo Antunes mas tenho muito interesse porque as que leio de vez em quando são maravilhosas.

    Quanto aos livros...pensava que o defeito era meu...Nem a meio consigo chegar.
    Lembrar-me eu que aqui há uns anos li e reli Os Cus de Judas de uma penada...

    O Nelo e Idália nunca me cansam.
    Esta ideia começou do nada, de uma brincadeira de dois humoristas em plena rua e eis que se tornou num dos nossos clássicos do humor.
    O "retrato" de duas personalidades tão diferentes, ansiosas por se expressar, por de demarcar, por se corrigir, por se tolerar...são(acho eu) a dramática realidade de tantos casais com estas ou outras características...
    E no entanto,o ridículo está lá...e faz-nos rir.

    Espero que se sinta melhor. O tempo
    vai fazendo o seu trabalho... e a ele ninguém o apressa. É um ditador.

    Abraço.

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  2. Tenho vários livros do Lobo Antunes, mas ainda não os li todos. Para ser sincera só li creio que três. Mas gosto. E li a Longa Entrevista, que nas primeiras 50 páginas, mais ou menos, me aborreceu e estive quase a desistir. Depois comecei a gostar e li-o todo com muito interesse.
    De crónicas não tenho nenhum livro.

    Adorei ouvir o Nelo e a Idália, que não ouvia há muito tempo.

    Políticos! Tirem-lhes os privilégios, façam da política um emprego como os outros, a ver quantos vão para lá por amor à causa, ao país, ao partido...deviam ser muitos, deviam...

    A UJM, mesmo combalida, não pára! É impressão minha ou o fundo do blogue mudou de cor? Não está mais claro que ontem? Está bonito.

    Já me ri, já reflecti, já me revoltei...o seu post tem este efeito...

    Um beijinho e continuação das melhoras

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  3. Olá Querida Erinha,

    Também eu li duma penada os Cus de Judas e também a Memória de Elefante. Mas estes que vão saindo, com títulos giríssimos são uma coisa... é daquele género que mastiga e não engole, nem dança nem sai da pista... Ali anda, recorrentemente, para a frente e para trás. Eu tento, mas é mais forte que eu, tenho que pôr de lado, chego a ficar furiosa com aquele enredo.

    Mas as crónicas é uma coisa totalmente diferente. Gosto imenso. Há 4 volumes e são todos uma maravilha.

    Quanto à Rueff e ao Herman são os dois excelentíssimos humoristas e tudo o que fazem tem graça e este número era sempre uma piada permanente e, tem toda a razão, quantos casamentos disfuncionais como este não há (resmas, paletes, enciclopédias deles...).

    Conhecer a génese destes números é um privilégio...

    E eu cá vou recuperando, sujeita ao tal ditador que é o tempo. Mas isto vai indo (hoje já sem pontos e, neste momento, na companhia dos meus dois reguilas pequenos).

    Um beijinho, Erinha!

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  4. Olá Isabel,

    Tal como referi acima, gostei imenso dos primeiros livros dele mas estes agora, em que ele se enrola todo e por ali anda a marcar passo, com as falas todas empecilhadas umas nas outras sem que a história ate ou desate, são, ara mim, uma seca.

    eu sei que ele diz que um livro não tem que ter história e que o que vale são as palavras que 'vestem' as ideias. Pode ser. Mas a mim cansa-me a cabeça andar para a frente e para trás e quase não sair do mesmo sítio.

    Mas as crónicas são uma maravilha. Lêem-se de gosto. Ele diz que as suas crónicas não têm o mesmo valor literário dos romances mas, claro, é a opinião dele (ou, então, sou eu que sou iletrada demais para conseguir digerir os livros dele, o que pode muito bem acontecer).

    O fundo está mesmo mais claro, sim, Isabel. A minha filha disse-me que no computador dela, estava um encarnado um bocado agressivo e que o texto fazia muito contraste e custava a ler. No meu não estava como ela dizia mas, por via das dúvidas, adocei o tom.

    Mas o meu marido diz que prefere quando eu tenho o blogue com ar mais moderno e eu própria inclino-me mais para as imagens modernas e as cores mais alegres. Mas agora, por uns dias, a ver se o deixo ficar assim, clássico e encalorado como os dias que atravessamos (aqui em Lisboa está de ananases... um calor...).

    E já não me sinto muito combalida, agora estou é ainda 'empenada' - o médico quer que eu force mesmo, que comece a tentar recuperar a mobilidade (embora com limitações e mantendo alguma dose de repouso, que evite escadas, etc, pois apenas para a semana me deve dar alta).

    Enfim, uma seca, mesmo. Mas, enfim, lá vou tentando que o tempo passe da melhor forma, o que acontece, especialmente, quando estou ao pé dos meus rabinos.


    Um beijinho, Isabel!

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  5. É a segunda vez que leio hoje a expressão "um dia de ananases". A outra foi noutro blogue de alguém daí de Lisboa. Não conhecia a expressão.
    Engraçado.

    No meu computador o fundo também estava muito escuro.

    Que bom que tem aí uma companhia tão gira. Não custará tanto o tempo a passar.

    Por aqui também está "de ananases", mas eu não me queixo. Prefiro mil vezes ao Inverno.

    Beijinhos

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  6. Caríssima UJM,
    antes de tudo devo dizer-lhe que adoro as suas mudanças de imagens, e mantenho a minha opinião sobre a sua feminilidade e sensualidade ali espelhadas, além de exibir muito bom gosto estético. Arte é arte! Nem se discute.
    Também já li alguns livros do meu querido colega A.L.B., e como muitos, acho que alguns deles são o que vulgarmente se diz "chatos e insípidos", mas gosto. Por acaso agora estou a ler o "Sinto Muito" do Nuno L.B. que não tinha lido. Outro estilo, menos literário, mas menos rebuscado, na minha opinião.
    Quanto ao Crato e Passos, passando por Relvas, creio que o fogo está ateado e não faltará petróleo para alimento. Veremos.
    No Ginjal falamos de dores, e o tempo político é de dores! E que dores são essas? Veremos quando "os lábios desolados, com um cansado gesto de mão, disserem baixinho, adeus".
    Talvez o nevoeiro comece a dissipar-se.

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  7. Isabel,

    O mérito da ideia do calor 'de ananases' é de Eça de Queirós e eu acho uma delícia para falar deste calor tropical, quente, bom para fazer crescer e amadurecer ananases. Eu também gosto de calor mas hoje, por estas bandas, está uma coisa... Tive que fazer um (pequeníssimo) trajecto a pé ao sol e estava insuportável. E agora, já às 8 e tal, quase a anoitecer, ainda fui até ao pé do rio, em Belém (ou melhor, fui depositada...) e ainda estava uma caloraça... No entanto, como era rente ao rio e àquela hora, já estava mais suportável.

    Também gosto do verão mas, se pudesse escolher, prefiro-o mais temperado, não tão excessivo como hoje.

    Mas foi óptimo estar com os meus rapazinhos... Fui tosquiá-los (que eu sou a tosquiadora de serviço e, com este calor, e com a minha incapacidade, coitados já estavam aflitos com aquela lã toda na cabeça).

    Um beijinho, Isabel!

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  8. Pôr do Soljulho 18, 2012

    Gosto deste novo look.
    Com este calor repentino é muito sugestivo.

    Depois de ler o seu post, perguntei-me Há quanto tempo não compro um livro de Lobo Antunes.

    Desde o Fado Alexandrino que não pego num livro dele e creio até que não cheguei ao fim deste, não me lembro mesmo como acaba.
    Contudo as suas crónicas são deliciosas.

    Ainda bem que já se encontra melhor. Agora é uma questão de tempo e fisioterapia, mas cuidado com as brincadeiras dos pequenitos.

    Um beijinho e uma quarta feira menos quente.

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  9. Olá Caro DBO,

    Muito obrigada, mesmo, pelas suas palavras. Fico contente pela sua opinião. Que a minha feminilidade e sensualidade transpareçam também aqui deixa-me muito satisfeita pois são dois atributos de que me orgulho e que nunca me passou pela cabeça ocultar ou disfarçar. Gosto muito de ser mulher e penso que isso é patente em tudo o que digo ou faço.

    Quanto ao António Lobo Antunes há qualquer coisa de labiríntico nos romances dele, tornam-se-me penosos. Já as crónicas são fluidas, espontâneas, actuais, muitas num registo intimista e autobiográfico e agradam-me muito.

    Os manos dele que escrevem são mais acessíveis na escrita. Quer o Nuno, quer o João (ainda hoje me cruzei com ele) descrevem de forma muito vivida a sua experiência.

    A si nunca lhe ocorreu escrever um livro sobre as suas experiências? Escreve tão bem.

    Quanto à gargalhada nacional que dá pelo nome de Relvas, o nabo do Gaspar que não acerta uma, o atarantado do Álvaro que anda para ali aos papéis, o Crato que sorri delicodoce e não faz nada de jeito, o Macedo que uniu contra a política de saúde a classe médica e a população em geral, o Passos que não tem tino nem coisa nenhuma... pois, concordo consigo: tantas têm feito que cá para mim também não há mal que sempre dure. Por isso, a ver se um dia destes, aquele grupelho implode e nos vemos livres deles.

    Vamos torcer por melhores dias! (Apetece-me escrever sobre tempos de mudança, empolgantes e não sobre esta indigência política que atravessamos.)

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  10. Olá Querida Pôr do Sol,

    permita qu elhe sugira que experimente comprar o 4º livro de crónicas que era vendido com o CD no qual ele lê algumas das crónicas (e ele lê muito bem, são gostosas de ouvir).

    Penso que é neste livro que ele tem crónicas sobre a doença que teve, a operação, os tratamentos, a coragem das pessoas que lá encontrou. Escreve de uma forma que nós estamos com ele, a partilhar aquelas emoções.

    Pois, este calor... Apeteceu-me pôr o visual a condizer com as cores do calor, com um corpo despido, e fruta fresca.

    Pois é, quando estou com eles, já sabem que não lhes posso pegar ao colo e hoje o pequenino bem que me pediu, coitadinho...

    Mas já se sabe que, com eles por perto, o cuidado nunca é o que devia ser... Hoje, enquanto 'tosquiava' o mais crescidinho, na varanda, eu sentada e ele sentado num banquinho à minha frente (como nos barbeiros da aldeia), como não pára sossegado, vão-lhe cabelos para todo o lado e, então, para protestar, deu meia volta rápida, e, com toda a força, com a perna espetada, veio bater-me mesmo em cima de um dos pensos de onde, poucas horas antes, me tinham tirado os pontos... Até vi estrelas. Mas, enfim, meus ricos meninos, ficaram tão giros, de cabelinho rapadinho.

    Um beijinho e um belo dia, Sol Nascente!

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  11. Pôr do Soljulho 18, 2012

    Obrigada pela sugestão.
    Acabou de me dar uma ideia para uma prenda de anos para alguem que tambem gosta de Antonio Lobo Antunes. Eu tenho-me limitado às suas crónicas quinzenais na Visão.

    Sei o que custa negar colinho a quem se habituou a ele e dele necessita, mas eu explicava-lhe e a minha princesinha todos os dias me perguntava se já não doía. Um dia vendo-me mais em baixo ofereceu-se para dar-me uma mensagem(massagem).Embora tenha um vocabulário rico para a idade, de vez em quando tem destes atropelos, que me deliciam.

    Até aos dois, tres aninhos tinha caracois que cresciam desordenados e eu quando lhos queria cortar dava-lhe um boneco ou um peluche e a tesoura das unhas que a entretinham e me deixavam levar a tarefa ao fim.
    Hoje, tem um cabelo tão liso que durante meses não o corto.

    Um beijinho, vou até à outra margem .

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  12. Olá Pôr do Sol,

    O meu que está quase a fazer 4 anos também fala muito bem, com um grande vocabulário também tem desses adoráveis deslizes (essa da mensagem, é gira). O meu diz mochilda e por mais que a gente lhe diga que é mochila ele não acredita. E eu adoro ouvi-lo dizer que vai levar as coisas na mochilda.

    São tão meiguinhos e cuidadosos. Andam sempre a ver os pensos e a mexer ao lado, a medo...

    Este mais crescidinho também tinha cabelos encaracolados, todo ele era caracóis fininhos. Agora também o tem liso, grosso. Ontem ficou uma trunfa ali no chão, quase dava para uma almofada...


    A oferta do livro de Crónicas do ALA é uma oferta segura, pode crer.

    Um beijinho, Sol Nascente!

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